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The Walking Dead | Omelete Entrevista Andrew Lincoln e Norman Reedus

Atores falam sobre o novo vilão do seriado

29.07.2012, às 23H13.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H17

O Omelete tomou café-da-manhã com os atores Andrew Lincoln e Norman Reedus de The Walking Dead durante a Comic-Con 2012.

Eles falaram sobre como é estar pela terceira vez no evento de San Diego para promover a série, conversaram sobre o novo vilão do programa, o Governador, e como é trabalhar com o seu intérprete, David Morrissey.

Por que vocês acham que o programa está fazendo tanto sucesso?

Norman Reedus: Eu não sei. Eu acho que é o companheirismo. O que você faz para ajudar o companheiro. Quem você irá proteger, e em quem pode confiar. Isso tem muito a ver. Eu não sei, mas o mundo inteiro está louco por zumbis.

Terá um pulo temporal entre uma temporada e outra?

Andrew Lincoln: Nós não podemos falar sobre isso. Mas nós podemos falar da prisão, se vocês quiserem.

NR: Nós não podemos falar sobre pulo de tempo?

AL: Não. Essa é a primeira regra do Clube da Luta. Não fale sobre isso. Se existir um. Mas eu diria que tem... Não respondendo à sua pergunta. Tem um certo desenvolvimento dos personagens... Eu acho que todos esses personagens mudaram,  por causa do ambiente e do mundo. E eu acho, falando pelo Rick, é que... Eu li A Estrada, de Cormac McCarhty, e o guardei para esta temporada. E foi muito interessante, porque eu acho que, psicologicamente, é onde o Rick está no momento. Ele tem afastado as pessoas para proteger o seu grupo. E ele continua fazendo isso. E, ao fazer isso, ele perde a sua humanidade. E eu acho, com certeza, pelo o que conversei com os escritores, que a sua jornada nesta temporada é sobre perceber que ele precisa de outras pessoas. E eu acho que esta relação é essencial para ele, junto também com outros personagens novos, talvez.

NR: E Daryl é meio que o oposto. Daryl está procurando o seu lugar no mundo, tentando ser apreciado, e querendo encontrar coisas pelas quais vale a pena lutar. É meio que o oposto. É interessante esses personagens nas suas diferentes jornadas, e como eles se juntam para trabalhar a favor ou contra uns aos outros. É muito interessante.

No programa qualquer um pode morrer a qualquer momento. Como vocês lidam com isso?

AL: Eu não sei como sobrevivemos até agora. Ainda temos medo. Acredite em mim. Mas eu acho que é uma das coisas emocionantes do programa, eu espero. Nós não queremos que o público sinta que alguém nunca irá morrer. Qualquer um pode morrer a qualquer momento. E eu acho que soma uma outra dimensão para o programa.

NR: A descrição do nosso trabalho é muito parecida com a dos nossos personagens.

AL: Sim, muito.

NR: Lutando pela sua vida.

AL: Lutando pela sua vida.

Vocês se acostumaram com a maquiagem usada no programa?

AL: Não. Porque a KNB, a equipe de Greg Nicotero é maravilhosa. E eles continuam inventando maneiras novas de nos chocar. Eu realmente acho que é assim que eles pensam: "Se nós chocarmos o elenco, significa que estamos fazendo o nosso trabalho direito." Tem algo que acontece no final do primeiro episódio. Nós tínhamos filmado por 15 horas. Foi uma cena intensa. E a minha mulher mandou uma mensagem para o set dizendo: "Fale para ele passar a noite aí." Porque nós filmamos a uma hora de Atlanta. Ela disse: "Fique em um hotel." E eu recebi a notícia bem antes de fazer esta coisa. E eu não conseguia dormir por 2h30, depois que filmei isto, porque era tão real. A prótese. O que eles fizeram.

NR: Eu achei que você tivesse mandado uma foto  para a Gail, de você com a maquiagem nojenta. E ela disse: "Quer saber, fale para ele ficar aí."

AL: Sim, foi isso! [risos] Eu quase fui parado pela polícia uma vez quando eu não me lavei. E eu estava coberto de sangue. Eu estava voltando para casa e tinha uma blitz na rua. E eu fiquei pensando "É agora." Eu fui fazendo assim. E eu parecia cada vez mais com um serial killer. E de agora em diante tem um acordo com as pessoas da maquiagem. Eles simplesmente falam: "Toalhas quentes para o Andy", no final do dia. Porque eu simplesmente entro no carro e vou para casa. E eles falam: "Não! Pare ele!" Em um dos episódios, você me viu saindo do camarim e você falou: "O que aconteceu?"

NR: Você veio me abraçar e eu falei: "Não, não precisa."

AL: Ele falou: "Sai de perto de mim."

NR: E nós estamos sempre fazendo piadas no set, tipo, eu preciso estar mais sujo que ele...

AL: É a Guerra da Sujeira.

NR: Quem está com mais sangue, e por aí vai. Eu fico muito triste se o Andy está com mais sangue do que eu.

Havia muito preconceito em relação à Tv. Como isto está agora?

NR: Quando eu comecei a atuar, e eu estava só fazendo filmes... Outros atores falam para mim: "Ei, eu tenho este programa de TV." E você fala: "Continue tentando. Bom para você, é um primeiro passo."

AL: Era o mesmo comigo. Exatamente.

NR: Mas a televisão agora... Quer dizer, Breaking Bad é um dos meus programas preferidos. Eu já assistia a este programa e a Mad Men, mesmo antes do nosso começar. Na verdade, eu estava assistindo Breaking Bad no meu iPad ontem à noite, para me atualizar para o primeiro episódio amanhã. Mas a televisão está tão boa agora. Especialmente, AMC. Seus programas são muito bons!

AL: Sim, eles são. Eles estão fazendo coisas ótimas. E bem variadas também. É uma das coisas mais impressionantes da AMC.

NR: Sim, são programas incríveis. Mesmo quando você vê o trailer de um programa novo da AMC, você sabe logo de cara que será incrível. Eu estou gostando um pouco de Games of Thrones. Eu acabei de começar a assistir. Mas eu não consigo descobrir se é o passado ou o futuro. Eu não sei o que acontece com aquele programa. E o Peter Dinklage é um amigo antigo meu. Mas voltando à pergunda, a televisão está ótima agora. Está realmente boa.

Por que o programa faz tanto sucesso na Comic-Con?

AL: Eu acho que estamos no local ideal para esse gênero de televisão. Se é bem executada, pode-se contar histórias originais, importante e emotivas. Porque você tem um mundo tão extremo para habitar. Isto, certamente, quando abordaram esta ideia para mim, eu estava, inicialmente, relutante. "Sério? Um programa sobre zumbis? Um programa de horror sobre sobrevivência?" E eles responderam: "Não, não é sobre isso, é sobre... É um sobrevivente... É sobre humanidade." Você tem a oportunidade de falar algo sobre humanidade dentro deste mundo extraordinário.

NR: Parecido com Survivor. Com aliados e... Entende o que estou dizendo? Alianças e outras coisas.

AL: Eu simplesmente acho interessante. É meio que um experimento. Quando a história é bem escrita e executada, as pessoas realmente querem se identificar. Eles querem viver... As cartas extraordinárias de fãs que recebemos são absolutamente sobre isso.

NR: Sim.

AL: São todas sobre... São tão detalhadas, são sobre o desenvolvimento dos personagens. E como eles veem o Rick ou Daryl, ou Lori, ou os outros personagens.

NR: Quando eu vi o Piloto pela primeira vez, com você, e você vai atrás do zumbi se rastejando no chão, e você fica tão triste por ela. Você vê a doença por trás do monstro. Eu sabia, naquela época, que seria algo completamente diferente.

AL: É simplesmente interessante.

O Daryl tem várias habilidades. Você teve que treinar para isso?

NR: Eles me deixam treinar com a balestra. Para ser honesto, é bem auto explicativo. Mas cortar animais e essas coisas, eles encontraram uma taxidermista no sul da Georgia. Esta senhora bem legal que... você entrava na casa dela e tinha animais para todos os lados. Tipo, uma máquina de pipoca, do lado de um lince com alfinetes no seu rosto. Ela me ensinou a cortar os animais da forma certa, e tirar a pele, e tudo. Aquilo me mudou bastante. E eu acabei realmente gostando disso. Eu tive uma exposição de arte em Nova York, na Times Square, e eles queriam fotos da minha experiência na Georgia. E eu mandei para eles 20 fotos chocante. Então, eu gosto muito disso tudo agora. O que é triste dizer.

AL: Este foi o experimento de "animais mortos da estrada"?

NR: Eu ficava mandando email para todo o elenco: "Se vocês virem um animal morto na estrada, tente lembrar onde estava."

AL: O projeto "animais mortos na estrada" do ano passado. Que ninguém mais pensou.

Esta é a terceira vez de vocês na Comic-Con. Como vocês se sentem de volta aqui?

AL: Eu sempre estou nervoso. Este não é um ambiente que eu estou acostumado, fazendo entrevistas. Eu prefiro fazer o trabalho e me expressar através dele, do que ao contrário. Mas este programa é diferente, porque eu sinto muito orgulho dele. E eu não me importo de falar isso, na verdade, porque eu acho que, para mim, e, eu não sei, talvez para todo mundo, é o papel de nossas vidas. E eu quero fazer justiça a ele. E eu quero servir os fãs, quero honrar o respeito deles pelas HQs. E eu, simplesmente, quero dar tudo o que posso para este programa. Lógico que queremos agradar aos fãs.  

NR: Na Comic-Con só tem fãs. Não são os críticos, são pessoas que amam o programa, que gastam do seu próprio dinheiro e tempo, para vir aqui celebrar.

AL: É um festival sobre entusiasmo.

NR: Não é tão glorioso quanto parece.

AL: Eu acho que é isto. Esta é a terceira temporada, então temos o que falar. Na primeira vez, era como se você tivesse que explicar o que era. Mas aqui foi a primeira vez que as pessoas já sabiam sobre o programa. Foi tão legal! Porque eram os fãs. Sem isto, sem os fãs, nós não estaríamos aqui. Então, é meio que... Aqui é meio que uma casa para nós.

NR: É legal conhecer pessoas fantasiadas dos seus personagens.

AL: Eu fiquei muito emocionado que de 400 mil pessoas que vieram o ano passado, duas estavam fantasiadas como eu. Eu vi isso como uma pequena vitória. Tudo bem que eles também poderiam ser simplesmente policiais.[risos]

NR: Isso é verdade.

AL: Mas eu gosto de pensar que...

NR: Eles poderiam ser strippers. [risos]

Como vocês acham que David Morrissey (O Governador) está se sentindo por participar de sua primeira Comic-Con?

NR: Ele meio que "ganhou na loteria" com este papel. É um papel incrível.

AL: É um papel incrível. Eu nunca trabalhei com ele, lá na Inglaterra, mas é uma pessoa que eu admiro. Não consigo mais esperar. Nós realmente estamos ansiosos para trabalhar, ou talvez não trabalhar... com ele. 

NR: Ele é um amor. Que cara legal!

AL: Que cara legal! Sim, é simplesmente... Eu acho que para ele também é bem emocionante, porque este é o nosso terceiro ano, e nós estamos: "Espere." Espere você se acostumar com este lugar, porque nós nem começamos ainda. E só de ver as coisas dos fãs aqui...

NR: Quero só ver a cara dele daqui a algumas horas. Ele vai se borrar todo.

AL: Bom, eu fiquei com medo. Ainda fico! É muito amedrotador.

Como que David Morrissey aceitou o papel?

AL: É particular. Não, estou brincando. Ele simplesmente me perguntou. E eu disse que esta é uma das melhores equipes e um dos melhores elencos com quem eu já trabalhei. E eu disse que se já existiu um papel para ele vir para os Estados Unidos, e ser bem recebido no país, era este papel. O Governador venceu o Coringa na eleição de Melhor Vilão dos Quadrinhos de todos os tempos. Ele me perguntou: "Sério?" E eu falei que sim. É um papel muito sério. E também ele era fã do programa. Ele assistia ao programa. E ele disse... E isto foi tudo o que eu disse. Dê uma olhada. Veja o que você acha e o que estamos tentando fazer. E ele disse: "Sim, amei. Amei o que vocês estão tentando fazer." E ele é inteligente. E ele já fez ótimos trabalhos. Então, eu acho que ele irá trazer uma profundidade fantástica, e realismo para o programa.

NR: E as mulheres já estão enlouquecidas.

AL: É insuportável. Ele tem os melhores figurinos. E ele fica muito glamuroso também. E nós estamos cobertos de sangue e sujeira. É mais ou menos o que fazemos. Somos ratos.

NR: Eu prefiro.

AL: Sim, eu não quero ficar limpo.

Como a história se desenvolverá em relação às HQs?

AL: Eu acho que esta é uma questão que não dá para ser respondida.

NR: Sim, é.

AL: São decisões que estão fora do meu alcance. Por definição são mídias diferentes. Elas sempre serão únicas, como próprias. A HQ é a HQ por definição, porque é uma HQ. Este é um programa de TV. Eu não posso falar pelos fãs, mas eu não gostaria de ver uma cópia da HQ.

NR: Melhor vê-los vivendo aquilo, do que simplesmente mostrar o mesmo.

AL: E é sobre trazer, espero, outros aspectos. E talvez explorar com uma maior profundidade o que não dava para fazer na HQ. Ele é o exemplo perfeito! Ele é um personagem que não existe na HQ. Mesmo assim ele criou um personagem absolutamente magnífico, bonito, sexy, perigoso e irritantemente bonito.

Você é o agente dele?

AL: Sim.

NR: Eu pago para ele depois.

AL: Eu sou o agente dele, na verdade.

NR: Você pode ter um pouco do meu bacon.

AL: Eu já saí do programa. Eu, na verdade, já morri. Eu só quero vesti-lo pelo resto da temporada.

Norman, o seu filho, assiste ao programa?

NR: Ele tem 11 anos. Então, ele começou a ver o programa meio que assim [tampando os olhos]. Daí expliquei que aquela cabeça que caiu no chão era feita de borracha. E agora ele está muito empolgado. E eu fui buscá-lo na escola, durante a segunda temporada, e ele estava sorrindo. Então, eu perguntei: "Por que você está sorrindo?" E ele respondeu: "Alguns dos meninos mais velhos da escola perguntaram se meu pai era o Daryl Dixon." Ele disse que sim, e os meninos falaram: "Que legal!" Então, ele está ganhando reconhecimento dos meninos mais velhos. Então, agora ele adora o programa.

Ele já quis fazer alguma participação no programa?

NR: Ele veio ao set, e eu perguntei: "Você quer fazer um zumbi?" E ele perguntou: "Quanto tempo demora a maquiagem?" E eu falei: "Você vai ficar lá por umas cinco horas, e mais umas duas horas para tirar tudo." E ele falou: "Quer saber, não."

Vocês podem dar alguma dica do que irá acontecer nesta temporada?

AL: Nós não podemos falar nada! Eu literalmente li um documento.

NR: Era enorme.

AL: Eu perguntei: "Sobre o que nós podemos falar?" "Bem, estreia no dia 14 de outubro." Só isso! É exatamente isso. Para vocês e para o resto do mundo é no dia 15 de outubro. Realmente parece que esses personagens seguiram em frente.

NR: É verdade.

AL: Nós nos divertimos muito. Eu vou trabalhar bem mais com ele nesta temporada. Foi uma das coisas boas para mim. Eu tenho uma grande atração masculina por ele. Ele é meio que... Eu meio que fiz três anos de treino clássico, e o Norman foi para a escola de como ser legal. Só estou tentando acompanhar o que ele faz.

NR: É paixão de prisão.

AL: Sim, paixão de prisão. Não deixe o sabonete cair, Norman.

The Walking Dead volta a ser exibido nos Estados Unidos em 14 de outubro. Vários países verão no dia 15 e o Brasil apenas em 16 de outubro.

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