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O Bom Dinossauro | Crítica

Animação teve problemas no desenvolvimento e mudou rumo olhando para a natureza

06.01.2016, às 18H21.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H44

Desde 2006, com Carros (Cars), a Pixar vinha lançando uma animação nova por ano. Todas com enorme sucesso comercial ou de crítica - quando não ambos. O hiato veio em 2014, quando o longa-metragem programado para aquele ano, O Bom Dinossauro (The Good Dinossauro), teve de passar por uma série de mudanças. O criador da história e diretor Bob Peterson (co-diretor de Up - Altas Aventuras) não conseguiu desenvolver o terceiro ato nos padrões Pixar e foi substituído por Peter Sohn, que liderou - ao lado de John Lasseter, Lee Unkrich e Mark Andrews - um novo rumo para o projeto. Os atrasos geraram demissões de 67 funcionários do estúdio e o fechamento de sua filial no Canadá e até os dubladores foram trocados, restando apenas Frances McDormand do elenco original. 

Executivos da empresa falam deste período com pesar, mas sempre ressaltam também o orgulho que têm pelo resultado atingido. Afinal, esta é a missão da Pixar: combinar tecnologia proprietária e talento criativo de primeira grandeza para desenvolver filmes de computação gráfica com personagens memoráveis e histórias que toquem o coração de pessoas de todas as idades. Em seu livro Criatividade S.A. o ex-presidente da Pixar, Ed Catmull, fala muito das reuniões entre os criativos da empresa, quando são discutidos a fundo os projetos em desenvolvimento e problemas de roteiro são apontados, sempre buscando a excelência. 

A pré-história que não conhecemos 

Ambientado em uma Terra que escapou do meteoro que dizimou os dinossauros, o filme mostra como Arlo sofre na mão do irmão (mais forte), da irmã (mais esperta), e de seu pai (sempre duro). Em busca de um lugar de destaque na fazenda onde vivem, ele vai ter de se desdobrar para provar para todos - e para si mesmo! - que ele é capaz de deixar sua marca. Para ajudá-lo na aventura de reconhecimento de seu próprio valor, ele terá ajuda de um animal estranho, um humano! 

O que mais impressiona na animação é a qualidade técnica dos cenários. Da água às luzes e sombras, tudo chega a um grau de realismo impressionante. Nunca a computação gráfica havia recriado a natureza com tamanha perfeição. Sohn e seu time passaram semanas viajando por terras do noroeste americano atrás de referências que pudessem mostrar as fazendas de plantações (dos dinossauros herbívoros) ou gado (dos carnívoros). E é daquela terra vermelha que surge uma linda homenagem aos westerns, numa cavalgada atrás dos “chifrudos” (há também outras referências, mas que trariam spoilers à discussão). 

Tudo lindo, mas…

Se ficamos de Universidade Monstros (Monsters University, 2013) até Divertida Mente (Inside Out, 2015) sem novidades da Pixar nas telonas, temos agora uma segunda animação em menos 6 meses. E como as comparações são inevitáveis, Bom Dinossauro dá o azar de estrear depois do excepcional filme sobre as emoções da adolescente Riley. A história do apatossauro Arlo é envolvente, vai divertir as crianças e emocionar os maiores, mas não tem o fator-Pixar-de-desmoralização-no-cinema, que faz escorrer suor até dos olhos de Chuck Norris. 

Nota do Crítico
Bom

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