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Confederate | Ativistas criticam premissa racial da nova série de TV dos criadores de Game of Thrones

Seriado da HBO é acusado de tratar de tema delicado em momento complicado para os EUA

01.08.2017, às 15H15.
Atualizada em 01.08.2017, ÀS 16H03

Confederate, a nova série dos criadores de Game of Thrones, está sendo alvo de polêmicas nos Estados Unidos. A informação é do Hollywood Reporter.

Criação de David Benioff e D.B. Weiss, a trama acompanhará "os eventos que levaram à Terceira Guerra Civil Americana". O programa se passará em uma linha temporal alternativa onde os estados do sul levaram a melhor, efetivamente criando uma nação que tem a mão de obra escrava como base. A história será contada por personagens de ambos os lados do conflito, como lutadores da resistência, caçadores de escravos, políticos, jornalistas e mais.

É justamente esse conceito que causou polêmica, com críticas indicando que pode ser perigoso para o momento atual dos Estados Unidos. "O que torna a premissa fundamentalmente problemática é que ameaça a apagar a verdadeira história. Há muita desinformação proposital em relação ao ensino da Guerra Civil, e isso basicamente reescreve a história negra dos últimos 150 anos. Nós combatemos o racismo através do ensino da história, então é perigoso apresentar realidades alternativas quando as pessoas ainda não conhecem bem os fatos", diz a ativista Bree Newsome.

Ela também responde as comparações feitas com The Man in the High Castle, seriado da Amazon que adapta a obra de Philip K. Dick onde os nazistas ganharam a Segunda Guerra Mundial. "Não temos monumentos nazistas na vida real. As pessoas sabem muito bem que a causa nazista era errado, mas isso não é tão bem definido com a Confederação. Nós normalizamos isso: há um Norte e um Sul, e cada um tinha suas causas. Isso equaliza eles, como se as razões para a abolição são tão válidas quando as razões para a escravidão."

Joshue Rothman, do curso de história da Universidade do Alabama, indica que o seriado terá que tomar cuidado na representação dos escravos, sempre lembrando que os mesmos ajudaram na própria liberação. "Assim que a chance apareceu, eles se envolveram. As políticas do governo federal e coisas acontecendo no exército foram obviamente cruciais, mas pessoas escravizadas estavam liderando e colocando o governo em uma situação onde era preciso uma respostas. Se você vai fazer essa série, é preciso mostrando que os escravos não estavam apenas esperando serem libertados."

Até o momento, o único comentário da HBO veio por parte de Casey Bloys, presidente de programação da emissora que, durante o TCA, afirmou que espera que o público julgue o seriado "por o que ele é ao invés do que ele pode ser".

Seja como for, a produção de Confederate começa logo após a conclusão de Game of Thrones, que deve acontecer em 2018 ou 2019. Tanto Benioff quanto Weiss servirão como showrunners, mas também produtores executivos e roteiristas ao lado de Nichelle Tramble Spelmman (JustifiedThe Good Wife) e Malcom Spellman (Empire).

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