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Com ótimo início, X-Men 97' resgata essência da Marvel sem depender da nostalgia

Animação adapta sagas dos quadrinhos e atualiza importantes temas que marcam as histórias do mutantes

Omelete
3 min de leitura
20.03.2024, às 16H43.
Atualizada em 20.03.2024, ÀS 18H05

O primeiro anúncio de X-Men 97' trouxe a impressão imediata de que a Marvel estava novamente apostando na nostalgia para atrair atenção. Não era uma noção exatamente errada, porém, com a fase complicada que a Casa das Ideias passa no mundo audiovisual, era de se esperar que a produção se abastecesse apenas disso. Felizmente, não é o que acontece. A continuação da clássica série dos anos 1990 não se apoia somente na estética noventista e vai além, resgatando temas como preconceito, segregação e tolerância, que fizeram os mutantes um grupo tão importante na Marvel, seja nos quadrinhos ou nas telas.

Os primeiros episódios mostram um mundo onde o Professor Xavier está morto (ou somente afastado) e os X-Men, além de terem Ciclope como líder, vivem numa Terra em que a luta entre humanos e mutantes segue — mas, agora, em tribunais mais importantes como a ONU e nas ruas de grandes capitais. Como inimigo, eles têm o Executor X, um líder dos supremacistas que querem o extermínio dos mutantes. Depois, seu arqui-inimigo ressurge: Magneto volta agora com cabelos longos e novo visual, tendo herdado os bens de Xavier, incluindo a Mansão X e a liderança dos X-Men.

O roteiro de Beau DeMayo recapitula os acontecimentos passados e apresenta a equipe a partir do Mancha Solar, novo membro da Fundação Xavier. Assim como foi com Jubileu, o personagem serve como uma ponte para iniciantes e um veículo da estranheza que é entrar num mundo já estabelecido. Porém, mais importante é notar a forma como todo o texto de DeMayo passeia entre os casos amorosos — ou simplesmente domésticos na Mansão — até as discussões sobre pautas como a tolerância e a incapacidade dos humanos em aceitar o diferente.

X-Men 97' em nenhum momento se esconde da missão de apresentar o mundo real para o espectador atual, já que replica a invasão do Capitólio quase que literalmente, com o Executor X e seus súditos tomando a sede da ONU e falando: "vocês só sabem reclamar". O mesmo serve para Gyrich, responsável pela morte de Xavier que, em determinado momento, diz que "vocês estão na moda, mas no fundo sabemos que tolerância à vocês significa nossa extinção". Ou seja, ao mesmo tempo que a essência dos X-Men é vista em tela, a série dá conta de incluir triângulos amorosos e desentendimentos entre a equipe.

Como resultado, essa troca de escala e problemas funciona bem e introduz os X-Men da melhor forma possível ao mundo da Marvel na Disney.

Novos episódios de X-Men '97 vão ao ar toda quarta-feira no Disney+.

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