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Crítica

Crítica: Partir

Drama francês sobre adultério enfoca o poder da paixão

17.12.2009, às 16H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H56

Na primeira cena de Partir (2009) conhecemos Suzanne (Kristin Scott Thomas). E pelo seu semblante e os punhos cerrados, percebemos que algo está errado. Ela se levanta, sai do quarto e o que ouvimos em seguida é o barulho de um tiro. É usando este já conhecido artifício de mostrar o clímax e em seguida nos guiar até esse momento, que a cineasta francesa Catherine Corsini dá início ao seu sétimo longa-metragem para o cinema.

O filme é um drama sobre a vida adulta. Suzanne é casada com Samuel (Yvan Attal), médico de uma pequena cidade do sul da França. Ela largou sua carreira de fisioterapeuta para criar os filhos, e agora que eles já estão encaminhados, resolveu voltar a trabalhar. O pedreiro responsável pela reforma do consultório onde ela vai atender é o espanhol Ivan (Sergi López) e desde a primeira troca de olhares entre os dois, é possível entender que eles não serão apenas patroa e empregado.

Partir

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O adultério, porém, atinge as pessoas de formas bastante distintas. Samuel, quando descobre, quer saber quantas vezes eles já dormiram juntos, se torna violento e possessivo. Os cortes rápidos das discussões entre ele e Suzanne são o contraponto para os longos planos-sequência dos dois amantes, que vão se descobrindo e redescobrindo a vida. Suzanne estava no modo "piloto-automático", tamanha a sua estabilidade de esposa de médico. E Ivan tenta se reestruturar depois de uma temporada na prisão.

A dúvida que move o restante da trama é optar entre a vida burguesa ao lado de alguém que não tem mais significado algum ou a abdicação de todo esse conforto para ficar ao lado de alguém que lhe dá carinho, atenção e tesão.

A inglesa Kristin Scott Thomas está ótima e linda no seu papel de quarentona que fica nervosa como uma adolescente ao ser tocada pelo amante. É impressionante a mudança física de sua personagem, que sai de um estado de inércia para a atribulada vida de amante e termina no ponto do tiro descrito acima. Sergio Lopez acompanha na mesma intensidade, com paixão, honra e desespero. Se há um elo mais fraco são os filhos de Suzanne, David (Alexandre Vidal) e, principalmente, Marion (Daisy Broom).

A forma como as situações vão se desenrolando podem parecer ilógicas e até inverossímeis. Mas, afinal, qual a paixão que é racional e lógica?

Saiba onde o filme está passando

Nota do Crítico
Bom
Partir
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Ano: 2009

País: França

Classificação: 14 anos

Duração: 85 min

Direção: Catherine Corsini

Elenco: Kristin Scott Thomas, Sergi López, Yvan Attal, Bernard Blancan, Aladin Reibel, Alexandre Vidal, Daisy Broom, Berta Esquirol, Gérard Lartigau, Geneviève Casile, Philippe Laudenbach, Michèle Ernou, Jonathan Cohen, Hélène Babu, Sali Cervià

Onde assistir:
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