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Um Suburbano Sortudo | “Rodrigo Sant’Anna poderia ser um Chaplin brasileiro”, diz diretor

Roberto Santucci volta aos cinemas com nova comédia

11.02.2016, às 15H08.

Roberto Santucci já falou sobre o universo feminino em De Pernas Pro Ar, já tratou de política com O Candidato Honesto e desvendou o sonho de ficar rico com Até Que a Sorte Nos Separe. Agora, o diretor aposta na história de um cara humilde que fica milionário com Um Suburbano Sortudo, seu novo filme que está em cartaz nos cinemas nacionais.

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O longa conta a história de Denílson, um camelô que descobre ser herdeiro de uma fortuna deixada por seu pai, que ele nunca havia conhecido. Com isso, ele precisa se adaptar com essa nova realidade junto com uma família que não o quer por perto.

Segundo Santucci, a ideia do longa surgiu mesmo quando conheceu Rodrigo Sant’Anna, que vive o protagonista e vários outros personagens do filme: “A ideia surgiu da minha experiência de trabalho com o Rodrigo Sant’Anna em Até Que a Sorte nos Separe 1 e 2, e também no De Pernas Para o Ar 2, principalmente durante uma cena, que eu considero uma das melhores do filme, onde ele interpreta um garçom em um restaurante com a Ingrid Guimarães [...], e ele fazia todo mundo morrer de rir, com uma química espetacular com a Ingrid Guimarães, mostrando talento, humildade, generosidade. E eu pensei ‘esse cara merece um filme só para ele’”.

Santucci ressalta que o mais chamou sua atenção no ator foi sua despretensão, que poderia gerar uma empatia mais direta com o público: “Ele me atraiu pelo fato que poderia falar com essas pessoas e ter uma mensagem original. Ele não iria fingir ser esse personagem que vem de origem humilde, porque ele realmente vem, e isso dá a ele uma qualidade e uma capacidade de conversar com o público de forma verdadeira. Nesse sentido, eu achava até que ele poderia se tornar um [Charles] Chaplin brasileiro, porque o Chaplin era o mendigo, o vagabundo, que veio das origens humildes e fazia esse personagem muito bem”.

O dia a dia no set teve muita contribuição e liberdade do ator para fazer suas próprias piadas: “O Rodrigo também tem um talento especial para o improviso. E não são todos os humoristas que tem isso. Você pode ser um bom humorista e se prepara antes, etc. O Rodrigo, assim como o Leandro Hassum, é um grande improvisador, mas ele também escreveu o roteiro comigo, colocou as piadas com a embocadura [posicionamento dos lábios] dele [...], eu tive muito cuidado nessa hora: ‘vamos ouvir como ele fala, como ele gosta de fazer humor, como ele gosta de se comportar, vamos respeitar e não tolher ele, vamos embarcar e acrescentar tudo o que pudermos para dar essa plataforma para ele. Para ser um filme que valorize o talento dele’”.

Rodrigo Sant’Anna, que sempre apostou no popular para fazer humor, acredita que o momento atual, com várias comédias chegando aos cinemas todos os anos, é histórico para o cinema nacional:

Carol Castro, que interpreta Sophie, o interesse amoroso de Denílson, disse ter se divertido muito no set ao lado de Sant’Anna:

Além de todo o humor, a história do filme tem como base a Damião Eletro, loja de móveis construída pelo pai de Denílson e que gerou toda a fortuna comentada na trama. Santucci mostra o empresário como um homem simples, que sempre tentou vender tudo a um preço justo para um público mais humilde.

“Acho que a coisa mais positiva que existe na economia atual é dar a oportunidade para as pessoas virem de baixo e ascenderem. É uma mensagem que eu queria colocar no filme: a gente não tem que ganhar pela margem, mas pela quantidade. O Brasil tem essas coisas, você tenta comprar um produto melhor e custa uma fortuna. Ai você viaja para o exterior, e tem coisas que são para todo mundo, produtos que todos conseguem comprar. Lá fora as pessoas ficam ricas porque vendem muito e parece que tem uma parte do Brasil que funciona na base da margem”.

No final, Santucci diz que tenta colocar atualidades em suas obras e que o humor precisa ser livre para conversar com seu público: “Quando fazemos os filmes, procuramos fazer uma crônica bem-humorada. Procuramos trabalhar com elementos da atualidade, então tem o cara que criou o sertanejo universitário, que é um produtor musical, tem o cineasta intelectualizado. A gente faz humor com tudo. Igual o Porta dos Fundos, você não pode ter amarras [...]. Humor tem que ser livre, se tiver a oportunidade de fazer humor com algo, tem que fazer”.

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