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Crítica

Até a Eternidade | Crítica

Elenco sustenta comédia dramática sobre verdades e mentiras

05.07.2012, às 20H43.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H42

Mentir é errado. A lição que nos segue desde a infância, assumida como um valor unânime por pais e professores, se transforma no nosso primeiro ato de hipocrisia na vida adulta. A mentira permanece como uma atitude condenável (ninguém gosta de ser enganado), mas também se transforma em um instrumento de diplomacia. Muito além da política, são as mentiras que nos ajudam a manter uma vida social saudável.

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O diretor e roteirista Guillaume Canet constrói o seu Até a Eternidade em torno dessas pequenas mentiras (do titulo original francês, Les petits mouchoirs). No caso, os pequenos desvios de conduta que mantêm um grupo de amigos unido ao longo dos anos, e explora o que acontece quando a verdade interrompe a paz. As mudanças começam quando o festeiro Ludo (o vencedor do Oscar Jean Dujardin) sofre um acidente e fica entre a vida e a morte. A tragédia deixa o grupo de amigos em lágrimas, mas não altera os planos de veraneio. Ainda na porta do hospital, Marie (Marion Cotillard), Vincent (Benoît Magimel), Éric (Gilles Lellouche), Léa (Louise Monot) e Antoine (Laurent Lafitte) decidem seguir para a casa do patriarca do grupo, Max (François Cluzet), no litoral francês.

Entre passeios de barco, jantares e muitas (muitas) garrafas de vinho, surgem as revelações desencadeadas pelo drama de Ludo  - como a estranha paixão de Vincent por Max, as traições do mulherengo Éric, o casamento em crise de Léa (esposa de Vincent), a incapacidade de Marie em se comprometer (no trabalho e no amor) e a obsessão/negação de Antoine pelo fim do seu relacionamento com Juliette. Com tantas ilusões a serem interrompidas, contudo, o roteiro de Canet se perde nas suas subtramas e acaba com uma história que, ironicamente, carece de autenticidade.

São as ótimas atuações que acabam por conferir legitimidade a Até a Eternidade, mesmo que suas histórias se revelem, ao final, inconsistentes. O elenco, uma coleção de grandes nomes do cinema francês contemporâneo, é o grande responsável pelos momentos de beleza do filme, principalmente nas cenas compartilhadas com o marinheiro Jean-Louis (Joël Dupuch), transformado em uma espécie de catalisador das verdades na trama. O pescador de ostras é quem ajuda a revelar, por meio de uma confusa reviravolta, a grande causa de todos os males, em um grupo tão desesperado para permanecer unido que mente, não mais para manter as aparênciais sociais, mas por medo e por amor.

Até a Eternidade | Trailer Legendado
Até a Eternidade | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
Até a Eternidade
Little White Lies
Até a Eternidade
Little White Lies

Ano: 2010

País: França

Classificação: 12 anos

Duração: 154 min

Direção: Guillaume Canet

Roteiro: Guillaume Canet

Elenco: François Cluzet, Benoît Magimel, Jean Dujardin, Valérie Bonneton, Joël Dupuch, Gilles Lellouche, Laurent Lafitte, Pascale Arbillot, Anne Marivin, Hocine Mérabet, Louise Monot, Maxim Nucci, Marion Cotillard, Sara Martins, Édouard Montoute, Mathieu Chedid

Onde assistir:
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