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Crítica

Amores Inversos | Crítica

Um romance com surpresas para os personagens e para o espectador

16.10.2014, às 18H31.
Atualizada em 06.11.2016, ÀS 09H06

Johanna (Kristen Wiig) é uma introvertida cuidadora de idosos que, ao aceitar um emprego como governanta na casa onde moram um senhor, McCauley, (Nick Nolte) e sua neta, Sabitha (Hailee Steinfeld), acredita ter encontrado alguém com quem possa se relacionar em Ken (Guy Pearce), o pai da garota, que lhe manda uma série de cartas. O que ela não sabe, no entanto, é que os textos não passam de uma brincadeira da adolescente e de sua amiga, Edith (Sami Gayle). Johanna, então, vai ao encontro de Ken, que mora em outra cidade - ela, sem saber que as correspondências são falsas, e ele, sem saber de nada do que está acontecendo.

A descrição parece a de um enredo de comédia romântica barata, mas Amores Inversos passa bem longe disso. Não é difícil se surpreender com a adaptação para as telonas do conto-título do livro Ódio, Amizade, Namoro, Amor, Casamento, de Alice Munro, que nos mostra o quanto a vida trata de dar consequências diferentes do que esperamos para o que fazemos conosco e, principalmente, com os outros.

O contraste entre nossas expectativas sobre o que fazemos e o que acontece de fato está no cerne do conto da vencedora do Nobel de Literatura do ano passado. Essa característica é transposta com maestria para o longa, repleto de referências que denotam respeito à escritora canadense por parte da produção.

Mas o longa também tem méritos próprios, principalmente quando mostra alguns eventos que não estão no conto. As adaptações do roteiro de Mark Poirier se alinham bem ao conto de forma que não ficariam fora de contexto caso estivessem na obra original. Uma tarefa nada fácil, principalmente quando se leva em conta que o texto de Munro tem mudanças cronológicas mais abruptas e se atém a pontos de vista específicos de cada personagem.

As surpresas acabam permeando as atuações, que surpreendem em igual medida: tanto Kristen Wiig quanto Guy Pearce esbanjam versatilidade em papéis bem diferentes dos quais estamos acostumados a vê-los - principalmente Wiig, na pele da contida mulher que em nada lembra as personagens de comédia que a atriz costuma interpretar.

Sem pretensões de dar lição de moral, a história entre Johanna e Ken é improvável, mas, ao mesmo tempo, é daquelas que não soaria tão absurda se fosse contado por alguém da sua família. Méritos da produção, que transpõe um conto denso em uma história simples, mas que não abre mão da complexidade de seus personagens.

Amores Inversos | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
Amores Inversos
Hateship, Loveship
Amores Inversos
Hateship, Loveship

Ano: 2013

País: EUA

Classificação: 14 anos

Duração: 104 min

Onde assistir:
Oferecido por

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