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Entrevista

Omelete entrevista: Rodrigo Santoro

Omelete entrevista: Rodrigo Santoro

08.07.2003, às 00H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

As panteras 2: Detonando
Charlie´s Angels: Full Throttle - EUA, 2003


Direção: McG
Roteiro: John August, Simon Kinberg
Elenco:

Cameron Diaz , Drew Barrymore, Lucy Liu, Bernie Mac, John Cleese, John Forsythe, Demi Moore, Rodrigo Santoro, Matt LeBlanc, Crispin Glover, Mark Gantt, Shia LaBeouf

Santoro em As Panteras: Detonando

Ao lado de Cameron Diaz

Abril Despedaçado

Bicho de sete cabeças

Carandiru
Muito se falou sobre a participação do ator Rodrigo Santoro (Carandiru) na continuação de As Panteras, com estréia nacional marcada para esta sexta-feira. Muitos boatos tomaram conta da mídia - chegou a ser publicado em jornais e sites brasileiros que o ator global viveria um dos papéis principais do filme. Mas a verdade é que seu personagem, que aparece com certo destaque no trailer final, tem lá sua importância para a trama, mas entra mudo e sai calado. No entanto, ao que parece, Santoro não está nem aí para isso. Desde o início me preocupei em esclarecer as coisas, porque a dimensão real do trabalho estava sendo exacerbada, criando falsas expectativas. Eu sempre avisei que se tratava de um papel pequeno, que eu estava no filme para cumprir uma determinada função que, no meu entender, cumpri muito bem. O personagem é exatamente o mesmo que estava na minha primeira leitura do roteiro, diz o ator.

Seu tempo de filmagem no set americano durou cerca de duas semanas. Na tela, ele interpreta um assassino misterioso. A idéia é que ele seja um cara que cause estranheza no espectador, alguém que não diz logo a que veio, explica. Quanto ao boato que circulou na internet, garantindo que sua participação havia sido diminuída, ele rebate: Essa história da fala cortada é uma lenda. O que aconteceu foi que uma seqüência inteira foi excluída, assim como acontece em qualquer filme. Você filma quatro, cinco horas e depois tem que transformar o material bruto em um longa de mais ou menos uma hora e meia. A frase que eu falava era uma explicação sobre o acidente que quebrava minha prancha, totalmente irrelevante para a história e isso [o corte], sinceramente, não me chateou nem um pouco.

Quanto à suposição de que teria sido convidado para participar da terceira parte de As Panteras, desmente mais uma vez, dizendo que para isso seu personagem teria que ser ressuscitado. Sei que isso não é exatamente um problema, em se tratando de um filme de ação, mas não sei de proposta nenhuma, diverte-se com a insistência da imprensa, que chega a cogitar que o ator viveria Charlie no terceiro filme. Seria muito legal, mas acho que vocês estão viajando, brincou com as duas dezenas de jornalistas presentes na coletiva de imprensa organizada pela Columbia Pictures na noite de segunda-feira, no Rio.

Segundo ele, o que queria ao aceitar o convite era acrescentar experiência ao seu currículo, conhecer outra cultura e formas diferentes de se trabalhar. É um mercado onde o profissionalismo e o investimento imperam. Trabalhávamos, às vezes com sete, oito cameras no set e isso para mim era totalmemte novo. É essa tecnologia que difere [Hollywood] de um set brasileiro. Desde criança, me interessava em saber como funcionava um filme de ação, como o diretor pensava determinada cena... foi isso o que fui aprender lá.

Para o ator, a única frustração foi não ter feito nenhuma das cenas perigosas. Na seqüência da corrida de moto, por exemplo, foi substituído por um dublê. Quando perguntado sobre o preconceito contra atores estrangeiros, disse que é uma lenda. Acho que o tratamento humano não difere em nada do Brasil.

De olho no futuro

O convite para participar de As Panteras veio a partir de seu trabalho no filme Abril despedaçado, de Walter Salles. Segundo conta, a atriz e produtora Drew Barrymore gostou de sua atuação e, apesar do personagem não ter nada a ver com o tipo de coisa que queria, chamou-o para uma conversa. Falei sobre minha experiência e li para ela trechos do roteiro que não eram do meu personagem. A idéia era fazer uma espécie de contraponto masculino às Panteras, lembra.

E as fãs brasileiras ainda não têm motivos para se desesperar. Santoro, que vive um dos personagens principais da novela Mulheres apaixonadas, da rede Globo, não pensa em sair do Brasil. Conheci muita gente, fiz muitos contatos, mas não recebi nenhuma proposta concreta, avisa o ator, que se destaca no cinema desde o longa Bicho de sete cabeças. Atuar em outra língua não é tão simples quanto pode parecer, não basta simplesmente falar o idioma. Mas eu continuo em busca de bons papéis, não necessariamente dentro ou fora do país. Os filmes que me deram este retorno maravilhoso são brasileiros e foram experiências enriquecedoras.

Por enquanto, o que há de concreto é o longa Love actualy, filmado no final do ano passado e que deve entrar em cartaz no natal deste ano. Volto a dizer, é um papel pequeno. São mais de 50 atores em cena, vivendo pequenas historinhas que falam de amor. Outra novidade é a possibilidade de viver Salvador Dali na telona. Por enquanto recebi apenas o roteiro para ler. É uma produção hispano-americana que ainda está em fase de captação de recursos. Não há atores certos e nem mesmo o diretor. Assim como eu, uns cem atores devem estar lendo o roteiro agora.

Segundo ele, não há nenhum problema em interpretar apenas personagens latinos em filmes estrangeiros. Acho difícil sair deste esteriótipo de homem latino. Mesmo quando um estrangeiro participa de uma produção nacional, você também acaba vendo-o como um gringo. É uma questão de sotaque, e até mesmo de físico. O importante são os bons papeis.

Para terminar, garante que está muito contente com toda a repercussão que sua participação em As Panteras: Detonando gerou, mas admite ainda estar perplexo. Eu nunca planejei ou desejei estar em Hollywood. Mesmo quando aceitei este papel, não imaginava que iria repercutir tanto. Na verdade, acho que agora é que está caindo a ficha de quanto isso é importante não apenas para mim, para a minha carreira, mas também em termos de representatividade para o Brasil no exterior.

As Panteras: Detonando estréia no Brasil dia 11 de junho.

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