Uma combinação indigesta: procurar filmes em cartaz quando as distribuidoras evitam competir por público com a Copa do Mundo, associado à linha de produção de terrores de baixo orçamento em Hollywood. Às vezes sobra só a xepa e A Face do Mal (Haunt, 2013) é o que tem para hoje.
face do mal
A texana Liana Liberato e o australiano Harrison Gilbertson - casal esforçado que tenta dar alguma credibilidade a seus personagens - protagonizam a trama sobrenatural, sobre uma família que se muda para uma casa mal-assombrada onde uma médica (Jacki Weaver), anos antes, praticava seu ofício e morava com seus filhos e seu marido, também médico.
Boa atriz de tipos sinistros, como a matriarca de Reino Animal (2010), Jacki Weaver responde pelos poucos momentos de choque em A Face do Mal, filme que ademais sofre com o amadorismo da encenação. O diretor estreante Mac Carter não sabe nos situar no espaço, nem no mais básico plano e contraplano (coisas acontecem e não entendemos onde estão, como quando um menino tem uma visão com um bebê e não fica claro se está diante dele, no quarto, na mente).
A clicheria visual e de situações é a de sempre. Efeitos de Instagram com foco e cores parecem ser a única ferramento de estilo no repertório de Carter, e o diretor é incapaz de disfarçar a pobreza da produção, ao contrário de outros terrores recentes de baixo orçamento que colocam a precariedade a seu favor. O resultado - lançado nos EUA direto em vídeo on demand em fevereiro deste ano - seria o típico terror para rir se não fosse tão frustrante de assistir. O fato de seus 86 minutos terminarem com um desfecho corajoso infelizmente não redime A Face do Mal.