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Comic-Con 2013 | Painel - 20 anos de Arquivo X

Elenco e equipe de produção comentam melhores momentos e futuro da franquia

19.07.2013, às 03H07.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

É fácil desconsiderar a boa qualidade da atual programação semanal da TV. Na década de 1990, os tempos eram bem diferentes. Arquivo X sempre foi um seriado que estava acima da concorrência, trazendo o gênero de ficção-científica ao horário nobre e provando que projetos inteligentes e ousados teriam audiência de massa, independente do assunto. Para comemorar o 20º aniversário da série, David Duchovny e Gillian Anderson, o criador Chris Carter e os escritores Vince Gilligan, Howard Gordon, Darin Morgan, John Shiban, James Wong, David Amann e Glen Morgan foram à Comic-Con 2013.

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O painel, organizado pela TV Guide, foi o pontapé inicial para uma viagem entre vários assuntos da série, coberta de aplausos e gritos da multidão. Os escritores subiram no palco e, depois de um flashback com a abertura original da série, Duchovny e Anderson entraram no breu e com lanternas em mãos, levando os fãs à loucura. Quando multidão recuperou sua compostura o painel começou.

Quando perguntada sobre o que achava de seu personagem após 20 anos de série, Anderson disse: "Eu acho que só notei que Mulder era legal anos depois de começar. E nesse momento eu pensei 'poxa, eu deveria ter chegado à essa conclusão antes'', disse. Gillian lembrou também da primeira vez que assistiu à série como uma fã. "Quando terminou o primeiro comercial eu já estava fissurada", disse, logo acrescentanto que "não haveria Breaking Bad sem Arquivo X. Eu tive muita sorte de ter participado, isso sim". Duchovny falou sobre a força da série e disse que "tínhamos um seriado muito flexível e abrangente, podíamos juntar todas as idéias. Podíamos o fazer para sempre".

Como estão as coisas para um futuro projeto de Arquivo X? "Eu sempre pensei sempre que poderíamos voltar juntos assim que pudéssemos. Então vamos", brincou Duchovny. Quando perguntado se eles voltariam para um temporada regular, Anderson foi rápida e enfática: "Não. Mas um filme seria ótimo". Finalmente, quando perguntado se um terceiro filme estava nas cartas, Carter, o criador da franquia, respondeu: "Precisamos de um motivo para ficar animados para  fazê-lo, porque é um trabalho duro, mas muito emocionante".

Sobre a ligação entre a história em quadrinhos e da série de TV, Carter disse: "É uma série de quadrinhos, então eu acho que as histórias são realmente mais relacionadas com essa mídia. As HQ's têm o seu própria mitologia". Quando os escritores foram perguntados sobre a decisão de matar os Pistoleiros Solitários, Gilligan revelou "Nós tivemos uma grande discussão sobre isso". Em seguida, Shiban explicou: "Eles são personagens incríveis. A discussão [sobre a morte] começou quando a série Pistoleiros Solitários não foi pra frente". "[Ainda assim] Eles tiverem uma morte honrosa", completou Shiban.

Morgan & Wong também falaram sobre "Home", um episódio infame que foi extremamente bem recebido pela crítica e fãs, mas retirado do ar depois de sua primeira exibição. Morgan falou sobre as fontes que influenciaram o capítulo, como Brother's Keepers, de Berlinger e Sinofsky, o livro Dark Nature e a autobiografia de Charlie Chaplin. Desta última, ele lembrou a história de uma família que mantinha seu filho, que não tinha braços ou pernas, enrolado debaixo da cama. Morgan disse: "Exibimos uma vez e ele foi proibido. Jim e eu não conseguimos dinheiro para fazê-lo novamente, mas havia um motivo por trás e eu estou feliz que tenhamos feito o episódio", revelou.

Duchovny falou também sobre sua cena preferida entre Mulder/Scully, realizada no episódio "Postmodern Prometheus". No trecho, em que o par sai para dançar, Duchovny disse "aquele momento tinha algo realmente especial". Em dado momento, chegou a hora de toda a equipe responder sobre os melhores vilões da série. Em resumo: Amann gosta do personagem de Tom Noonan, Roche, de "Paper Hearts". Gilligan gosta do antagonista interpretado por Peter Boyle, ratificando que "ele obviamente não era o cara mau, mas o motor da história nesse episódio." Gilligan também citou Bryan Cranston como Patrick Krump em "Drive". "Isso foi ótimo para mim, encontrar Bryan Cranston em Arquivo X", disse.

Darin Morgan escolheu seus próprios papéis, dizendo que seus favoritos eram Flukeman e Eddie Van Blundht. Glen Morgan e Gillian Anderson escolheram Eugene Victor Tooms. Duchovny relembrou os primórdios da computação gráfica, quando tinha que atuar em frente a uma bola de tênis. Carter destacou o Irmãos Peacock e The Well-Manicured Man, interpretado por John Neville.

Quando perguntado sobre o famoso episódio de "Badlaa", que também ficou conhecido como "Butt Genie", Shiban disse se baseou em um faquir indiano, que rastejaria através de seu ouvido. Chris escutou a ideia e disse: "seria assustador mesmo se ele foi na sua bunda".

Vince Gilligan revelou que ele tentou contratar Drew Barrymore para a série, num episódio baseado em uma história de Twilight Zone, em que uma criança poderia transportar pessoas para o campo de milho. Não deu certo porquê o agente da atriz ligou e disse: "pare de incomodar a minha cliente". Quando perguntado exatamente sobre o momento em que Mulder e Scully se apaixonaram, Carter encantou o público, dizendo: "Eu acho que foi quando vocês entraram no escritório dele no porão".

Anderson também falou sobre a importância de Scully para as personagens femininas na TV. "Scully tinha um enorme impacto sobre as pessoas por causa de personalidade, força pessoal e pelas coisas defendia. Mas ela também era um ser humano decente. As pessoas a ouviam e ela conseguia liderar", falou. Sobre escrever um personagem como Scully, Carter também não poupou elogios à personagem. "Ela era como a mulher das minhas fantasias. Ela era forte, inteligente, resistente, opinativa e engenhosa. Todas as caraterísticas que eu gosto", disse. Sobre Mulder e Scully, Carter disse que a relação deles era como uma fantasia baseada em uma reunião intelectual das mentes, mais do que qualquer outra coisa.

Sobre a influência de Scully em todas as mulheres ao redor do mundo, Anderson disse que "um monte de mulheres realmente me disseram que hoje fazem física por causa de Scully". Carter também explicou por que fez Scully ser religiosa: "Era natural para mim. Ela era uma cientista, mas isso fazia com que seu personagem fosse unidimensional. Então, se ela tivesse uma educação religiosa, seria algo que sempre estaria presente e em conflito".

Quando perguntados sobre qual cidade mais gostaram de filmar, Duchovny escolheu Vancouver, dizendo: "De uma forma nostalgica, lá é como a casa do Arquivo X. A energia do começo, conhecer todas as pessoas e começar algo junto que não sabíamos o que ia ser, marcou bastante". Anderson concordou, mas disse que novas famílias foram formadas em cada cidade em que passaram.

A série começou na era pós-Guerra Fria e, mesmo assim, segundo Carter, continua relevante. "As suspeitas e teorias da conspiração permanecem. Então eu acho que se Arquivo X voltasse agora, você poderia fazer tudo baseado no momento atual. Mas em 2002, depois dos atentados ao WTC, passamos por um período, onde eu acho que o seriado não era relevante", completou o escritor, dizendo que naquele tempo as pessoas precisavam ter fé no governo.

Quando perguntada sobre o seu regresso à televisão, Anderson disse que é "tudo é uma questão de tempo", e citou os grandes compromissos temporais como o principal motivo para sair da TV. Sobre a sua personagem em Hannibal, Bedelia Du Maurier, Anderson explicou que, inicialmente, só assinou para um arco de três episódios, mas acabou gostando de Du Maurier e se divertiu trabalhando com Mads Mikkelson; por isso ficou mais tempo.

Será que algum dia veremos Anderson e Duchovny trabalhar juntos fora do mundo de Arquivo X? Duchovny diz que a relação entre Mulder e Scully é quase sagrada e que teria que ser algo realmente especial para fazer isso acontecer.

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