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Game of Thrones | Os spoilers e teorias do episódio que a HBO exibiu acidentalmente

Versão invernal das criaturas de Daenerys pode ser o fim da Muralha

16.08.2017, às 01H30.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H38

[Cuidado com spoilers!]

Se a sexta temporada de Game of Thrones revelou que uma das profecias mais famosas da série era real, provando que Jon Snow é mesmo um descendente dos Targaryen - saiba tudo aqui -, a sétima temporada não ficou atrás e deu de presente aos fãs a concretização de outra teoria defendida por inúmeros espectadores: a da introdução de um dragão de gelo. A HBO exibiu o sexto episódio da sétima temporada antes do tempo previsto na Espanha e revelou que, de fato, Jon Snow (Kit Harington), Daenerys Targaryen (Emilia Clarke) e até mesmo Cersei Lannister (Lena Headey) terão um problema maior para se preocupar do que um exército de guerreiros mortos. Em um confronto no Além da Muralha durante o penúltimo episódio da temporada, um dos dragões de Daenerys, Viserion, foi morto e, nos segundo finais, foi reanimado pelo Rei da Noite.

No episódio anterior, Jon havia recebido um aviso de Bran Stark (Isaac Hempstead-Wright) falando sobre uma legião de mortos comandados pelo Rei da Noite chegando em Atalaialeste do Mar, a última das fortificações da Muralha à leste. Jon então foi, junto de Tormund Giantsbane (Kristofer Hivju), dos membros da Irmandade Sem Bandeiras, de Jorah Mormont (Iain Glen) e de Gendry (Joe Dempsie) na missão de capturar um dos mortos e provar para Westeros que a ameaça dos White Walkers é real. A missão não saiu exatamente como era esperado e quem apareceu em missão de resgate foi Daenerys - mas as coisas não foram completamente bem já que Viserion acabou sendo morto por uma estaca de gelo do Rei da Noite. Reanimado pela entidade macabra, um dos filhos da Mãe de Dragões se tornou uma arma potencialmente decisiva na mão dos White Walkers.

O Dragão de Gelo

Ao longo de quase sete temporadas completas, os fãs de Game of Thrones alimentaram infinitas teorias sobre os passos finais da trama com base em pistas deixadas na saga literária de George R.R. Martin, em diálogos da série depois que a adaptação televisiva ultrapassou a obra original ou mesmo em outras produções do escritor. Uma das especulações mais notáveis era justamente a do Dragão de Gelo.

A teoria surgiu principalmente em função de uma história voltada para o público infanto-juvenil publicada em 1980 pelo próprio R.R. Martin, chamada O Dragão de Gelo. A trama era quase um anti-Game of Thrones: girava em torno de uma menina e um dragão de gelo que, juntos, precisavam proteger seu mundo invernal da ameaça dos dragões de fogo. Na trama o lagarto gigante era descrito como "uma criatura lendária e tenebrosa, pois nenhum homem jamais havia domado um; quando por cima de todos ele voou, deixou em seu rastro uma desolada terra fria e congelada". R.R. Martin, por outro lado, nunca confirmou que a história integrava a mitologia de Game of Thrones, ainda que as duas tivessem elementos em comum.

Outra história que ajudou a construir a teoria em torno da existência do Dragão de Gelo foi a do Berrante do Inverno, também conhecido nos livros como Berrante de Joramun. Os livros de Game of Thrones apresentaram duas utilidades para o artefato místico: a primeira seria levantar gigantes da terra ("Joramun que soprava o Berrante do Inverno e evocava gigantes da terra...", em trecho de A Fúria dos Reis), enquanto a segunda seria derrubar a Muralha ("Se fizer soar o Berrante do Inverno, a Muralha cairá" em trecho de A Tormenta de Espadas). Há uma teoria que, contudo, junta as duas funções em uma só - e foi daí que começou a se pensar em um dragão de gelo em Westeros.

Ainda que o livro O Dragão de Gelo nunca tenha sido confirmado como parte da mitologia de Game of Thrones, algo semelhante a ele já foi citado na série de livros. Uma entidade similar foi citada em uma das histórias da Velha Ama ("O vento soprava em rajadas, frio como o hálito do dragão de gelo nas histórias que a Velha Ama contava a Jon quando ele era um rapaz", em trecho de A Dança dos Dragões). Porém, as consequências geradas pelo animal se tornaram fontes de especulação mais frutíferas que sua própria origem.

A Muralha em perigo

Existe muita especulação sobre o surgimento da Muralha - a história oficial diz que a construção foi erguida ao fim dos eventos conhecidos como a Longa Noite por Brandon, o Construtor, com a ajuda de criaturas místicas. A fortaleza usaria mágica tanto para se manter em pé ao longo de séculos quanto para impedir que os White Walkers atravessem para o outro lado - ideia que, na série, foi introduzida por Benjen Stark (Joseph Mawle). Existe em Game of Thrones a lenda de que durante a Longa Noite, os White Walkers teriam sido derrotados pelo herói Azor Ahai, o único capaz de portar a Luminífera, uma espada incandescente temperada a custa de um sacrifício.

Brandon, o Construtor, assim como Bran Stark possuía poderes de troca-peles, podendo controlar animais - algo que já vimos o jovem Corvo de Três Olhos fazer com seu lobo, com corvos e até mesmo com humanos, como Hodor (Kristian Nairn). A teoria aqui é a de que os White Walkers tinham um dragão de gelo e, após a derrota dos demônios azuis pela espada do Azor Ahai, Brandon teria incorporado no animal e utilizado o monstro de frio para construir a Muralha, prendendo em seguida a criatura assustadora dentro da própria estrutura da fortaleza. É aí que as duas funções do Berrante de Inverno convergem: o tal gigante evocado pelo instrumento místico seria o próprio dragão que, ao acordar, derrubaria a Muralha.

Essa foi a primeira grande teoria sobre um dragão de gelo, mas outras indicações sobre eles começaram a surgir na série. A primeira delas foi as histórias de Jon Snow e Daenerys começarem a convergir. Na sétima temporada, as duas lideranças se esbarram em prol de estabelecer uma aliança para alcançar respectivamente seus objetivos. Enquanto Daenerys contava com o apoio do então Rei do Norte em sua missão de controlar os Sete Reinos, Jon esperava que a filha de Aerys lhe ajudasse em sua luta contra o Rei da Noite e o exército de mortos.

Sobre a legião de cadáveres reanimados do Rei da Noite, há alguns detalhes curiosos. Em várias imagens, já havia sido visto que o poder da entidade criada pelas Crianças da Floresta não se limita a seres humanos: os White Walkers conseguem levantar do chão desde cavalos até criaturas místicas como gigantes - logo, começou a girar engrenagens na cabeça dos fãs sobre conseguir controlar também dragões. Ainda que a ideia de um dragão na Muralha soasse muito fantasiosa, pensar em Daenerys enfrentando o Rei da Noite ao lado de Jon Snow abriu precedentes para que os três dragões da Targaryen ficassem na linha de fogo - ou, no caso, de gelo - podendo ser mortalmente feridos pelo Rei da Noite. Caso isso acontecesse, as teorias indicavam que o animal voltaria sob o comando dos White Walkers e seria esse, enfim, o dragão de gelo da trama - como de fato aconteceu.

É difícil prever o potencial destrutivo ou as mudanças nas habilidade mágicas de um dragão de fogo transformado em um de gelo, além de deixar "em seu rastro uma desolada terra fria e congelada", como diz o livro O Dragão de Gelo. Contudo, levando em consideração que o tal dragão de gelo de Game of Thrones se confirmou, pode ser preciso desviar as atenções para a segunda metade dessa teoria: a destruição da Muralha e suas consequências fatais para os habitantes de Westeros.

Game of Thrones é exibida no Brasil pela HBO. O próximo episódio da sétima temporada vai ao ar no Brasil em 20 de agosto, às 22h.

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