Séries e TV

Artigo

Lucifer | Da Frigideira

Criador de Californication volta a explorar a perdição em Los Angeles, agora em chave sobrenatural

09.07.2015, às 05H05.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

Na noite desta quarta-feira em San Diego a Warner TV apresentou na Comic-Con 2015 quatro pilotos de suas novas séries de TV, para a temporada 2015-2016: Supergirl, Blindspot, Containment e Lucifer. Este último, estrelado pelo personagem saído dos quadrinhos de Sandman, não foi deixado para o final por acaso; Lúcifer salvou uma noite pouco inspirada e tirou risadas do público no Ballroom 20.

None

Tom Kapinos, o criador de Californication, desenvolve a série com uma premissa que não foge demais da HQ da DC/Vertigo, que por sua vez se inspira na versão clássica de John Milton para o anjo caído do Paraíso: o diabo é o anti-herói que questiona os desígnios divinos e defende o livre arbítrio entre os homens. Tanto na HQ quanto na série de TV, Lúcifer (o ator galês Tom Ellis) se cansa do inferno e abre uma boate em Los Angeles, o que motiva um descontentamento no céu, personificado pelo belicoso arcanjo Amenadiel (D.B. Woodside).

O componente épico é mantido sob controle, pelo menos nesse início de série, com exceção de dois momentos rápidos em que Amenadiel exibe suas asas e Lúcifer revela seu rosto infernal num reflexo embaçado no espelho. Embora o sobrenatural esteja sempre presente (Lúcifer repete para todo mundo que é imortal e "sobrevive" a três tiroteios diferentes em pouco mais de 40 minutos) fica a impressão de que é o lado de procedimento policial mais prosaico que ditará a série semanalmente.

E daí Lucifer não se diferencia muito de outras tantas séries de investigação com um protagonista desvirtuado que desarma as pessoas com seus talentos secretos. Inclusive sotaques britânicos parecem compulsórios na construção desse tipo de personagem - a boa notícia é que Tom Ellis não faz feio nessa comparação com o House de Hugh Laurie ou o Mentalist de Simon Baker. Seu diabo tem um bom equilíbrio entre o afeminado e o displicente, embora pudesse ser mais ameaçador. O diferencial de Lucifer são os trocadilhos e as situações que envolvem anjos, demônios, pecados e redenções, e tanto Ellis quanto o texto de Kapinos reagem rápido a essas oportunidades cômicas, sem desperdício.

A principal qualidade do piloto, porém, é a forma como incorpora Los Angeles à ação. Kapinos repete aqui o que já demonstrara em Californication, o bom proveito de locações para trazer à TV essa imagem ensolarada de permissividade que desde sempre colou na Cidade dos Anjos. No piloto de Lucifer, a Los Angeles filtrada pelo diretor Len Wiseman, da Sunset Boulevard aos Hollywood Hills, de fato é o terreno do pecado e das almas perdidas, e seu teatro de aparências, onde tudo parece parte de um set de filmagem fake e afetado, não deixa de ser uma versão moderna do inferno.

A estreia de Lucifer deve acontecer no início de 2016, na Fox. Assista ao primeiro trailer:

Saiba mais sobre todas as novas séries da nova temporada na galeria abaixo:

Omelete estará presente em todos os dias da feira que é referência obrigatória em quadrinhos, cinema, séries de TV e games - confira toda a cobertura da Comic-Con 2015.

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.