Após a exibição de O Bom Dinossauro no auditório Cinemark, Peter Sohn subiu no palco e conversou com os fãs na CCXP - Comic Con Experience 2015.
Aplaudido de pé, Sohn contou a história de sua família, incluindo os pais que saíram da Coreia do Sul para os Estados Unidos, e o irmão, com quem gostava de brincar imitando os personagens de Star Wars.
O diretor falou sobre sua estreia em O Gigante de Ferro (1999), no departamento de animação, e do sentimento de amor universal pelo cinema, independente de sua origem. Sohn também citou o trabalho em Procurando Nemo (2003) e Os Incríveis (2004), dois filmes amados pelos que fãs e que receberam muitas palmas.
Quando recebeu o convite para dirigir O Bom Dinossauro, Sohn disse que ficou assustado e precisou do apoio da produtora Denise Ream, que estava no painel com ele. Ele disse que ambos pensaram no filme como um pequeno bebê dinossauro, que precisariam cuidar e se dedicar para que crescesse.
Passado o medo inicial, Sohn começou a se dedicar à pesquisa, que incluiu fósseis de dinossauros e várias viagens para ver paisagens inspiradoras. O diretor afirmou que o apoio de Denise foi fundamental nessa fase, já que ele não costumava visitar lugares tão distantes. Durante a viagem, Sohn ficou hospedado na casa de uma família bem simples do interior dos EUA, que contou várias histórias sobre o dia a dia, com situações bem diferentes do que conhecia. Essas pessoas foram a inspiração para os T-Rex que aparecem na história.
O diretor contou uma história interessante, que o fez pensar sobre o contato com a natureza. Durante a passagem por um rio, o guia perdeu a câmera GoPro na água e, alguns metros a frente, encontrou o objeto observando o movimento da água. Sohn questionou como ele sabia onde a câmera estava, e o guia falou que era preciso entender a natureza, como ela se comporta, então fica fácil. Esse, segundo ele, foi um aspecto bem explorado no filme, em como a natureza é grande e mesmo um dinossauro pode enfrentar muitos perigos.
Sobre a animação em si, Peter Sohn disse que o desafio foi criar um imagem característica para Arlo e trabalhar expressões de medo e susto, pouco comuns para os dinossauros. Já o humano Spot foi baseado, literalmente, em um cachorro, que precisava demonstrar todos os sentimentos através dos movimentos.
O final do painel foi dedicado às perguntas do público, mas o que aconteceu foram grandes agradecimentos. Sohn ficou emocionado quando um jovem disse que a relação entre Arlo e Spot lembrava muito uma grande amizade que ele teve no passado.
Perguntado sobre por que a Pixar gosta de fazer as pessoas chorarem, Sohn riu: “Não é isso, gostamos de fazer personagens verdadeiros, que amadurecem e com os quais as pessoas possam se identificar”, finalizou.