Clint Eastwood (Os imperdoáveis, As pontes de Madison) está de volta como produtor, diretor e astro principal de voz rascante, dessa vez em Dívida de sangue (Blood work, por Clint Eastwood, 2002). Trata-se de um filme baseado no primeiro livro de Michael Connelly, que está sendo relançado no Brasil já com a capa igual ao pôster do filme.
Como sempre, quando há uma adaptação, a história sofreu algumas alterações, com personagens mudando de aparência e cenas sendo resumidas. Os leitores de Connelly, no entanto, não vão ter do que reclamar. Eastwood está bem como Terry McCaleb, o ex-agente do FBI, aposentado após um ataque cardíaco e transplante de coração. Como em papéis anteriores, o grandalhão tem facilidade para encarnar personagens firmes, com grande senso de dever e moral. Devido às condições físicas de McCaleb, no entanto, Eastwood ganhou a chance de interpretar um homem que já esteve no controle dos fatos, e hoje recebe ordens de sua médica (Anjelica Huston) para passar o tempo que ganhou com o transplante fazendo absolutamente nada. Sua vida está sempre por um fio, não pelo risco de encontrar o último criminoso que perseguiu, e que escapou, mas pela falência de seu próprio corpo. Os planos vão todos para o alto, no entanto, quando Graciella Rivers (Wanda de Jesús) lhe diz que o coração que recebeu é o da irmã dela, morta num crime não solucionado.
Infelizmente, para quem gosta de um bom mistério, a escolha de Jeff Daniels como coadjuvante interfere na história. Desde o início, parece haver ator demais para papel de menos em seu Buddy Noone, embora este seja o cara que fez Debi & Lóide - Dois idiotas em apuros. Vê-lo bancando o pateta diante do classudo Eastwood, no entanto, é divertido.
Ano: 2002
País: EUA
Classificação: 14 anos
Duração: 115 min
Direção: Ken Cameron
Elenco: Mary Tyler Moore, Ed Asner, Denis Arndt, Fredric Lehne, Adam Scott