Se a DC enfrenta problemas nos cinemas, sua participação na TV está consolidada com séries como Arrow, The Flash e Supergirl, que entrou no hiato de sua terceira temporada com uma nova vilã e referências à morte do Superman. A transformação de Samantha (Odette Annable) em Reign ficou “paralisada” enquanto a Garota de Aço participava do bem sucedido crossover com outras séries da CW - leia sobre ele aqui -,mas voltou com tudo no episódio que leva seu nome.
Antes do confronto principal, porém, Kara precisa lidar com a presença constante de Mon-El, que retornou do futuro com uma esposa no episódio “Wake Up”. Embora a volta fosse algo esperado pelos fãs, afinal o ator Chris Wood participou da divulgação da temporada, a série faz isso sem jogar fora todo o aprendizado de Kara com sua perda. Como Mon-El estava no futuro e se apaixonou novamente, a trama deixa claro que eles dificilmente voltarão a ser um casal. Kara precisa agora conviver com a presença sem amor do ex-companheiro. É um aprendizado ainda mais duro para a Supergirl e o seriado mostra isso com a mesma coragem de quando tirou o personagem da Terra.
O paralelo também é válido para a jornada de Alex, que se separou recentemente de Maggie. Como em outros episódios, Supergirl coloca as duas irmãs superando juntas seus términos recentes e aprendendo que nenhum deles significa o fim do mundo. Uma mensagem importante para uma série que faz sucesso entre as adolescentes, que muitas vezes vivem dilemas amorosos de forma muito intensa.
Voltando para o confronto principal, ele acontece sem que Kara saiba a verdadeira identidade de sua oponente, o que deixa a luta mais limpa, mas segura uma emoção que com certamente será mostrada na volta da temporada. É importante ressaltar o quanto Reign tem potencial para ser uma grande oponente da Supergirl, embora sua motivação de “destruir um mundo de pecadores” sejam um pouco clichê. Como alguém que também tem veio de Krypton, ela tem o potencial de estimular as emoções da heroína e também gerar discussões sobre a presença de alienígenas na Terra, um caminho que a série já indicou nesse episódio.
Além disso, o alter-ego de Reign, Samantha, tem uma filha, e a presença constante da garota é um indicativo de que a trama pode ter uma resolução ligada à maternidade. Não será uma surpresa, por exemplo, se a menina, Ruby, for a responsável por parar o instinto destruidor da mãe. E isso não é um problema. Supergirl sempre acertou ao tratar de temas relacionados ao universo feminino sem diminuí-los. Falar sobre a ligação de uma mãe com sua filha é mais uma oportunidade de fazer isso.
No momento da ação, a luta entre Reign e Supergirl foi tão dura quanto precisava ser, deixando a protagonista derrotada. Há um uso inédito e interessante da câmera em primeira pessoa, mostrando tanto os golpes de uma, quanto de outra. Em algumas cenas também é possível ver claras referências à morte do Superman nos quadrinhos. Kara apanha de Reign em uma rua destruída, enquanto seus amigos assistem impotentes a tudo. É mais um atestado de como a série não esquece as origens de seu universo, mas também tem a coragem de criar algo novo em cima disso.
Supergirl retorna em 15 de janeiro e já existem algumas pistas sobre o episódio. A promo mostra que Kara está se recuperando enquanto a vilã começa seu reinado, mas o título do episódio dá uma nova esperança: “Legion of Super-Heroes”, o que indica que a heroína terá ajuda para defender a Terra. Independente do que aconteça, essa temporada de Supergirl estabeleceu uma melhora significativa nas suas cenas de ação, ao mesmo tempo em que dá importância aos seus personagens. Que continue assim por muito tempo.
