A cada nova premiação a que leva seu Pinóquio, o diretor Guillermo del Toro defende: "a animação não é um gênero para crianças, é uma mídia”. O discurso cutuca uma visão equivocada que sobrevive há anos dentro da indústria — e talvez até justifique a ausência do filme da Netflix na categoria principal do Oscar 2023.
O diretor brasileiro Alê Abreu acredita que essa campanha do cineasta mexicano pode até contar para reverter votos para a 95ª edição da premiação. Mas, talvez mais importante ainda, assina embaixo. “Concordo absolutamente com ele. Tudo é cinema. A gente não tem que ficar categorizando tanto. Categorizar diminui. Existe muito forte esse estigma de que animação é coisa de criança, e não é”; veja acima.
Sete anos depois de ser indicado ao Oscar por O Menino e o Mundo, Abreu volta aos cinemas com Perlimps, uma aventura sobre dois pequenos agentes secretos, vindos de reinos inimigos, que precisam trabalhar juntos para realizar sua missão: salvar o Bosque Encantado dos terríveis Gigantes. Quer dizer, a premissa deixa claro que se trata de uma trama bastante infantil, mas acredite: até mesmo Perlimps contesta o estereótipo atrelado à animação.
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