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ABC do Amor | Crítica

ABC do amor

23.02.2006, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H19

ABC do Amor
Little Manhattan
EUA, 2005, 84 min
Comédia romântica

Direção: Mark Levin
Roteiro: Jennifer Flackett

Elenco: Josh Hutcherson, Charlie Ray, Bradley Whitford, Cynthia Nixon, Willie Garson, Tonye Patano, J. Kyle Manzay, Josh Pais

Há uma grande paixão na comédia romântica infantil ABC do amor (Little Manhattan, 2005). É a paixão que os novaiorquinos sentem por sua cidade.

Em sua narrativa em primeira-pessoa, Gabe (Josh Hutcherson) não diz, assim, com todas as letras, que ama Nova York. O que bate mais forte para ele é a palpitação que dá quando Rosemary (Charlie Ray) aparece na sua frente. A menina sempre estudou com ele na mesma escola, mas só agora, com onze anos, é que Gabe começa a prestar atenção nela. O sentimento é arrebatador e cresce quando eles passeiam pelo Greenwich Village, pelo Central Park, pela Broadway... Um clássico primeiro amor, não há dúvidas.

Mas pela lente do diretor Mark Levin não é difícil perceber qual é a outra declaração de amor que se faz na tela. A geografia da região descrita no título original, avenidas 3rd e 5th, cortadas pela rua 57th, surge idealizada na tela: sem carros congestionados em vias arborizadas, sem stress ou correria, lugar em que um garoto como Gabe pode andar com seu patinete sem encher a mãe de preocupações. É a Nova York civilizada que abraça a todos: o cantor do restaurante chique é indiano, o menino que faz judô com Gabe e Rosemary é árabe... Assim, como uma sugestão, Levin monta na tela a metrópole perfeita, tolerante e apaixonada.

Surpreende, diante de tanta coesão de idéias e conceitos transmitidos via subtexto, saber que este é apenas o primeiro filme do diretor. Mas um ponto alto em seu currículo sugere de onde veio tanto know-how: Anos incríveis. Levin era co-produtor e editava alguns roteiros da cultuada telessérie infanto-juvenil. Na comparação fica evidente. As narrações em off, o mundo adulto visto pelo pré-adolescente, as desilusões como cimento do caráter, tudo em ABC do amor lembra Anos incríveis. E Hutcherson, que aqui tem muito mais espaço para aparecer do que no emperrado Zathura, sai-se muito bem como o Kevin Arnold da vez.

Da série o filme empresta mais um elemento: a noção consciente de momento histórico. Os incríveis anos 60 eram marcados pelo começo do fim do american way. ABC do amor capta bem a vontade novaiorquina de apagar o terror, de dar a volta por cima e revalorizar a auto-estima. Tem algo a ver com a história do pequeno Gabe: neste simpático libelo pró-superação, o que importa no primeiro amor não é ganhá-lo, mas aprender com ele.

Nota do Crítico
Bom
ABC do amor
Little Manhattan
ABC do amor
Little Manhattan

Ano: 2005

País: EUA

Classificação: LIVRE

Duração: 90 min

Onde assistir:
Oferecido por

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