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Crítica

Gigantes de Aço | Crítica

O Rocky do século 21

20.10.2011, às 20H06.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

A história de Gigantes de Aço (Real Steel) é, desde o seu primeiro trailer, previsível. Hugh Jackman interpreta Charlie Kenton, um pai ausente que tem de conviver com seu filho de 11 anos que acabou de perder a mãe. Ela era uma antiga namorada, da época em que Charlie era um famoso boxeador, o número dois do mundo.

Gigantes de Aço

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Mas isso agora é passado. Estamos em 2020 e o boxe, que perdeu o trono de luta mais popular do planeta para o MMA, evoluiu para algo ainda mais violento, mas politicamente aceito, o boxe de robôs. Charlie tenta sobreviver participando de rinhas ilegais em que os autômatos se socam em lutas "mortais" valendo muito dinheiro. Apesar de experiente, o ex-pugilista não sabe segurar o seu ímpeto e sua ganância, e está devendo dinheiro para mais gente do que deveria.

A chegada do menino deveria fazer com que Charlie entrasse na linha e inclusive largasse o boxe de robôs para se entender com Max (Dakota Goyo). Mas este seria outro filme. Um bem chato. Em Gigantes de Aço, o menino é um entusiasta das lutas entre robôs e sabe tanto ou mais que seu pai. Ele conhece a história, os grandes projetistas e é fã incondicional do número 1 do mundo, o invicto Zeus, projetado pelo japonês Tak Mashido (Karl Yune) e empresariado por Farra Lemcova (Olga Fonda), que praticamente é dona do campeonato mundial de robôs.

Depois de mais uma derrota humilhante nos ringues, quando voltam para casa com as mãos abanando, Charlie e seu filho param em um ferro velho para procurar peças para tentar montar um novo lutador com a ajuda de Bailey Tallet (Evangeline Lilly), filha do ex-treinador de Charlie. Mas quem se dá bem de verdade é Max, que encontra Átomo, um robô sparring de primeira geração.

Jackman faz muito bem o papel do pai canalha, mas carinhoso, que vai aprendendo - mesmo que com atraso - o lado bom de ser pai. A cumplicidade que vai se formando entre os dois mostra como eles estavam bem entrosados durante as filmagens. O roteiro faz o resto, mostrando que mesmo sem jamais ter convivido com o pai, Max carrega o seu DNA, que envolve auto-confiança, paixão pelo boxe e dedicação ao que ama.

Mas o que mais chama atenção no filme é mesmo a "latificina", é o óleo verde que escorre dos robôs e deixa a história ao mesmo tempo empolgante sem torná-la violenta - afinal, são só "gigantes de aço". As lutas têm uma fluidez impressionante, frutos de coreografia, captação de movimentos e muitos pixels trabalhando a favor da sétima arte. Desde o primeiro Transformers não se via personagens digitais tão orgânicos na tela - se é que isso é possível.

Quem mais lucrou com o filme foi, sem dúvida, Shawn Levy. O cineasta que antes tinha feito os dois Uma Noite no Museu mostrou que tem capacidade para ir além das comediazinhas família de Ben Stiller. Gigantes de Aço é emocionante, envolvente e já rendeu a Levy inúmeros convites para direção e tantos outros boatos de envolvimento em projetos dos mais diversos tipos.

Sylvester Stallone prestou uma ótima homenagem a Rocky Balboa ao fazer o sexto filme da sua franquia de boxeador, mas o Rocky do século 21 não é de carne e osso, mas sim de lata e pixels.

Nota do Crítico
Ótimo
Gigantes de Aço
Real Steel
Gigantes de Aço
Real Steel

Ano: 2011

País: EUA

Classificação: 10 anos

Duração: 127 min

Direção: Shawn Levy

Elenco: Hugh Jackman, Dakota Goyo, Evangeline Lilly, Anthony Mackie, Kevin Durand, Hope Davis, James Rebhorn, Marco Ruggeri, Karl Yune, Olga Fonda, John Gatins, Sophie Levy, Tess Levy, Charlie Levy, Gregory Sims

Onde assistir:
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