Uma notícia divulgada nesta quinta-feira pelo PublishNews, veículo especializado na cobertura do mercado editorial, está causando polêmica entre leitores e profissionais do mercado. Dione Oliveira, diretor financeiro da Cosac Naify, referência em livros de arte e que encerrou suas atividades no fim de 2015 depois de 20 anos de prejuízo financeiro, declarou que os livros da editora que ainda não tiverem sido vendidos até 31 de dezembro deste ano serão destruídos.
A prática, considerada comum pelas editoras para controlar as operações de estoque, não foi bem recebida pelo público. Em posts nas redes sociais e no próprio site do PublishNews, leitores questionam se os livros não podem ser doados a bibliotecas ou vendidos nos tradicionais saldões que a editora costumava fazer. Na reportagem, Oliveira argumenta que a doação de exemplares geraria "transtorno contábil": "Se faço uma doação de um livro, tenho que reconhecer o custo disso. Se eu faço a doação de um volume considerável de livros, eu gero um resultado financeiro negativo absurdo, fora da curva".
A falta de pessoal para cuidar dessas doações também foi citada pelo diretor financeiro, que disse ainda que não pode doar os volumes para os autores, mas que eles terão prioridade na compra. Escolhida no começo de 2016 como cliente exclusivo para venda dos livros da Cosac Naify, a Amazon segue vendendo os títulos que estão em seu estoque até eles acabarem – nesse período, algumas obras foram reimpressas. Dione revelou que "seria fantástico se a Amazon tivesse comprado todo o estoque, como dizem por aí, mas isso não foi verdade, infelizmente".
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