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Ali G e Bruno - Os outros personagens de Sacha Baron Cohen

Saiba mais sobre os outros personagens e veja os vídeos

23.02.2007, às 00H00.
Atualizada em 18.02.2017, ÀS 08H10

Alegria de uns, tristeza de outros. Este poderia ser o lema dos persongens criados por Sacha Baron Cohen. Aliando entrevistas reais e um excepcional timming na hora de puxar a isca e pegar os entrevistados de surpresa, ele consegue tirar depoimentos polêmicos, confusos e hilários dos mais diversos tipos. Antes (ou depois) de correr para o cinema e ver Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (2006), conheça agora os outros personagens criados pelo comediante inglês: Ali G e Bruno.

O primeiro foi por muito tempo o mais famoso. Sua história começou no programa The Eleven O'Clock Show, do Channel 4 (de onde também surgiu Rick Gervais). Lá, o rapper branco e aspirante a gangsta Ali G foi ganhando repercussão, até conseguir seu espaço próprio, o Da Ali G Show, em 2000. Além de conquistar o público com suas falas erradas e seu jeito "mano" de ser, ele abriu espaço para os outros personagens, e em 2002 ganhou até um longa-metragem, Ali G Indahouse (2002).

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Sacha Baron Cohen em trajes de civil

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O repórter austríaco Bruno em ação

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Capa do DVD Ali G Inda USAiii

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Cena do filme Ali G Indahouse

Apesar do Da Ali G Show ser exibido nos Estados Unidos pela HBO, Ali G Indahouse ficou restrito à Europa, em especial ao Reino Unido, onde fez cerca de 10 milhões de libras em bilheterias - uma ótima marca. Porém, ao escrever uma ficção que coloca o rapper no Parlamento Inglês, Cohen fugiu muito do que era visto no programa e falhou, por exemplo, no poderoso mercado estadunidense, onde chegou apenas em DVD. (Assim como aconteceu por aqui.)

A verdade é que como entrevistador, Ali G é o mais fraco dos personagens. Diferente do anti-semitismo e machismo com que ele brinca em Borat e todo o universo fashion-gay que ele visita com Bruno, as bravatas do rapper não servem para tirar grandes pérolas dos seus entrevistados. Porém, rendem ótimas piadas e situações, como seu treinamento na polícia, visita ao FBI, ou conversas sobre as drogas perigosas.

Outro trunfo de Ali G é conseguir falar com diversas personalidades, como por exemplo Donald Trump. Para viabilizar algumas entrevistas, Cohen chegava ao local da entrevista já no personagem, ajudando a carregar e montar o equipamento. Seguia então para um bate-papo com o entrevistado, como se fosse uma pré-entrevista, artifício usado normalmente para "soltar" o entrevistado. Era nessa hora que ele dava um jeito de fazer perguntas provocadoras e testar o limite dos entrevistados. Como ele mesmo diria: Respect!

Faaabulous!

Mas se a aventura do Ali G no cinema não foi boa internacionalmente, o mesmo não se pode dizer de Borat, que virou um fenômeno e vem rendendo aos cofres da Fox milhões de dólares ao redor do mundo. Uma das provas do seu sucesso é o acordo entre Cohen e a Universal para filmar agora um longa estrelado por Bruno, o repórter da TV austríaca que invade o mundo clubber-fashion, e joga os holofotes para a frivolidade e o confronto entre o que é gay e o conservadorismo extremo.

Ele passa pelas lojas de Melrose, em Los Angeles, pelo Fashion Week de Nova York (também aqui e no episódio em que ele encontra Gisele Bündchen) e vai tirando uma casquinha de todo mundo, mostrando a importância elevada que algumas pessoas dão à moda, como o diretor de casting que apóia a afirmação de que "A moda salva muito mais vidas do que médicos".

Nas suas entrevistas, Bruno mistura alemão com inglês, e faz as pessoas julgarem o que ou quem é IN ou OUT, dizendo "Vassap" e "Ich don't think so" ou "Ach, ja!" e "Nicht, nicht". Em um episódio ainda mais ousado ele faz o entrevistado dizer se determinada personalidade deveria ser mantida no gueto ("Keep them in the ghetto") ou ser mandada direto para Auschwitz ("Train to Auschwitz"). A piada é pesada, mas utilizando-se da lógica seinfeldiana do dentista que se converte ao judaísmo para poder piadas de judeus, Cohen teria todo o direito de usá-la, já que é judeu, morou em Kibbutz e é descendente de um sobrevivente do mais horrendo campo de concentração utilizado pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Além de falar do judaísmo é comum pedir para os fashionistas darem suas opiniões sobre "personalidades" como Hitler e Osama Bin Laden, entre outros. Na ótima entrevista com Daniel Dicriscio, o "messias da maquiagem" dá sua visão de um "look" atual para Jesus Cristo, por exemplo.

Durante suas entrevistas, é comum também pedir que os entrevistados mudem de posição, aparecendo em algumas perguntas sentados em poltronas, em seguida, no chão, sentados sobre a mesa, des joelhos, etc. Outra marca registrada é convencer os entrevistados a mentir. Ele faz um lojista confirmar que Madonna sempre compra roupas em sua loja e faz uma assistente de moda se passar pela poderosa Carolina Herrera e dar uma entrevista falando da sua nova coleção - para em seguida mostrar a verdadeira Carolina Herrera. Genial!

Mas suas matérias não ficam restritas ao mundo fashion. Bruno também já foi se consultar com Merlin, um vidente, que o ajuda a conversar com Gianni Versace e até reatar com um antigo namorado. E em um dos episódios mais engraçados vai a Daytona beach conversar com grupo de estudantes que fazem parte do time de luta greco-romana e não ficam nada contentes quando o apresentador pede para eles darem um "oi" para a TV Gay da Áustria. O cara é macho!

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