Séries e TV

Crítica

Sense8 - 1ª Temporada | Crítica

Série ousa e acerta em cheio

07.06.2015, às 18H59.
Atualizada em 07.06.2015, ÀS 22H54

Sense8 está longe de ser uma série simplória. Cheia de minuciosidades, ela chega com propostas ousadas e ideias interessantes que parecem um conto louco ao início, mas todos sentam ao redor do narrador para saber mais. Não há muito o que explicar sobre a série que já não disse no Da Frigideira, então seguimos em frente.

Não demora para compreendermos quem são aquelas oito pessoas e, logo, mais perguntas são respondidas. Sense8 não é uma das séries que deixa tramas no ar, tudo é devidamente explicado mas sem passar a sensação de que é você quem precisa entender aqueles pormenores. Assim como nós, espectadores, os sensates (sensitivos, no português) foram atirados em meio a um redemoinho de alucinações e sensações estranhas, de uma conspiração mundial. É mais fácil, desta forma, nos explicar aos poucos o que está acontecendo quando Jonas (Naveen Andrews) passa a ser o principal veículo de situação tanto dos protagonistas, como de nós mesmos.

Não vale a pena adentrar os pormenores de Sense8. Cada diálogo explicativo cabe perfeitamente em seu momento, assim como as histórias de origem de cada um dos protagonistas. Os 12 episódios são preenchidos de forma a não deixar nenhum buraco, assim como também não fica faltando espaço para ninguém. Sense8 pode ser uma das primeiras produções televisivas que realmente se encaixa no molde de um "filme grande". As 12 horas têm três atos mas, ao mesmo tempo, cada hora individual cumpre sua tarefa de instigação, pede o próximo episódio, mas satisfaz momentaneamente.

Além de borrar a barreira entre filme e TV, Sense8 também cumpre um papel importante no gênero do sobrenatural. Sem deixar os pés no chão, mas sem sair muito da realidade, os Wachowski e J. Michael Straczynski se apoiam no conceito de regras pré-definidas e as seguem até o fim. Não há reviravoltas mirabolantes e complicadas de se estabelecer na narrativa. Tudo faz sentido dentro daquele contexto.

De um ponto de vista técnico, Sense8 impressiona com sua montagem impecável. Foram alguns meses de gravações em pelo menos oito países e muitas cenas que se passavam simultaneamente em dois, três, até quatro países diferentes. Os melhores momentos da série são sempre aqueles que mostram os sensitivos como um grupo, sendo isso voluntário ou não. Afinal, o que um sente, todos sentem.

Mas o maior triunfo da série é, de longe, a forma como são retratadas todas as culturas que aborda. Indiana, americana LGBT, alemã, coreana, latina... Não há estereótipos, não há clichês, não há exageros. Tudo é normal dentro do seu contexto e serve seu propósito dentro do grupo de sensitivos. Sense8 é a prova final de que precisamos de mais ousadias na TV. Não dá pra ficar parado, fazendo remake, reboot e não se arriscar. Finalmente, a redenção de Andy e Lana.

Os 12 episódios da primeira temporada de Sense8 já estão disponíveis na Netflix. Assista abaixo ao trailer da série:

Nota do Crítico
Excelente!

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