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The Walking Dead | Midseason finale entrega ótima trama e perspectivas sombrias de futuro

Episódio trouxe morte impactante

Omelete
5 min de leitura
11.12.2017, às 11H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H48

Os fãs de The Walking Dead já estão acostumados com a dinâmica da série de apresentar ótimos episódio tanto na conclusão das temporadas quanto em seu midseason finale. Com "How It's Gotta Be", oitavo episódio da oitava temporada e último antes do hiato que se prolonga até fevereiro de 2018, não foi diferente. De longe o melhor capítulo do novo ano até agora, a trama acertou não só a forma de amarrar os conflitos em cada núcleo como também em dar destaque na medida certa para cada personagem que merecia evoluir de alguma forma - ainda que o destaque tenha ficado com Carl (Chandler Riggs), confirmando a predição de Michonne (Danai Gurira) há alguns episódios, quando disse ao rapaz: "esse é o seu show". Ainda que a profecia não perdure por muito tempo, por um episódio ao menos, foi dele, de fato, o show.

[Cuidado com spoilers]

O ponto de partida do episódio foi: Negan (Jeffrey Dean Morgan) fugiu junto com sua trupe de sádicos. As consequências disso, é claro, foram sentidas em todas as comunidades que se revoltaram contra o déspota. Quanto mais tempo de tela Negan tem, mais ele coloca todos os outros vilões da série no bolso e é difícil imaginar como a série conseguirá superá-lo quando ele for uma ameaça controlada. Suas ações tanto em Alexandria quanto no Reino deixam claro o tamanho do problema que ele representa.

O episódio entregou a dimensão dos reflexos do ataque de Daryl (Norman Reedus) e Tara (Alanna Masterson) ao Santuário, ainda que não tenha tratado com o destaque merecido a punição da dupla por suas ações. Ainda que a fuga de Negan e os demais tenha sido garantida, de alguma forma, por Eugene (Josh McDermitt), o fato de dois homens de Rick (Andrew Lincoln) terem jogado uma horda de zumbis sobre pessoas inocentes fez com que Negan tivesse uma justificativa a mais para atacar Alexandria e deu motivo para seus seguidores o apoiarem nessa empreitada. Aliás, sobre Eugene, é difícil ver um final feliz para o personagem. Ainda que ele tenha ajudado Gabriel a fugir com o médico do Santuário para Hilltop, seu papel de agente duplo enrola cada vez mais uma corda ao redor do seu pescoço.

Sobre Hilltop, Maggie (Lauren Cohan) cada vez mais se mostra uma das melhores personagens da série. Após ser colocada contra a parede por Simon (Steven Ogg) e ver um dos seus homens morrer com uma bala na cabeça diante de seus olhos, a viúva de Glenn (Steven Yeun) assumiu sua postura mais combativa até agora e sacrificou um dos prisioneiros de guerra para mandar uma mensagem explícita a Negan: a jovem não abaixará a cabeça. E, é claro, ela sente o peso do fardo da liderança - a sobreposição das cenas dela altiva perante seus seguidores e chorando quando vira as costas mostra que não está sendo fácil, mas que ainda sim ela segue em frente.

Outro ponto interessante envolvendo lideranças envolveu Ezekiel (Khary Payton) e o Reino. O monarca saiu da inércia que estava desde o massacre de seus homens para defender justamente o que sobrou do seu povo. Em um movimento arriscado, o líder ajuda cada um dos seus seguidores a escapar e fica para trás para garantir a segurança deles - após tantos episódios sendo um dos personagens mais irritantes da série, The Walking Dead conseguiu dar algo de redenção a ele.

Uma cena que começa com aparência de fraca e se torna uma das melhores coisas do episódio é o diálogo entre Carl e Negan. Há complexidade no debate entre o herdeiro de Alexandria e o líder dos Salvadores que fazem o espectador se perguntar por uma fração de segundos se, de fato, existe lado errado ou lado certo na história. A trama de gato e rato entre Rick e Negan fez vítimas de todos os lados, entre culpados e inocentes. Enquanto o destino óbvio da guerra é a derrota de um dos lados, o discurso de Carl levanta a questão se essa meta vale a pena levando em conta o processo de destruição no meio do caminho. A conversa com Negan nada mais é que uma continuação do diálogo entre o rapaz e Rick, quando ele questiona qual o propósito exatamente deles ainda estarem lutando.

No meio de todo o arco de Carl, há várias cenas interessantes, como a retomada conturbada do arco de Oceanside e Michonne enfurecida com a katana. O grande trunfo do episódio está, contudo, em algo que vinha sendo negligenciado desde a trama do Governador: a ameaça zumbi. Em uma reviravolta inacreditável, Carl meteu o dedo em uma ferida esquecida. Nas primeiras temporada, antes de guerras territoriais, a grande preocupação coletiva era a possibilidade do ataque inesperado de um zumbi - vários personagens se despediram assim, como Dale (Jeffrey DeMunn) e Amy (Emma Bell). Essa imprevisibilidade foi sendo eclipsada pelos conflitos entre os próprios sobreviventes, mas sempre esteve ali. Em seu retorno ao primeiro plano, ela aparece de forma brutal: colocando Carl no corredor da morte sob a forma de uma mordida em seu abdômen.

Além da perda de mais um dos personagens que segue desde a primeira temporada, a morte de Carl retoma a pergunta que o jovem fez ao próprio pai sobre o porquê de ainda estarem lutando. Desde o começo de The Walking Dead, a motivação primária de Rick era proteger sua família. Lori (Sara Callies) já se foi e, agora, é Carl que se prepara para a derradeira despedida. Além de mostrar o impacto disso em Rick - e em Michonne também, que tinha já o rapaz como um filho -, os próximos episódios de The Walking Dead precisarão retirar uma pouco da neblina da frente do flashfoward de Rick, onde ele se enxergava em um futuro tranquilo ao lado de toda sua família - incluindo Carl, algo bastante improvável face os últimos eventos.

A série retorna em 11 de fevereiro de 2018. No Brasil, The Walking Dead é transmitida pelo canal pago Fox.

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