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Legion | Vale a pena ver a nova série dos X-Men na TV?

Noah Hawley cria uma nova narrativa que destoa do já estabelecido universo de super-heróis - e acerta

27.01.2017, às 18H08.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Já existem mais de dez séries de TV centradas em super-heróis e Legion não é apenas mais uma delas. A convite do FX, assistimos ao primeiro episódio da nova produção dos X-Men comandada por Noah Hawley (Fargo) e é interessante ver como o visual influencia toda a história de David Haller (Dan Stevens). Por mais que a expectativa seja a de acompanhar uma jornada de herói comum, a trama não-linear abre espaço para uma variedade de mudanças, além do poder de Haller também servir como base para brincar com o fluxo da narrativa.

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O primeiro episódio já dá algum contexto sobre Haller e suas motivações, mas pouco é explicado sobre seu passado. Inicialmente, ele é apenas um jovem perturbado em uma instituição psiquiátrica - porém, coisas estranhas sempre aconteceram ao seu redor ao longo de toda a sua vida. A mistura de flashbacks em meio a acontecimentos atuais distorce bem a realidade de Legion, mas tudo faz sentido na confusão de Hawley. Assim como em Fargo, ele escolhe esconder alguns fatos para revelá-los depois, com mais calma, quando o espectador e os personagens já tiverem uma ideia do que está acontecendo no todo.

Além disso, Hawley conversa muito bem com seu público. Apesar de usar uma estética incomum para o tema, ele entende que precisa detalhar mais alguns aspectos da história, retomando imagens para que o espectador se localize na trama com mais facilidade. Mesmo que o assunto tenha sido mencionado a pouco, ele escolhe nos relembrar com uma bela montagem nem sempre igual à anterior. Ainda assim, o uso desse artifício pode acabar diminuindo ao longo da temporada, já que o primeiro episódio tem um foco muito maior em em David.

Além de Stevens, que guia a trama por meio das suas dúvidas existenciais com bons trejeitos e traços meio cômicos e teatrais de uma maneira que se encaixa no tom surreal da produção, o restante do elenco introduzido no episódio também executam muito bem seus papéis. Aubrey Plaza, Rachel Keller e Hamish Linklater entregam boas atuações dentro de seus contextos e entre si. Mesmo assim, curiosamente, tudo parece meio fora de lugar, mas funciona. Aliás, essa é a principal ideia por trás de Legion: causar estranheza. Esses personagens são estranhos, diferentes, representam uma ameaça à sociedade. Retornamos ao mundo onde os mutantes são párias - e Haller, o mais poderoso dos mutantes, é a maior delas.

Legion ainda tem muito para explorar nessa primeira temporada, tanto da vida de David quanto de seus colegas poderosos. Esse novo mundo mutante parece muito interessante, ainda mais sob a incrível visão hipster de Noah Hawley. E como é bom ver uma coisa diferente nesse mar de super-heróis da TV.

A estreia de Legion está marcada no Brasil para 9 de fevereiro, às 22h30, pelo canal FX - um dia após a exibição nos Estados Unidos - saiba mais.

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