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Elektra | Crítica

Nós vimos: <i>Elektra</i>

14.01.2005, às 00H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 13H17

Elektra
Elektra
EUA, 2005
Ação - 176 min.

Direção: Rob Bowman
Roteiro: Raven Metzner, Stuart Zicherman, Zak Penn

Elenco: Jennifer Garner, Goran Visnjic, Will Yun Lee, Terence Stamp, Hiro Kanagawa, Natassia Malthe, Bob Sapp, Cary-Hiroyuki Tagawa, Jason Isaacs

Bem se você acha que essa é a resenha do filme Elektra com a gatíssima Jennifer Garner, enganou-se. Os artigos da seção "Nós vimos" - que uma hora teremos que rebatizar depois de tantos plágios por aí - são apenas aperitivos em tom mais pessoal para as críticas finais, algo que o Omelete costuma fazer quando o filme é muito aguardado.

E bota aguardado nisso! Por ser um fanático por quadrinhos, venho contando os dias para assistir a este filme desde que o projeto foi anunciado. Enfim, o dia chegou! Acabo de sair da sessão para a imprensa no Rio de Janeiro que, para a minha surpresa e felicidade, aconteceu primeiro na Cidade Maravilhosa do que na capital paulista, algo raríssimo. Acostumado a saber pelos companheiros de Cozinha omelética as primeiras impressões sobre filmes de personagens de super-heróis, parece que dessa vez as minhas preces foram ouvidas. Até aqui, melhor impossível.

A sessão estava programada para as 10h30. Como não podia deixar de ser, cheguei uma hora antes. Sabe como é... fã adora o melhor lugar da sala e é sempre estranho como nessas sessões de filmes alardeados sempre aparece uma porção de jornalistas que não escrevem sobre cinema. Ou pior, gente que não escreve sobre nada e está só aproveitando o cineminha de graça.

Devidamente recostado, aguardo o início. Minutos depois, finalmente aparece o símbolo da Marvel com clássica vinheta. A assassina e mestra das artes marciais vai entrar em ação! O filme promete. Já começa durante uma das missões de assassinato da Elektra. Ela surge com sua sexy roupa vermelha e... droga! Mal a ação começa, já acaba. Foram só 3 minutinhos. Mas calma, não pode ser só isso. Surge então uma segunda missão. Agora sim. Vamos poder acompanhá-la naquilo que ela faz melhor. Mas... mas... as cenas passam e nada acontece. Começa a enrolação... ela é obsessiva, come, dorme, tem pesadelos, mas a matança não surge. Haja paciência... são quase 25 cinco minutos até a ação começar.

De olho na tela, o estrago começa. É impossível deixar de divagar sobre como ficamos mal acostumados depois dos dois longas do Homem-Aranha e dos X-Men. Elektra não traz nada de novo, só a velha receitinha básica de sempre: não inventar muito no roteiro e ter grana para torrar nos efeitos. Para o fã de quadrinhos isso é decepcionante. Para quem gosta de um filme de ação sem compromisso e que não sabe de nada sobre o personagem deve até ser bonzinho. Não é o caso aqui.

Essa não é a Elektra. Durante o filme conhecemos uma personagem sofredora, deprimida, mãezona até, mas nunca a assassina. Senti saudades da Noiva de Kill Bill. Ela sim é matadora! Pra piorar, depois de dar saltos de causar inveja ao Homem-Aranha em Demolidor, a personagem - nos quadrinhos nada superpoderosa - agora ganhou duas habilidades bizarras: o teletransporte e a vidência. E os fãs giram de raiva na cadeira.

Isso porque ainda nem falei das mudanças gritantes na história. Se nos gibis ela foi ressuscitada pelo Tentáculo, aqui ela foi pelo Stick, mestre que ensinou as artes ao Demolidor e que nem apareceu no filme dele. Por sinal, Stick é uma caricatura do interessante personagem da revistas criado por Frank Miller. Mas não só ele. Os bandidos todos são assim.

E pra deixar a ninja ainda mais comum, criaram um interesse romântico pra ela. Também sapatearam naquela máxima: "você foi responsável pelo meu sofrimento, agora tenho a chance de me vingar". Mania de roteirista americano. Isso tudo com flashbacks. Eles deveriam ser proibidos em filmes de super-heróis.

Quanto às lutas, trechos de quase todas elas aparecem no trailer. As coreografias até que são interessantes, chupadaças do novo cinema chinês. Tem até uma estilo Herói envolvendo nossa heroína, um bandido e lençóis. É só nesse ponto que o filme tem seu trunfo, chamado Jennifer Garner. Ela luta bem e é linda. Nasceu para fazer papéis de heroínas.

Ao final da sessão fica aquele gostinho amargo de que podia ser muito melhor. A saída é começar as minhas mandingas a partir de agora pra, quem sabe, a primeira cabine de Batman Begins, o filme mais esperado do ano, acontecer primeiro aqui no Rio.

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