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Crítica

Agents of SHIELD - 4ª Temporada | Crítica

Misturando ficção científica e misticismo na medida certa, série tem seu melhor ano até agora

17.05.2017, às 20H00.
Atualizada em 21.05.2018, ÀS 19H33

Ano a ano, Agents os SHIELD vem conseguindo se reciclar ao explorar territórios pouco prováveis - começando na espionagem, passando pela ficção científica, chegando no  misticismo e misturando todas as coisas. Se nos dois últimos anos a série manteve o fôlego com a novidade e o desenrolar da adição da questão inumana na história, a quarta temporada já começou chutando a porta com a introdução de Robbie Reyes (Gabriel Luna), o Motorista Fantasma - e, junto dele, a magia do Darkhold, trazendo também para a série a atmosfera mística que Doutor Estranho introduziu no Universo Cinematográfico da Marvel. Phil Coulson (Clark Gregg) e seu time, que já lidaram com organizações criminosas e assuntos alienígenas, precisaram somar habilidade com o sobrenatural na nova temporada.

O primeiro dos três arcos da temporada foi focado na relação entre o Motorista Fantasma e a SHIELD, que teve a trama (momentaneamente) encerrada após a passagem de Reyes para outra dimensão junto de Eli Morrow (José Zúñiga), seu tio. Em seguida, tivemos o foco no L.M.D. ao mostrar Aida (Mallory Jansen) revelando a criação de um Modelo de Vida Decoy (Life Model Decoy) da agente Melinda May (Ming-Na Wen), já dentro da equipe da SHIELD - "Self Control", 15º capítulo inserido nessa parte da trama, é um dos melhores de todos os anos da saga e o mérito disso é muito de Jed Whedon, que assina a direção do capítulo. Mais próximo do final, os agentes entram em uma realidade virtual onde os acontecimentos históricos haviam tomado outro rumo e o resultado era a SHIELD derrotada e a Hydra no comando.

A princípio, parece muita informação despejada de uma tacada só, mas a forma como a trama é conduzida faz com que a temporada tenha poucos episódios cansativos e seja o ano com mais ação acontecendo na tela. O quebra-cabeças de informações novas se encaixa sem problemas quando fica claro para todos que o grande propósito de Aida era a criação de um corpo humano para se desenvolver sem estar presa à programação de Radcliffe - e esse foi o catalisador para fazer com que fosse urgente que eles voltassem à realidade para enfrentar a vilã.

Mack (Henry Simmons), contudo, fica para trás em uma trama que é um dos reflexos mais tristes do mundo inexistente: ele sabe que, quando voltar, não terá mais sua filha. Em meio a uma temporada tão agitada, fica a cargo dele segurar a principal válvula de dramaticidade da história. É Elena (Natalia Cordova-Buckley) quem tem a missão de ir atrás de Mack, que até o último segundo mantém o suspense sobre se ele optará por retornar ao mundo real sem a filha ou ser desintegrado junto dela - o momento em que ele acorda ao lado de Elena, de volta à realidade, é um alívio.

O mais interessante da temporada é ver como o Motorista Fantasma, o Darkhold, os LMDs e o Framework foram apresentados em momentos distintos para, no fim das contas, estarem fortemente conectados na mesma linha narrativa e serem fundamentais uns para os outros no desfecho da temporada. Os episódios finais ligam todos os arcos do ano com o retorno do Motorista Fantasma e a partida de Elena para o Framework na tentativa de resgatar Mack de lá. Simultaneamente, Robbie se torna uma parte fundamental na luta para impedir a concretização dos  planos de Aida pelo fato de ambos serem ligados pelo Darkhold e, por conta disso, ser ele o único capaz de destruí-la.

O problema é que Aida sabe disso e não arrisca ficar na presença de Robbie - para isso, a série joga com os dois gumes dos LMDs e das particularidades de se tornar humano. O último episódio dá uma reviravolta atrás da outra quando descobrimos que Fitz (Iain De Caestecker) e Jemma (Elizabeth Henstridge) usaram justamente um LMD para enganar Aida, ainda inebriada pelas sensações humanas negativas (como a vingança), e prendê-la nas correntes de fogo do Motoqueiro. A única coisa que a próxima temporada precisaria se preocupar é em não exagerar no uso dos LMDs como recurso narrativo e, com isso, banalizar a inserção deles na história. Como ponto de virada no episódio final funcionou bem, mas o fator surpresa não pegará o espectador novamente.

A temporada encerra com Aida derrotada, o Framework destruído e o Motorista Fantasma indo com o Darkhold para outra dimensão - mas, principalmente, termina conquistando o mérito de relacionar o sobrenatural com ficção científica em um roteiro impecável. Todos os problemas que a temporada plantou foram resolvidos de uma vez só, um influenciando o outro. Porém, ao ver tudo no lugar de novo, o espectador é lembrado dos problemas da situação geral dos próprios agentes da SHIELD, que não é das melhores - mas é um suspiro que dura pouco. As coisas não desaceleram nem quando acabam e em um momento em que todos resolvem ir a um restaurante, o grupo é abordado por vários agentes misteriosos e, em seguida, vemos Coulson acordando a bordo do que parece ser uma nave espacial. Não dá para saber exatamente para onde a trama levará os agentes, mas, com uma cena final dessas e com a forma que as coisas vêm sendo conduzidas na série, as expectativas são certamente altas para o próximo ano, que já está garantido.

Nota do Crítico
Ótimo
Agents of SHIELD
Encerrada (2013-2020)
Agents of SHIELD
Encerrada (2013-2020)

Criado por: Maurissa Tancharoen, Jed Whedon, Joss Whedon

Duração: 7 temporadas

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