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Quatro Capítulos - Mostra SP 2008

Na Índia, um embate entre a razão e a religião

18.10.2008, às 16H00.
Atualizada em 31.12.2016, ÀS 14H02
O jovem Sachish ( Subrata Dutta

Chaturanga

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) briga com sua família para poder ficar ao lado do tio querido, um homem culto, avesso às superstições religiosas e aos inúmeros preconceitos que permeiam a sociedade de castas indiana. Mais do que o apego à razão, o tio transmite ao sobrinho o amor à filosofia, o ensina a falar inglês e a olhar o próximo com compaixão.

Por ter uma moral própria, ele acaba se distanciando de vez da família e para não prejudicar o tio acaba por ir morar numa república. Lá ele vê o irmão maltratando e sua amante Nanibala. Ele a coloca para fora de casa quando descobre que a garota está grávida. Compadecido pelo destino incerto de Nanibala, Sachish a acolhe e ela passa a morar com seu tio (Dhritiman Chatterjee).

Para salvar Nanibala de seu irmão, Sachish decide se casar com ela. Mas a tragédia paira sobre a cabeça da garota, tal qual uma espada de Dâmocles, e ao ouvir que Sachish iria se sacrificar para ajudá-la, ela prefere morrer a ver isso acontecer.

Por fim é ela quem comete o sacrifício derradeiro, é ela a mais a personagem mais desprendida e generosa, mesmo tendo escolhido uma alternativa extrema, porém a única possível para se libertar das amarras de uma sociedade opressora, na qual ela não tem lugar.

Assim descortina-se o primeiro e o melhor episódio de Quatro Capítulos.

A seguir, o filme se transforma num emaranhado de histórias anódinas de personagens que nos são conhecidos porque eles já foram vistos no início da narrativa.

Saber que o melhor está nos primeiros minutos do filme sugere a seguinte questão: vale a pena encarar mais 1 hora e meia por 30 minutos ligeiramente interessantes? Não, não vale. Especialmente para quem não gosta de ver histórias entrecortadas por músicas estranhas a cada 15 minutos, como num musical ruim e melodramático.

O filme continua com a morte do tio. Desorientado, Sachish desaparece. Enquanto isso, seu amigo Sribilash (Joy Sengupta), um convertido ao positivismo, abandona qualquer traço de espiritualidade para dedicar-se profundamente à razão.

Mas, alguns anos depois ele sai à procura do amigo Sachish e o encontra num templo no campo. O jovem intelectual havia se tornado seguidor de um guru de olhar lânguido e adepto de massagens nos pés. Incrédulo pelo que vê, Sribilash decide ficar e experimentar a espiritualidade a convite do amigo.

A partir de então, acompanhamos os dois amigos cantando e saltitando alegremente ao redor do guru. Como num passe de mágica, Sribilash esquece seu passado acadêmico para se tornar parte permanente do séquito religioso.

Lá, os dois conhecem Damini (Rituparna Sengupta), uma bela viúva que foi "doada" ao guru junto com sua casa, logo após a morte do marido, um seguidor do tal pregador. Damini se apaixona por Sachish, mas ele, numa busca atormentada e infrutífera por algo que não tem a menor idéia do que seja, rejeita todos os avanços dela.

No final, Sribilash, vê a luz. E ela o leva para bem longe do guru.

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