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Powerless | Vale a pena ver a comédia da DC?

Ideia original foi descartada, mas série ainda tem potencial

13.03.2017, às 18H46.
Atualizada em 13.03.2017, ÀS 20H00

O primeiro episódio de Powerless, exibido nos EUA no início de fevereiro e no Brasil na noite de ontem, tem pouca relação com o piloto apresentado na San Diego Comic-Con 2016 - saiba mais. A ideia original era centrada em torno de uma seguradora, responsável por compensar os danos sofridos pela população em meio aos conflitos entre heróis e vilões. A série, porém, não conseguiu contornar os pormenores do mundo dos seguros (as vitórias profissionais da equipe comandada por Vanessa Hudgens seriam as derrotas dos seus segurados), o que levou à saída de Ben Queen, criador do programa.

Nas mãos dos novos showrunners, Patrick SchumackerJustin Halpern, Powerless trocou o mundo dos seguros pelo da segurança pessoal na Wayne Security, uma subsidiária da Wayne Enterprises. A mudança simplificou a trama e deu mais espaço para as brincadeiras sobre os problemas de uma realidade povoada por heróis, a demanda por um soro anti-Coringa e um “alerta vilão”. É um ambiente mais favorável para a comédia, mas que demora a decolar.

O primeiro episódio depois das mudanças é desconjuntado, aproveita cenas do piloto rejeitado e não sabe apresentar seus personagens. Além disso, passa tão rápido que mais parece uma esquete do que um episódio completo. Aos poucos, porém, a série (que já soma 5 capítulos) encontra o seu tom, não sendo apenas um amontoado de referências. Boas ideias do piloto original, como o colega de trabalho que pode ser um possível super-herói, são aproveitadas e os personagens, principalmente Van Wayne (Alan Tudyk), primo mimado de Bruce Wayne, vão conquistando espaço para se tornar memoráveis.

O clima continua caricatural, com figurinos e cenários coloridos que combinam com o orçamento limitado para os efeitos visuais. O ritmo dos diálogos é acelerado. O objetivo não é aprofundar personagens ou tramas, mas brincar com os absurdos dos quadrinhos. Assim, a vida amorosa de Emily Locke (Vanessa Hudgens) serve apenas para revelar um problema real em um mundo de heróis e vilões: seu namorado pode ser um capanga do Charada.

Embora não tenha limites para as referências do universo DC - Batman, Mulher-Maravilha, Aquaman e Lanterna Verde são citados diversas vezes -, atrama é construída na periferia da DC. Personagens renomados são citados, mas não podem ser mostrados. Um empecilho compreensível, mas eventualmente limitador. Outra barreira para série é o seu canal. Transmitida nos EUA pela rede aberta NBC, Powerless poderia se beneficiar da liberdade dos canais fechados, ou até do conforto de nicho dos serviços de streaming. Há alguns recursos criativos (como palavrões censurados por sinais sonoros), mas fica a sensação de que os roteiros querem, mas não podem, ser mais escrachados.

Powerless não começa bem, mas aos poucos mostra como a DC pode ser grandiosa também na hora de rir de si mesma - como na década de 60 com Batman e agora com LEGO Batman. Vale torcer para que a série tenha chance aproveitar o seu potencial. Adam West, por exemplo, já foi confirmado em um dos episódios dessa primeira temporada. Ou seja, santa perspectiva boa.

A série é exibida no Brasil pelo canal pago Warner, sempre aos domingos, às 23h.

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