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Crítica

Crítica: O Amor Pede Passagem

Comédia romântica mostra que o gênero ainda guarda algumas surpresas

10.12.2009, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H56

Minha primeira impressão ao acompanhar alguns minutos da vida de Mike, personagem de Steve Zahn em O Amor Pede Passagem (Management, 2008), foi a de que eu estava vendo uma mistura de Norman Bates com o Lloyd de Débi & Lóide. O gerente de hotelzinho de estrada reúne a inocência e a paixão sem-noção do personagem consagrado por Jim Carrey com a estranheza "stalker" do perturbado vilão hitchcockiano.

Na trama, o citado Mike se encanta com uma vendedora de arte corporativa (Jennifer Aniston) e não faz a menor ideia que não tem as ferramentas sociais adequadas para se aproximar dela. Criado no hotel, seus únicos contatos sociais/sexuais são passageiros, com uma ou outra hóspede anônima, longe de casa, onde ninguém está olhando. Depois de um desses momentos, determinado a mudar sua existência, Mike parte atrás da moça... por mais assustador que isso possa parecer para ela.

O Amor Pede Passagem

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Acontece que Sue, a protagonista, já tem sua vida cuidadosamente planejada. Recicla o lixo, faz caridade e gosta de certezas - algo que o noivo Jango, ex-punk, interpretado por Woody Harrelson (especialista nesse tipo de papel), é mais do que capaz de suprir.

O que pareceria uma típico filme descartável esconde, atrás de uma divulgação e títulos genéricos, uma maturidade raramento encontrada no gênero. Evitando estruturas consagradas das comédias românticas, O Amor Pede Passagem é mais um filme de formação, de amadurecimento, que uma típica "rom com".

Zahn começa assustador, mas aos poucos vai transformando seu personagem, mantendo sua essência bondosa enquanto desenvolve habilidades de relacionamento no "mundo lá fora". Faz amigos, torna-se uma pessoa melhor (a cena com os monges budistas - "deixe pra lá e siga adiante" - é ótima). Sue, claro, é o objetivo, mas aos poucos ele parece descobrir que faz aquilo para si próprio e não apenas para a moça.

O final é igualmente recompensador. O diretor estreante Stephen Belber, dramaturgo e também autor do roteiro, evita saídas consagradas do gênero e deixa as coisas mais implícitas. Não que isso signifique grandes arroubos de criatividade - o filme não é tão assim tão inovador -, nada disso. Honesto, ele apenas mantém o tom que conquistou ao longo da película, sem exageros. Uma agradável e sensível surpresa.

Saiba onde o filme está passando

Nota do Crítico
Bom
O Amor Pede Passagem
Management
O Amor Pede Passagem
Management

Ano: 2008

País: EUA

Classificação: 12 anos

Duração: 93 min

Direção: Stephen Belber

Roteiro: Stephen Belber

Elenco: Jennifer Aniston, Steve Zahn, Woody Harrelson, Fred Ward

Onde assistir:
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