Filmes

Artigo

A China vai comprar Hollywood?

Mercado cinematográfico chinês pode superar arrecadação dos EUA até 2017

01.01.2016, às 16H14.
Atualizada em 01.01.2016, ÀS 16H25

O governo da China divulgou (via Deadline) os números da arrecadação total das bilheterias do país em 2015. Com US$ 6,77 bilhões, a soma representa um crescimento de 48,7% em relação a 2014, o maior desde 2011. A previsão da indústria cinematográfica chinesa é de que até 2017 a bilheteria total do país supere a dos EUA, atualmente na casa dos US$ 11 bilhões.

None

Com uma produção local lucrativa (dois longas chegaram na casa dos US$ 400 milhões), um número crescente de telas e de público, é bem possível que a China cumpra essa meta. A verdade é que o país se tornou um mercado internacional essencial para a Hollywood, podendo inclusive salvar ou amenizar as perdas de produções que não foram bem nos EUA, como O Exterminador do Futuro: Gênesis, que fez apenas US$ 89 milhões no seu país de origem, mas chegou a US$ 112 milhões na China. Need for Speed, que fez apenas US$ 43 milhões nos EUA e US$ 66,02 no mercado chinês, e Círculo de Fogo, com US$ 101 milhões nos EUA e US$ 111 milhões na China, são outros exemplos.

O país também representou uma boa fatia dos maiores sucessos do ano, como Velozes e Furiosos 7 (US$ 391 milhões na China, US$ 353 milhões nos EUA), Vingadores: Era de Ultron (US$ 240 milhões na China, US$ 459 nos EUA), Jurassic World (US$ 229 milhões na China, US$ 652 milhões nos EUA) e Missão Impossível: Nação Secreta (US$ 137 milhões na China, US$ 195 milhões nos EUA)

Basta saber como essa importância crescente vai se refletir nas produções hollywoodianas, que cada vez buscam mais espaço em um mercado que restringe suas salas a apenas 34 longas dos grandes estúdios dos EUA por ano. Homem de Ferro 3 e Transformers: A Era da Extinção, que chegou a criar um reality show para escalar atores chineses, estão entre os filmes que buscaram driblar esse protecionismo cinematográfico, além de ganhar a simpatia do público, com um sistema de coprodução. Funcionou, o último filme da franquia de Michael Bay somou US$ 320 milhões na China contra US$ 245 milhões arrecadados nos EUA.

Essa manobra deve ganhar ainda mais força no futuro, com os estúdios pensando cada vez mais no mercado internacional e menos no local. Isso tanto pode tornar as produções mais diversificadas culturalmente, com Hollywood aprendendo a fugir de vez dos estereótipos adotados pelo americano médio, ou resultar em corpos estranhos, como no caso de Homem de Ferro 3, em que a presença dos atores chineses parece sobrar no roteiro, como se fosse um merchã de novela. É esperar para ver, começando com o impacto da estreia do já mundialmente recordista Star Wars: O Despertar da Força agora em janeiro. 

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

Ao continuar navegando, declaro que estou ciente e concordo com a nossa Política de Privacidade bem como manifesto o consentimento quanto ao fornecimento e tratamento dos dados e cookies para as finalidades ali constantes.