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Crítica

Não Tenha Medo do Escuro | Crítica

Guillermo del Toro explora a tradição das casas assombradas através de diretor egresso das HQs

13.10.2011, às 20H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H39

Em tempos em que o cinema de terror se apoia cada vez mais no gore (os esguichos de sangue e tripas, a violência gráfica) e nos sustos fáceis, é raro encontrar um filme que retome os valores clássicos do gênero. Sussuros na noite, silhuetas nas sombras e medo gerado através da ambientação (a iluminação e o som do filme são excepcional) são justamente as apostas de Não Tenha Medo do Escuro (Don't Be Afraid of the Dark, 2011).

Don't Be Afraid of the Dark

None

Don't Be Afraid of the Dark

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A trama acompanha uma menina (Bailee Madison) abandonada pela mãe que é enviada para morar em Rhode Island com o seu pai (Guy Pearce) e a nova namorada dele (Katie Holmes). Lá, a menina descobre sinistras criaturas morando no casarão do século 19 que o pai está restaurando para vender.

O filme é um remake de uma produção para TV exibida em 1973. Quem cuidou da direção foi o quadrinista Troy Nixey, estreando no cinema sob a supervisão do produtor Guillermo del Toro, que também adaptou o roteiro ao lado de Matthew Robbins, seu parceiro em Mutação (1997).

O trio faz um ótimo trabalho dentro de suas pretensões estéticas e temáticas, ainda que Nixey não tenha muito espaço para deixar qualquer marca autoral: Não Tenha Medo do Escuro leva demais o selo de Del Toro, lembrando diversos de seus trabalhos (às vezes até gratuitamente, como na cena das carpas, exageradamente copiada de O Labirinto do Fauno), e também outra obra de quadrinista, Coraline, de Neil Gaiman.

O ponto alto do filme é a mitologia criada para a raça que habita o casarão. A maneira como ela é desvendada aos poucos, com direito a mural pintado por uma mente que cedeu à loucura, na melhor tradição do gótico e com inspiração em H.P. Lovecraft, é bem-sucedida em aguçar a curiosidade. Dá vontade de saber mais sobre elas e adentrar seus domínios nas profundezas.

Mas ainda que tenha ótima ambientação e momentos de excelente suspense (a cena do lençol, a la Sexto Sentido, é ótima), o filme gasta cedo demais seu maior trunfo, a expectativa pelas criaturas. Os diminutos seres malignos, afinal, não são tão assustadores assim, o que esvazia bastante seu potencial para o medo do meio para o fim da história. Segurá-los mais um pouco - ou talvez dar aos monstrinhos algo mais do que tesouras e navalhas - certamente teria resultado em um terror que voltasse à mente durante a noite, sob os seus próprios lençois.

Nota do Crítico
Bom
Não Tenha Medo do Escuro
Don´t Be Afraid of the Dark
Não Tenha Medo do Escuro
Don´t Be Afraid of the Dark

Ano: 2010

País: EUA, Austrália

Classificação: 12 anos

Duração: 99 min

Direção: Troy Nixey

Elenco: Katie Holmes, Guy Pearce, Bailee Madison, Alan Dale, Jack Thompson, Emelia Burns, Eddie Ritchard, Nicholas Bell, James Mackay

Onde assistir:
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