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The Brink | "A TV é o melhor lugar para se estar agora", diz Jack Black sobre sua série

Atores da comédia da HBO falaram sobre a situação atual de Hollywood, tirar sarro do governo americano e muito mais em entrevista exclusiva

21.08.2015, às 18H04.
Atualizada em 10.11.2016, ÀS 07H06

Que os Estados Unidos se acham o centro do mundo, todos já sabíamos. Que eles se autodeterminaram protetores das armas nucelares e dos bons costumes também. É diferente, porém, ver qualquer produção realizada no país abordar o próprio governo com imparcialidade e sem visão turva. É assim que The Brink segue em sua primeira temporada, mostrando o despreparo de alguns representantes americanos - as vezes até mesmo do presidente - em lidar com delicadas situações internacionais.

"Espero que nossos espectadores internacionais tenham percebido nossa capacidade de ressaltar as disfunções que existem na política americana e nossa habilidade de fazer isso sem exaltá-la. O que eu gosto sobre a maneira como a série foi escrita é que ela é corajosa o suficiente para retratar a política americana como uma coisa falha. Existe um certo nível de insanidade em alguns pontos do governo, mas também existem pessoas com boas intenções. É justamente a batalha entre essas pessoas de boas intenções e aqueles que têm uma visão muito limitada do mundo que tem sido travada nos últimos 20 anos", disse Tim Robbins, o secretário de estado Walter Larson, em entrevista exclusiva ao Omelete.

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The Brink ainda acaba se distanciando ainda mais de outras produções que lidam com o governo americano por não colocar o presidente da nação como foco central da trama. "Como estamos lidando com geopolítica, é preciso acompanhar e ir em viagens, então é mais interessante acompanhar alguém que tenha esse tipo de mobilidade", disse Aasif Mandvi, roteirista, produtor e ator que vive Rafiq na série. "O presidente fica muito preso no seu escritório, então ele não é um personagem tão interessante quanto o secretário de estado", completou.

Para atingir um certo nível de comédia ligada à sátira política, a produção acabou se inspirando em Dr. Strangelove, o filme do Kubrick, além de uma referência um pouco mais recente que serviu de inspiração para Jack Black: "Eu diria que foi Homeland. Fiquei muito animado com aquela série quando estava assistindo. Queria muito fazer algo que fosse parecido com aquilo", contou o ator.

Black e Robbins, atores conhecidos por seus papéis no cinema, chegaram a comentar também sobre sua incursão na TV e a importância da mídia da cultura de hoje em dia. "A TV é um o melhor lugar para se estar agora, especialmente na HBO", disse Black. "A televisão tem um público intrínseco. Eles ainda pagam bons salários para os roteiristas, o que fez com que os melhores tenham migrando para a TV. Foi assim que chegamos a esse momento único e lindo no qual um filme de dez horas de duração é possível. Eu sonhava com isso quando eu era um aspirante a escritor. Por causa das maratonas, as pessoas agora podem criar um arco de dez, 12 horas. É como escrever um romance", completou Robbins.

"Tem muita coisa boa acontecendo em várias emissoras agora. Eu amo Game of Thrones, estou assistindo àquela série da galera do Vale do Silício [Silicon Valley], também vejo Unbreakable Kimmy Schimidt na Netflix", contou Black sobre os programas que têm assistido ultimamente "House of Cards eu vi tudo até essa última temporada, que ficou meio chato... Ficar no topo não é interessante quanto o caminho até o topo", disse o ator sobre o terceiro ano da premiada série política sobre Frank Underwood (Kevin Spacey).

Aproveitando sobre a conversa sobre o momento atual de Hollywood e sua falta de criatividade, Black comentou também sobre a nova série de TV que a MTV produz baseada em Escola de Rock: "Eu espero que seja bom, porque um dos momentos de maior orgulho da minha carreira foi fazer esse filme", contou o ator. "Então sempre que alguém faz algo que carrega o nome Escola do Rock, eu quero que seja um sucesso, porque de certa forma só acrescenta ao legado do projeto", finalizou.

The Brink, que exibe seu último episódio neste domingo, 23 de agosto, na HBO, já tem sua segunda temporada garantida. Mandvi comentou que o novo ano da série de seguir para a Rússia, enquanto a possível terceira temporada pode chegar à América Latina. "Vamos basicamente lidar com questões parecidas sob pontos de vistas geopolíticos diferentes", explicou. Será que podemos chegar a ver a TV estadunidense abordando de qualquer forma a situação política do Brasil? Teremos que aguardar para descobrir.

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