Alianças inusitadas parecem ser um tema recorrente na quinta temporada de Vikings. Com "The Prisoner", "The Message" e "Full Moon", capítulos cinco, seis e sete, o seriado criou "equipes" para disputar uma guerra cada vez mais próxima.
[Cuidado! Spoilers da quinta temporada de Vikings abaixo]
O quinto episódio começa logo após a retomada de York pelos ingleses. O exército saxão comemora e já planeja cerimônias quando são surpreendidos pelos vikings, escondidos no esgoto da cidade. O momento serve para bater na tecla de que Ivar (Alex Hogh Andersen) é um grande estrategista, algo que já foi dito. Isso cria uma sensação de repetição, como se o programa não estivesse confiante de que sua mensagem foi captada pelo público. Felizmente, a cena de batalha em si compensa com ótimos momentos de um sangrento conflito claustrofóbico.
No meio de toda a batalha, é interessante ver como a disputa entre Ivar e Heahmund é respeitosa, apesar de brutal: há certa honra entre guerreiros. Ter isso bem definido é o que faz o embate funcionar e deixa emocionante os momentos onde ambos se enfrentam. O nórdico derrota e captura o bispo, tendo-o como prisioneiro. Ao invés de humilhação ou tortura, Ivar oferece parceria na vindoura guerra contra Lagertha (Katheryn Winnick), dando a oportunidade de completar sua missão de "aniquilar os guerreiros pagãos" ao mesmo tempo que serve os interesses do Desossado, Hvitserk (Marco Ilso) e do rei Harald (Peter Franzén) .
Em certos momentos, a estranha relação que compartilham remete a de Ragnar (Travis Fimmel) e Athelstan (George Blagden): ambos são apresentados como opostos, e tê-los interagindo traz uma troca de informações, perspectivas e experiências muita rica para entender o vasto contexto histórico da série.
Explorar as diferenças e colocar o contexto histórico em primeiro plano também é o ponto central do arco de Bjorn (Alexander Ludwig). Na sua jornada pelo oriente médio, o guerreiro viking serve como os olhos dos espectadores para apresentar a política, tradições e costumes daquele povo. Além de expandir mais o universo da série, ter essas comparações mostram que Vikings contextualizou tão bem a cultura de seus protagonistas que seus hábitos e crenças já se parecem cotidianos aos espectador, causando contraste com outras formas de sociedade.
Mas isso não vai durar muito.
Calmaria antes da tempestade
O que "The Message" e "Full Moon" deixam claro é que os dias da narrativa fragmentada estão para acabar. A trama, que começou espalhada ao redor do mundo, agora parece estar diminuindo sua quantidade de núcleos: Ivar se junta a Hvitserk, Harald e Heahmund para combater Lagertha e sair da sombra de seu pai; Bjorn reúne guerreiros para lutar pela sua mãe e defender seu lar ao lado de Ubbe (Jordan Patrick Smith).
Tal como nos anos anteriores, a temporada agora indica que retornará a girar em torno da pequena cidade nórdica - mas isso não acontecerá sem muito derramamento de sangue. O conflito pode trazer grandes mudanças para Vikings, como a possível saída de Lagertha da série, com a atriz Katheryn Winnick passando para o posto de diretora nos episódios futuros.
A batalha é inevitável e iminente. Anteriormente, o criador Michael Hirst já havia afirmado que será um melhores episódios do programa: "A batalha por Kattegat sempre será intensa para os filhos, porque é onde o pai deles reinou. Ragnar não gostava de ser rei, mas ele era e agora seus filhos terão que ser. É uma coisa de pai e filho. Espere só para ver o episódio dez da quinta temporada. A batalha por Kattegat é a coisa mais extraordinária que já gravamos."
Seja como for, Vikings pode novamente mudar de rumo ao eliminar uma de suas personagens mais antigas e dar motivos concretos para uma guerra civil dentro do clã Lothbrok.
Vikings é transmitida simultaneamente pelo canal pago Fox Premium 2 todas as quintas, às 1h da manhã - com reprises às 22h do mesmo dia. Além disso, os capítulos entram para o catálogo do serviço de streaming Fox Play na manhã seguinte à exibição original. As temporadas anteriores estão também no catálogo da Netflix.