Séries e TV

Entrevista

"É preciso entender quando é piada e quando é opinião", diz Marco Luque sobre polêmicas no humor

Comediante está na Netflix com espetáculo Tamo Junto

30.06.2017, às 17H19.
Atualizada em 30.06.2017, ÀS 18H00

Tenho mais essa alma de palhaço”, explica Marco Luque sobre o estilo que o afasta das polêmicas que cercam comediantes como seus ex-colegas de CQC Rafinha Bastos e Danilo Gentili. Humor leve que ele agora leva para a Netflix com Tamo Junto, show de stand-up premiado que foca em piadas clássicas sobre cotidiano, relacionamento e manias.  

Isso é muito legal que a gente vê a galera se identificando na plateia, um cutucando o outro. Falo de cinema, fala de cachorro, é muita coisa que a galera se identifica.  Falam ‘eu conheço alguém que faz isso, eu faço isso, ou eu e meu marido, ou eu e minha esposa, a gente vive essa situação’”, comemora Luque.

O humor leve vem da personalidade do comediante, que se define como menos agressivo. “É estilo, né? Acho que vai de cada um, de cada artista. Meu instinto é fazer a galera rir mesmo, sem apontar o dedo para ninguém, sem ofender ninguém”. Ainda assim, Luque defende os colegas que optam por um caminho mais polêmico: “Cada um sabe e conhece o seu limite. Cada um vai até onde acha que deve. É uma escolha do artista, ele tem a liberdade total de fazer o que bem quiser com a arte dele e ele vai sofrer as consequências disso. Acho super válido, tem que ter esse tipo de artista, mas para mim, é uma postura, um estilo que me incomoda um pouco, prefiro não ir para esse caminho”. O importante, explica, é a variedade: “O mercado tem espaço para todo tipo de arte. A gente não pode restringir. Acho até um pouco chato essa pressão do politicamente correto, a gente tem que entender quando é uma piada e quando é uma opinião”.

Luque defende uma liberdade de expressão com consciência, já  que  comediante “tem responsabilidade, tem que saber que ele tem seguidores, que a palavra dele tem peso”.  Influência que deve ser usada para um bem maior: “É por isso que muitos artistas fazem questão de abordar esses assuntos, abrir o olho de uma galera em relação a um político, ou alguém que tá se posicionando de forma errada para um futuro melhor da sociedade. A gente tem que viver em uma sociedade sem preconceito, com muito amor, podendo abraçar muitas causas, levantar bandeiras que não deveriam ser queimadas”.

Essa generosidade de opiniões define Marco Luque e seu Tamo Junto, que ele vê como um “instrumento para levar alegria, leveza e felicidade no coração das pessoas”.

Tamo Junto já está disponível na Netflix.

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