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The Walking Dead | Episódio 13 finalmente justifica a existência do Reino na série

Morgan e Carol voltam às origens em capítulo que aborda os perigos de sucumbir à loucura

Omelete
4 min de leitura
13.03.2017, às 02H01.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Pode-se dizer que "Bury Me Here", 13º episódio da sétima temporada de The Walking Dead, marcou a redenção de Carol e Morgan, dois dos personagens mais fortes da série. Sobreviventes desde a primeira temporada, os dois passaram por traumas semelhantes ao perder os filhos para o apocalipse zumbi e, nos últimos episódios, optaram por uma postura mais passiva diante dos eventos recentes - o que, para o espectador pode ser um tanto quanto entediante. Contudo, ver Carol já nos primeiros minutos questionando a ida de Rick ao Reino e, de quebra, dando conta de um pequeno grupo de zumbis foi suficiente para nos fazer lembrar do tamanho do seu potencial.

Logo no princípio do episódio, Morgan e Carol têm uma nova discussão sobre como estão as coisas em Alexandria. No décimo episódio, o encontro entre ela e Daryl decepcionou quando ele mentiu sobre a situação dos demais, omitindo o assassinato brutal de Glenn e Abraham. Morgan, em um primeiro momento, segue pelo mesmo caminho ao se recusar a contar à amiga sobre a dominação de Negan e dos Salvadores sobre o restante do grupo. Contudo, a trama resgata pequenos momentos anteriores para dar solidez ao caminhar da trama.

Quando, três episódios antes, Richard propôs à Daryl sacrificar Carol para irritar os Salvadores, a sugestão pareceu apenas um delírio impaciente para motivar o atrito entre Ezekiel e Negan. A cena foi, na verdade, a faísca necessária para justificar o comportamento de Richard em "Bury Me Here". O roteiro acertou ao criar os precedentes para que o espectador entendesse do que o personagem seria capaz para gerar um conflito que colocasse o Reino na guerra de Rick.

Richard sabotou a entrega acreditando que seu sacrifício secreto pelo grupo seria o gatilho necessário para disparar a fúria de Ezekiel. Obviamente, as coisas não saíram como esperado e quem acabou pagando com a vida foi Benjamin. O plano de Richard, de perder a própria vida em função de um melão seria eficiente se Morgan não tivesse percebido tudo. Quando ele estrangula Richard na frente de todos e revela que Benjamin havia morrido por conta de suas armações, isso de certa forma frearia o ódio de Ezekiel, fazendo com que, aparentemente, a possibilidade do Reino se unir à Alexandria contra Negan voltasse à estaca zero.

O problema é que quem acabou morrendo foi Benjamin, e isso não significa pouca coisa para Ezekiel. Perder seu pupilo por conta de um melão acendeu algo dentro do Rei e, para completar, finalmente Morgan contou a Carol sobre a morte de seus amigos. Como já era esperado, a revelação foi suficiente para tirá-la da sua reclusão e trazê-la de volta à ativa. Ver Morgan transformando seu cajado em uma lança também foi algo extremamente simbólico: estamos mais perto do que longe de ver os dois em ação contra quem realmente importa.

Aliás, falando em Morgan, é interessante pontuar que o episódio voltou a tocar em um dos aspectos mais interessantes do universo The Walking Dead: a luta para não sucumbir à loucura. Morgan, tal qual Rick, foi um dos personagens que mais sofreu com essa batalha interna. A série focou tanto tempo em mostrar que outros sobreviventes podem ser o principal perigo em um mundo devastado que os espectadores já haviam esquecido que, às vezes, a mente fragilizada pelas pressões da nova realidade pode ser o grande inimigo que cada personagem precisa enfrentar individualmente.

Por mais que as pessoas estejam ansiosas para ver o confronto entre Rick e Negan, a narrativa em The Walking Dead precisa mostrar alguma coerência. Se no episódio anterior Rick andou metade do caminho na missão para conseguir o apoio do grupo do lixão, em "Bury Me Here" foi a vez das coisas avançarem o necessário no Reino. O diálogo entre Carol e Ezekiel, quando ela o avisa que terão que lutar e ele responde que sim, mas que a batalha não iria acontecer naquele mesmo dia, é uma síntese do que esperar para os próximos episódios. Ainda que o Reino já esteja garantido na luta contra os Salvadores, falta Hilltop e metade da missão de Rick com Jadis. Até encerrar essa temporada teremos três episódios e, fazendo as contas direitinho, já dá para ter uma ideia do que esperar em cada um deles. The Walking Dead retorna às 23h30 do dia 19 de março - veja o teaser de "Strong Threats".

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