Douglas Silva, Verónica Llinás e Andrea Frigerio em How to Be a Carioca

Créditos da imagem: How to Be a Carioca/Star+/Reprodução

Séries e TV

Entrevista

Com How to Be a Carioca, Saldanha quer retratar “o Rio que a gente esquece”

Estrelada por Seu Jorge, série revisita a essência da cidade através do contraste com outras culturas

Omelete
5 min de leitura
21.10.2023, às 06H00.

Não deve ser surpreendente para ninguém ver o nome de Carlos Saldanha entre os criadores de How to Be a Carioca, nova série nacional do Star+. Nascido na capital fluminense, o diretor tornou seu carinho pela Cidade Maravilhosa bem público na animação Rio, quando apresentou o Cristo Redentor e tantos outros cartões postais para famílias do mundo todo. Mas, talvez, o que surpreenda neste projeto seja mesmo a maneira como ele e a também criadora e diretora Joana Mariani reintroduzem a cidade, tão cheia de símbolos, a estes mesmos espectadores.

Estrelada por Seu Jorge, a série acompanha as histórias de cinco estrangeiros que, por uma razão ou por outra, vieram parar no Rio de Janeiro. Conforme tentam resolver seus problemas pessoais e descobrem a pluralidade da cidade, seus caminhos se cruzam com um sujeito especial, que vai ensiná-los a perspectiva única do carioca, seja sobre religião, improviso ou preconceitos.

No dia da estreia de How to Be a Carioca, o Omelete conversou com Saldanha, Mariani e Seu Jorge para entender que Rio de Janeiro é esse que revelam para o mundo e o quanto da sua vida pessoal emprestaram para a ficção.

 

OMELETE: Com um título desses, não dá nem para fingir que a série não é um baita cartão postal da cidade. Mas que Rio de Janeiro é esse que vocês queriam reapresentar para o Brasil e para o mundo?

CARLOS SALDANHA: Acho que é o Rio de Janeiro da essência. É o Rio de Janeiro que a gente às vezes esquece, às vezes ignora. É o Rio de Janeiro que ainda tem sua bondade e sua generosidade. Nessa série a gente mostra os dois lados, inclusive a dor, as dificuldades e os problemas, mas com uma solução carioca. Com um estado de espírito que traz uma leveza e uma emoção real.

SEU JORGE: Concordo totalmente. Essa série tem esse encontro com a sutileza. Você vê o mundo todo indo para o Rio e convivendo com a cidade e seus desafios, com esses personagens peculiares que fazem esse Rio ainda existir. Que fazem a gente lembrar que tem esse lugar informal que você passeia de shorts e chinelo, onde você encontra pessoas menos engessadas, mais soltas e mais abertas. Essa série fala um pouquinho disso.

A ideia de apresentar a cultura do Rio de Janeiro pelo contraste é bastante interessante e original, mas existe ali um perigo de cair no estereótipo, né? Porque a imagem do Brasil e do Rio já está bastante solidificada na cabeça das pessoas. Que tipo de cuidado vocês tiveram para lidar com esse contraste?

JOANA MARIANI: O estereótipo é ruim quando ele é óbvio. Aqui, por exemplo, temos três cariocas desterrados: eu e Jorge morando em São Paulo e Carlos morando em Nova York. Então, quando você se desloca um pouco, o olhar de fora é um pouco mais crítico, mais atento e um pouco menos viciado de quem tá dentro. Quando a gente foi escrever a série, quando a gente pensou no Francisco, nos personagens estrangeiros e brasileiros, a gente teve um cuidado para não cair no óbvio. Você vai ver que a gente atirou para todos os lados, porque essa também é uma característica do Rio, né? Ele é muito amplo. Você pode falar de tudo. E, olha, a gente tem material para mais 144 episódios.

Seu Jorge, pelo menos à primeira vista, você e o Francisco se parecem muito. Interpretar um personagem que se assemelha a você é mais fácil ou mais difícil?

SJ: É extremamente mais difícil. Porém, eu conto com uma coisa: ninguém me conhece mesmo, né? Conhece Seu Jorge. O Jorge Mário ninguém conhece [risos]. Mas essa caminhada dele na música é muito próxima da minha, e eu quis me emprestar um pouco para isso. Particularmente, na minha cabeça, ele não é um cara que pensa em ficar famoso. Ele só quer uma oportunidade de ajeitar a vida. Vejo mais um foco nesse cara que convive com todo mundo, desde a criança até a pessoa mais velha, e é querido por todos. Tinha uma coisa engraçada no Vidigal, que eu me aproveitei nessa história [do personagem] ser muito próximo. Porque eu tinha umas cenas que eu fazia pilotando moto, subindo e descendo, e a galera me cumprimentava 'e aí, Seu Jorge?!'. Usava isso para Francisco [risos], porque ele precisava ser esse cara popular, entendeu? Isso estava mais na mão, era fácil. Mas, se eu deixasse solto, talvez eu estivesse contando mais sobre mim do que sobre esse cara.

Vocês pegaram alguma experiência pessoal emprestada e colocaram na série?

CS: A gente foi atrás de situações que a gente também se conectava.”'Isso aqui já aconteceu comigo. Isso aqui já rolou com turista”. Uma coisa que eu acho muito legal da série e que o Seu Jorge também traz muito é a questão da amizade, né? No episódio da Argentina, a gente fala muito sobre isso. Se você quer conseguir alguma coisa com um carioca, você tem que ser amigo do cara. É uma coisa muito legal e que acontece comigo também. Eu converso com todo mundo e isso dá um acesso. As coisas ficam mais fáceis e mais doces.

JM: Por exemplo, eu queria muito que o Carlos dirigisse essa série. Aí eu fiquei amiga dele...

Com seis episódios, How to Be a Carioca está disponível no Star+.

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