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127 Horas - Omelete Entrevista: Danny Boyle e James Franco

Diretor e ator focam em sua relação de trabalho

18.02.2011, às 15H52.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 16H51

O diretor Danny Boyle (Extermínio, Quem Quer Ser Um Milionário?) e James Franco (Segurando as Pontas, Milk) conversaram com nosso correspondente Steve Weintraub, editor do site Collider,  em Los Angeles para a divulgação de 127 Horas.

Na conversa eles falam sobre seus primeiros encontros, onde Boyle explica que achou Franco estranhamente relaxado na primeira reunião, dão suas opiniões sobre os relatos de desmaios durante as exibições, além de explicar o uso de dois diretor de fotografia que possibilitou que o filme tivesse mais dinâmica para compensar a falta de personagens.

É um prazer encontrar vocês dois parabéns pelo filme. Estou curioso, vocês obviamente trabalharam muito próximos neste filme e vocês estão muito
envolvidos em cada cena... Estou curioso para saber como foram as primeiras reuniões, quando vocês começaram a conversar sobre trabalhar, porque vocês iriam passar muito tempo juntos.

DB: É... ele é mais devagar que eu... Mas é verdade. Nos encontramos com ele... Christian, o produtor, e eu encontramos com ele neste quarto, neste escritório em Nova York, e eu juro que achei que ele estava chapado. Pensei: "Como ele pode estar tão relaxado em uma reunião?". A gente depois percebeu que ele é bem animado, mas gosta de ir devagar. Não sei como ele chegou ao fim do roteiro desse jeito. Mas então nos encontramos de novo...

JF: É difícil entender, porque eu não terminei...

DB: Então nos encontramos de novo e... Alguém me disse para não desistir dele. "Não se preocupe com isso, é uma técnica que ele usa, é assim que ele funciona." Ele vê as coisas assim. Você vai ver que ele é incansável, o que é verdade. Bem ao contrário. Então nos encontramos de novo e ele leu o roteiro para nós, e foi extraordinário. Porque eles não se parecem. Ele não é uma escolha óbvia. Mas é uma escolha fácil.

JF: Eu lembro que você fez uma coisa... Porque eu li um tipo de discurso que eventualmente virou um dos diários em vídeo, que a gente não usou, mas mudou um pouco. Mas foi isso que eu li, e li duas vezes. E eu lembro do Danny assistindo de novo e ele cobria o meu cabelo na tela porque eu acho que... talvez... Você obviamente gostou da performance,  mas acho que eu não parecia o Aron fisicamente, o cabelo não...

DB: Eu trabalhei muito com o Aron e vi muitas fotos dele, e toda aquela parafernália te distrai. Mas você só quer se concentrar nos olhos e nas falas dele.

E isso funcionou muito bem. Essa...

DB: É. Estamos muito orgulhosos,com certeza.

Tenho que perguntar, porque tem muito burburinho na internet falando que as pessoas desmaiam assitindo ao filme. Vocês ouviram falar sobre isso? E o que acham disso?

DB: Achamos que é um filme muito intenso... mas achamos que a questão chave é que as pessoas entram em uma jornada com ele. Não é uma coisa nojenta, não é assim, não é um filme de terror ou qualquer coisa assim. Mas é honesto e fiel a algo extraordinário que ele faz no final do filme. Mas as pessoas entram em uma jornada não só física, mas mental que o James nos leva, passando por esses níveis de dor... Fica claro, para a maior parte da audiência, incluindo aqueles que foram afetados, que eles querem entrar nessa jornada com ele, é o topo, é o clímax, é quase de tirar o fôlego. As pessoas se surpreendem muito com aquele momento, mas elas continuam ali. Sem pestanejar, que é o que eu imaginava que aconteceria. Porque é pesado. É uma história pesada. Mas as pessoas queriam ir nessa jornada com ele, porque quando se chega lá você atinge essa euforia, como o Aron chama, esse ecstasy. É muito profundo, não é uma animação pobre de você ganhar vida novamente, de algo renascendo, uma segunda chance, que você pode continuar. É isso que faz da história tão incrível e inspiradora. Ela consegue conectar a todos nessa jornada.

JF: Outra questão chave é que mesmo as pessoas que vieram até mim e disseram que foi intenso elas nunca ficaram nervosas, sem acreditar que havíamos feito aquilo com elas. É sempre... Revigorante ou... edificante. Com certeza é intenso, mas o jeito como é tratado, e todo o arco do filme deseja trazer a audiência para dentro de algo intenso, mas nunca ser negativo ou causar mal. É como se aquela cena fosse uma passagem necessária para a audiência.

Tenho que encerrar, mas ainda tenho que perguntar outra coisa: Vocês filmaram com dois diretores de fotografia. Queria saber se vocês podiam falar sobre isso, porque achei fascinante.

DB: Queríamos usar dois porque pensamos que eles criariam estilos diferentes que seria uma das variações no filme para compensar  a falta da personagens, a não ser por James. Mas acabou não funcionando. Ao invés disso tinham esse vocabulário incrível estabelecido com o James em termos dos aspectos físicos deste lugar incrivelmente pequeno. Então é... Na verdade é um filme muito ativo mesmo que você pense que ele não pode se mexer e que ficará muito inactivo ou inerte… Não é como se ele se mexesse o tempo todo, muito disso é a atuação, a jornada mental e emocional por qual ele passa como personagem. Mas também a ambientação que eles querem atingir com câmeras pequenas neste lugar brutal. Então também é um filme revigorante de se assistir, física e dinamicamente. Isso é crédito deles, Anthony Dod Mantle e Enrique Chediak, estou muito orgulhoso do
trabalho que fizeram com James.

Legal. Tenho que encerrar. Muito obrigado e parabéns.

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