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O Espetacular Homem-Aranha | KingCon Rio - parte 2

Produtores falam sobre a seleção do elenco, críticas dos fãs, Andrew Garfield e mais!

05.06.2012, às 18H11.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 17H16

O Omelete teve o prazer de receber na primeira edição da KingCon Rio, no dia 25 de fevereiro, os produtores de O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing Spider-Man), Avi Arad e Matt Tolmach. Arad é produtor da Marvel Studios, tendo assinado a primeira trilogia do Homem-Aranha, além dos filmes dos X-Men, Elektra, O Quarteto Fantástico, Homem de Ferro e outros.

O filme tem data de estreia marcada para 6 de julho, e o Omelete irá publicar em partes tudo que rolou durante o evento. Na segunda parte eles falam sobre a seleção dos atores, os comentários da mídia sobre as primeiras imagens não-oficiais e como eles lidam com as críticas dos fãs e mais!

Já que você mencionou o mundo nerd, todos somos nerds aqui, não sei se você reparou. Vocês podem falar um pouco sobre...

Matt Tolmach: Não parece nem um pouco.

Você pode falar um pouco sobre o uniforme? Teve muita agitação na internet por causa dos fãs que implicaram com os sapatos e... É, eles tinham reclamações muito específicas sobre o uniforme. Vocês podem falar um pouco sobre isso?

MT: Você quer começar?

Avi Arad: Certo, bem...

MT: Eu vou passar essa para você.

AA: Depois de tantos anos de... A única coisa que todo mundo do nosso time está fazendo desde sempre é acordar de manhã e ler as notícias.

MT: Eu conto essa parte para você. Aí você defende nosso figurino. Sabe, é interessante, a gente tava falando sobre isso. Quando você faz um filme como esse... Quando você faz qualquer filme no mundo de hoje e você vê de fora, as pessoas filmam com os celulares. E a gente sabia disso. As pessoas comentavam sobre isso enquanto a gente filmava. Foi essa a primeira imagem do uniforme. Algo que eu aprendi, porque esse foi o primeiro filme que eu produzi com o Avi, ou com qualquer um... A gente acordava, via essas coisas e recebíamos vários emails sobre quais fotografias estavam em quais sites da filmagem do dia anterior. Os assessores de imprensa liam tudo e garantiam que não havia problema. O que o Avi sempre perguntava era: "Vocês leram? Leram os comentários? Leram as informações? Sabem o que eles estão dizendo?" A gente conversava sobre isso todo dia porque passávamos vários dias juntos no set. O que eu aprendi com esse cara é que você tem que ouvir as pessoas. Tem que ouvir os fãs. E você... No fim, nós somos cineastas e devemos fazer filmes em que acreditamos. Tem que criar apostas criativas e esperar que as pessoas gostem do que você está fazendo. Você não pode ouvir todo mundo e mudar o seu rumo porque você nunca vai conseguir fazer um filme assim. Mas você tem que ouvir o espírito do que eles estão dizendo. E é isso que aprendi com ele. Você se educa escutando. E a gente ouviu.

AA: Um dos problemas que tivemos foi que os fãs são muito apaixonados. E isso é bom. Ser apaixonado te dá o direito de ser crítico. Muitas vezes a crítica vem muito antes do produto finalizado ou do modo que será apresentado. Se você vê o Lagarto dentro da história, interpretando de uma certa forma, você estará dentro da história, você estará dentro da história, Se você pegar o figurino do Peter nós explicamos ele, explicamos os atiradores de teia, você vai entender porque faz sentido ele usar o que ele usa. Hoje em dia, tudo é colante. Qual é a cor. Até você ver o filme com a cor corrigida, há todo um processo. E a coisa mais difícil em nossas vidas é que até a computação gráfica e marcação de cor serem feitas, elas são a última parte de fazer um filme, você começa a ver fotos e ter informações um ano antes de estar realmente pronto para ser mostrado. Mas isso é algo...

MT: Você assiste a uma sequência de ação que o diretor pode querer só um segundo daquilo, mas para fazer pode parecer uma tomada longa. E ninguém sabe disso quando filma com a sua câmera. Então...

AA: Mas a crítica é boa porque significa que todo mundo se importa.

MT: Sim.

AA: Eu sempre encontro nos fãs, por fazer isso há muito tempo... Ele é novo.

MT: Não tão novo, não tão novo. Só sou mais novo que você.

AA: Há algo dentro de você que faz você querer fazer certo. Mas até assistir, você está protegendo sua aposta. É como a manhã antes de um grande jogo de futebol. Você quer que seu time ganhe mas aí começa a especular: "bom, mas o outro time tem isso e esse cara não vai jogar..." Na verdade você está dizendo: "espero que tudo vá bem, não quero mau agouro". Então, para nós, ler tudo é um bom modo de se comunicar.

MT: Eu vou contar essa história. Eu sei que, sem ser provocador, havia muita preocupação com os filmes do Raimi quanto aos atiradores de teia orgânicos. Havia muito medo. Acho que aí você consegue... Acho que as pessoas aceitaram porque funcionou no filme. Acho que se o filme sustentar, como você disse sobre o Lagarto, se o filme tiver sucesso as pessoas vão aceitar. Então, às vezes você tem que ficar na posição de confiar em nós porque achamos que isso vai funcionar. Você poderá ter um julgamento final quando ver o filme mas todas essas são decisões criativas que levamos muito a sério. Mas só quando você ver o filme vai conseguir apreciar o que funciona no contexto.

Vamos falar um pouco sobre o casting. Apenas uma coisa antes. Nós estamos curiosos. Vocês escolheram ruivas para interpretar loiras e loiras para interpretar ruivas. Toda vez. É apenas uma curiosidade sobre isso. Claro, vocês estão sempre atrás da melhor pessoa, da melhor atriz. Mas só estou falando.

AA: Na verdade eu odeio te desapontar. A Emma é loira.

MT: Ela é loira.

AA: E ela muda a cor do cabelo para ruivo.

MT: Ela é loira naturalmente.

AA: Foi muito interessante porque ela não foi escolhida por causa da cor do cabelo. Na verdade essa é a melhor prova que temos de que escolhemos os atores não só pela aparência, mas sim pela habilidade. Foi inacreditável na internet. "Ela devia ser a Mary-Jane!". "Tá certo..." Mas quando você a vê loira no filme e você vê sua atitude e habilidade como atriz e sua química com o Andrew, que é inacreditável, sai da tela. Aliás, se ela fosse ruiva e pintasse o cabelo de loiro... Quantas pessoas aqui tem cabelo totalmente natural? Eu não. Eu pinto a barba de branco porque quero parecer mais velho.

MT: O Avi tem 25 anos. É inacreditável.

AA: Eu tenho 25.

MT: O corpo é mais velho. Isso que é incrível para mim. Teve tanto destaque na mídia que eu fiquei tipo: "sério?". Quer dizer, a gente vai pintar... As pessoas mudam a cor do cabelo o tempo todo. O que ele disse está certo. Nós temos a Emma Stone. É sério? Quer dizer, ela é a maior... Quer dizer, a ideia de conseguir Emma Stone quando você é um cineasta, ou um executivo de estúdio e a Emma Stone liga e fala: "Eu quero fazer seu filme". Você pinta o cabelo da cor que quiser. Raspa. Para mim não importa. Ela é a Emma Stone. Ela é a maior, sabe? Foi fácil.

E, claro, vocês têm o Andrew Garfield. Eu conversei com ele durante a Comic-Con e ele parece ser o maior fã de Homem-Aranha de todos os tempo. Ele mostrou isso na Comic-Con. Ele estava tremendo enquanto falava do Peter Parker e o quão importante o Peter era para ele. Vocês podem falar um pouco sobre isso?

AA: Na verdade ele mandou uma foto para a gente de quando ele tinha três ou quatro anos...

MT: Três ou quatro.

AA: E ele estava vestido de Homem-Aranha. E o irmão dele, que foi para o lado ruim, ele é médico. Ele é clínico. Ele estava vestido de Batman. Então a foto estava lá para mostrar... Eu gosto do seu cara. Esquece o meu irmão. Sabe, se você não tiver paixão... Eu tenho que contar bem rápido. O Andrew tinha as noites de folga quando os dublês trabalhavam. Mas ele não queria. Ele ficava no set a noite inteira para garantir que o que ele faz e o que eles fazem encaixasse. E compromissos assim... É muito exaustivo fazer um filme. É muito físico. Não é... usar ternos. É realmente um trabalho duro, físico. E se ele não amasse o personagem, se importasse e discutisse sobre cenas que ele sentia que era o Peter Parker do jeito que ele conhecia, sentia. Tem um Peter Parker em todos nós. Mas se manifesta de forma diferente. Mas a gente sentiu, e quando você ver o filme, que a gente escolheu muito bem.

MT: E tem duas coisas. Aquilo que você viu na Comic-Con, o Andrew tremendo, é ele entendendo o que significava essa coisa que ele estava fazendo. Não só mostrar para as pessoas, mas para ele mesmo. "Será que posso viver à altura dessa coisa que tem sido tão grande na minha vida?" Porque ele é um fã de verdade. A segunda coisa que... Respondendo à pergunta de como chegamos nele. A verdade é que tínhamos um número muito grande de pessoas que queriam fazer esse papel. Como você pode imaginar, é um bom trabalho. Então... É um trabalho muito bom. E ele dura um tempo. Então nós fizemos testes. Testes que as pessoas gravavam. E isso não é uma crítica a nenhum dos atores incrivelmente talentosos que se aplicaram. Mas a verdade é que vimos o Andrew e não tinha mais conversa. Essa é a mágica que acontece em filmes. Ele era Peter Parker. A gente se entreolhou e foi isso. É só que ele traz essa coisa para a tela, isso que vocês viram. Ele é esse personagem e a gente sabia. Certo, foi isso que aconteceu na Comic-Con. A gente estava indo para a Comic-Con e já tínhamos decidido o que iríamos fazer e apresentar, imagens e coisas assim. Nós tivemos uma reunião um dia antes de irmos para San Diego para repassarmos o que cada um ia fazer, o Andrew e nós estávamos lá. Na verdade o Mark, o Avi, o Andrew e eu estávamos sentados vendo o que vocês acabaram de ver, assim o Andrew teria visto quando apresentássemos. Então discretamente ele tirou um pedaço de papel do bolso e disse: "eu escrevi algo". E a gente ficou tipo: "certo...". E ele disse: "eu gostaria de ler para os fãs na Comic-Con". Perguntamos o que era e ele leu essa carta para eles, que era basicamente uma carta que descrevia seu amor pelo personagem, porque era algo importante para ele e como ele esperava satisfazer as expectativas de todos. Era completamente dele. E, para falar a verdade, tinha muita gente dizendo: "não, não faça isso". "Não é o plano. Não é como coreografamos. Não é assim que fazemos as coisas." Mas a gente estava sentado lá e olhamos para ele e sentimos o que vocês sentiram, a autenticidade desse cara e seu amor pelo personagem. Então a gente disse: "faça". "Faça. Se você acha que deve, faça". E ele fez.

AA: Usando essa roupa boba do Homem-Aranha... Ele queria a fantasia de Halloween mais barata e boba que a gente conseguisse. Assim ele pareceria um fã autêntico sentado na plateia. Mas assim que ele começou a falar dava para ver o quão emotivo era aquele momento. Era sua primeira Comic-Con de verdade. Ir lá e mostrar o seu amor e compromisso a todos nós, quão importante era o personagem para ele.

MT: Sim, foi um momento ótimo. E a gente só assistiu e ficamos muito orgulhosos.

Vocês falaram bastante sobre as cenas de ação. Vocês podem falar qual foi a mais desafiadora de filmar? E podemos esperar algo tão importante para a franquia como foi o primeiro beijo em baixo da chuva do Peter Parker com a Mary-Jane. Claro, você não tem como planejar algo assim. Simplesmente acontece. Mas vocês acham que vocês têm algumas cenas especiais que vamos amar?

MT: Sim. E a gente não vai contar. Mas sim. Quer dizer, é claro que temos. Temos algumas que... Sim, tem esses momentos icônicos dos quais estamos muito orgulhoso. Será divertido quando vocês assistirem ao filme. E... que são mágicos quando acontecem. Você planeja, mas a mágica é o que acontece ou não quando você filma. Quanto às cenas de ação, tem várias. Tem vários momentos, mas de novo eu exito em descrever porque seria descrever o filme. Mas tiveram alguns momentos que... Não vou entregar o que vocês querem, mas vou contar que o Avi e eu passamos algumas noites na locação em Nova York no frio vendo os dublês, com o Andrew participando, fazendo coisas incríveis. E pensamos que era... E nós somos os cineastas. Isso não acontece.

AA: Tem que parecer real. Essa é a motivação desse filme, é real. E para isso temos que fazer coisas, acredite ou não, neste mundo de tecnologia, você tem que fazer do modo antigo.

MT: E aumentar, mas é isso que você faz.

AA: É tipo... Claro, o mais difícil é deixar completamente real. Quando você olhar quadro a quadro, como fazem os fãs, você não pode dizer: "não tem peso, não tem isso..." Está tudo lá, mas é físico, é difícil e exige planejamento. E o mais importante: precisa de um ator que queira fazer isso. Isso não é fácil porque ele está nele fisicamente. Mas ele é... Nós tívemos sorte, ele é brilhante, tem sex appeal e um ótimo físico. Ele é um grande atleta.

MT: O que ele disse é verdade. Mesmo depois que a maior parte dos atores tivesse voltado para o trailer a gente fazia uma cena de noite e o Andrew estava lá com os dublês. E se fosse... Os dublês apenas faziam as coisas que a gente não deixava o Andrew fazer. Chega a um ponto em que não podemos deixar porque é muito perigoso. Mas teria um jeito que o Homem-Aranha colocaria o braço e o Andrew ficava lá ensinando como o Homem-Aranha faria com o braço e a mão. Se você fosse picado por uma aranha e todas essas coisas acontecessem com você como você se movimentaria? Então era essa atenção aos detalhes. E é interessante porque ele estava no personagem. Ele estava falando... Acho que queremos dizer que não havia uma separação entre o Peter Parker fora do uniforme e o Homem-Aranha dentro do uniforme. É a interpretação do Andrew e o personagem é constante. Então ele estava muito dedicado mesmo quando era outra pessoa no uniforme. Era incrível, incrível.

No elenco estão Andrew Garfield (Peter Parker), Emma Stone(Gwen Stacy), Rhys Ifans (Curt Connors), Sally Field (Tia May), Martin Sheen (Tio Ben), Denis Leary (George Stacy), Campbell Scott (pai de Peter), Julianne Nicholson (mãe de Peter), Irrfan Khan (o vilão Van Atten), entre outros.

O longa, dirigido em 3-D por Marc Webb, estreia em 6 de julho de 2012.

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