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Imagens do Além

Nem nos problemas o filme consegue ser original

10.04.2008, às 17H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H35

Pra não dizer que Imagens do Além (Shutter) é um desperdício completo de tempo, película, dinheiro, etc, dá pra tirar ao menos duas informações importantes dele.

Primeiro, o filme ilustra uma diferença cultural abissal entre os brasileiros e os estadunidenses. Mostra como somos muito mais receptivos, globais até, que os que ocupam a zona norte do nosso continente. Afinal, a produção que originou esta, Espíritos - A Morte Está Ao Seu Lado, terror de 2004 da longínqua Tailândia, foi extremamente bem aceita por aqui (ainda que eu atribua isso à boa campanha de marketing e trailer com as fotos de espíritos "de verdade"). Mas enquanto os tailandeses foram um sucesso aqui, lá não tiveram uma chance sequer. Afinal, Espíritos tem legendas e atores desconhecidos com nomes engraçados - e você sabe como é o público dos EUA com esse tipo de coisa... então precisou de refilmagem para ser conferido.

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A outra lição que tiramos do filme? Que não existem presilhas no além. De que outra maneira explicar por quê todas as aparições de filmes orientais têm aquele cabelo desgrenhado na cara?

É isso mesmo. Este é mais um terror de espírito-cabeludo-vingativo-padrão e casal-às-voltas-com-investigação para descobrir os motivos da alma penada. Joshua Jackson (o Pacey de Dawson´s Creek) e Rachael Taylor (a inútil, mas gostosa, analista de áudio de Transformers) vivem o tal casal cuja fantasmete, carinhosamente apelidada no Omelete como "Legumi" (ninguém lembra o nome dela e estamos com a paciência tão cheia com esse filme que nem vale a pena pesquisar), teima em infernizar aparecendo em fotos, no meio da estrada, em reflexos...

Não pense, porém, que nosso desgosto com a produção é devido ao "mais do mesmo" da história. Espíritos vingativos assustam e dão bons filmes - contanto que esses tenham alguma criatividade. O grande problema de Imagens do Além são as velhas explicações e flashbacks, lançadas ao final para lembrar o público de onde estavam todas as pistas ao longo da trama. É mais ou menos como se tivessemos assistido tais cenas há um mês - e não há poucos minutos. Sim, somos mesmo estúpidos, não somos? Mas isso é extremamente comum a todos os filmes do gênero. Nem nos problemas de seu (re)filme o diretor japonês Masayuki Ochiai consegue ser original.

Se eu voltasse como um espírito vingativo ia atrás é de gente como ele. O problema é que eu teria que deixar o cabelo crescer.

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