Séries e TV

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Desventuras em Série se encontra no formato da TV

Depois da falhar no cinema, Conde Olaf e os Baudelaire acham na Netflix uma casa para se desenvolver

05.01.2017, às 17H38.
Atualizada em 05.01.2017, ÀS 18H11

Desventuras em Série não é a primeira produção para a TV que traz de volta uma franquia que não deu certo no cinema, mas talvez a telinha seja o melhor formato para a adaptação dos 13 livros que Daniel Handler escreveu sob o pseudônimo de Lemony Snicket. Enquanto os 108 minutos do cinema dedicam-se a contar a história de três livros, cada dois episódios da série adaptarão um livro - dedicando, então, duas horas para cada obra. Sem mais matemática, vamos aos fatos.

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A trama ainda é a mesma e acompanha os infortúnios das crianças Baudelaire. Violet (Malina Weissman), Klaus (Louis Hynes) e Sunny (Presley Smith) perdem os pais em um terrível incêndio que destrói também sua casa e devem ir morar com seu parente mais próximo, o não tão convidativo Conde Olaf (Neil Patrick Harris). Outra figura sempre presente é o próprio Lemony Snicket (Patrick Warburton), que nos guia por toda a jornada, sempre alertando sobre os perigos de se acompanhar uma história tão triste quanto a das crianças.

Anacrônica, a produção acerta no visual e no tom, trazendo momentos descontraídos de metalinguagem em diálogos rápidos e inteligentes. Os ângulos retos, os cenários blocados e as paletas de cores, que sempre sugerem o humor das crianças com relação ao seu atual guardião - claro e colorido para momentos felizes e descontraídos, escuro e monocromático para os momentos de tensão e insegurança -, parecem misturar os estilos de Wes Anderson e Tim Burton. Ao mesmo tempo que parecem familiares, são também inovadoras e cabem perfeitamente na aura surreal que cerca toda a narrativa.

Todo o elenco se encaixa muito bem nos moldes de seus personagens, além de terem uma ótima química entre si. Os irmãos Baudelaire - incluindo a pequenina e jovem Presley Smith - conseguem condensar a inteligência e vulnerabilidade em situações difíceis, ao mesmo tempo que parecem ter quase que uma cumplicidade com o Olaf de Harris. O ator, por sua vez, veterano dos palcos, pode explorar inúmeras possibilidades com os diversos personagens do Conde, mas sem nunca perdê-lo nas transições.

Assistimos apenas aos primeiros quatro episódios, mas já se percebe que, tendo mais tempo para contar a história de cada um dos livros, Desventuras em Série consegue explorar melhor os guardiões. Tanto a trama de Um Mau Começo, o primeiro encontro com Olaf e os dias que as crianças passam sob seus cuidados, quanto à de A Sala dos Répteis e do Dr. Montgomery (Aasif Mandvi), não se perdem em meio à correria de querer adiantar a história, mas também não permite que sobre trama. Não há necessidade de filler quando a obra original já está tão bem estabelecida.

Desventuras em Série deve agradar tanto os fãs dos livros quanto àqueles que chegarem sem informações prévias à história; tanto adultos quanto crianças. Mas prefira assistir à produção em alta definição para ver toda a beleza dos cenários e da maquiagem. Vale a pena.

Os oito episódios da série chegam à Netflix em 13 de janeiro.

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