Filmes

Entrevista

Cauã Reymond revela que é nerd e fala sobre sua expectativa para filmes da Marvel e DC

Ator também falou de projetos futuros, incluindo papel como Dom Pedro I

21.01.2016, às 11H20.

Fã de uma boa partidinha online de Diablo, apaixonado por heróis solitários como o Surfista Prateado e carente de uma chance de integrar uma campanha de AD&D no corpo orelhudo de um elfo, Cauã Reymond, símbolo sexual masculino que mais mexe com a libido do Brasil na atualidade, assumiu para o Omelete: “Sou nerd... e desde moleque”. A confissão veio ao falar sobre Reza a Lenda, thriller de ação apelidado de “o Mad Max brasileiro” que estreia nesta quinta-feira trazendo o galã no papel de Ara, o líder de um bando de motoqueiros em um Nordeste sedento por água e reforma agrária. Com sua gangue, Ara luta para concretizar uma profecia religiosa em uma terra assombrada por um latifundiário cruel (Humberto Martins). Na construção desse herói entraram influências de tudo o que o ator consumiu de HQs.

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“Sempre fui ligado na figura do lone warrior, do guerreiro introspectivo, o que me atraía muito para o Demolidor. Confesso que eu não gostei do seriado da Netflix e muito menos do filme com o Ben Affleck. Aliás, nada contra ele. Acho até feio o quanto atacam ele. Mas eu confesso que estou muito apreensivo com esse novo Batman que ele estrela, ao lado do Super-Homem. O Christian Bale fez o Batman tão bem na trilogia do Christopher Nolan, mas tão bem, que duvido alguém chegar perto da qualidade que ele alcançou”, diz o ator carioca de 35 anos, atualmente no ar na novela das 21h da TV Globo: A Regra do Jogo. “Nunca gostei muito do Homem-Aranha, nem do Homem de Aço. Este eu não gasto nem dinheiro com o ingresso. Lia X-Men, mas nunca fui muito fã deles também, embora tenha colecionado muito Wolverine. Tive uma coleção de gibis que eu fui obrigado a vender aos 14 anos, quando me mudei para morar com meu pai em Santa Catarina”.

Engolido por compromissos de trabalho e devotado à paternidade, em sua relação com a filha Sofia, de 3 anos, Cauã hoje tem pouco tempo para ler gibis. “Compro só esses encadernados que estão saindo da Marvel e da DC”, diz o ator, que buscou nas influências do mundo pop elementos para enriquecer o perfil de Ara e construir, a partir de Reza a Lenda, uma discussão sobre heroísmo possível no Brasil. 

“Gosto muito de filmes sobre heróis, como Coração Valente, por exemplo, mas vejo que nós, aqui no Brasil, temos ainda a tendência de importar heróis de fora. Por isso, é um orgulho para mim fazer parte de um projeto que revisita o heroísmo a partir da nossa língua, com o cuidado de construir uma dramaturgia que não se resume à ação, capaz de discutir, com sutilezas, questões como a fé. Outro dia, na televisão, Serginho Groisman (apresentador do programa Altas Horas) deu uma definição precisa de Reza a Lenda ao dizer que ele é um casamento de Deus e o Diabo na Terra do Sol com Easy Rider e o novo Mad Max. É uma mistura que mostra a reflexão que a gente tenta despertar, sem copiar nada” diz Cauã, que volta a ser associado ao perfil motoqueiro no longa Curva de Rio Sujo, rodado no Mato Grosso do Sul por Felipe Bragança, e previsto para estrear até dezembro.

Cinéfilo e quadrinhófilo, Cauã estende sua nerdice também para o universo dos RPGs. “Sinto muita saudade de jogar AD&D, sobretudo no universo Dragon Lance, que era o meu preferido. Quando adolescente, eu levava meus livros de RPG para todo lado. Sempre jogava como guerreiro elfo. Raramente eu era mago, porque como não falava inglês muito bem, à época, tinha dificuldade de ler os feitiços. Mas até hoje eu tenho meu kit de dados, com D20, D10 e todo o resto”, orgulha-se o ator, que protagonizou no ano passado a versão para a TV (ainda sem data de estreia) do cultuado livro Dois Irmãos, de Milton Hatoum, dirigida por Luiz Fernando Carvalho para a TV Globo.

Neste momento, ele está em conversas para retomar o papel do traficante Playboy na continuação de Alemão (2014), de José Eduardo Belmonte, mas já sabe que vai viver Dom Pedro I em um projeto da diretora Laís Bodanzky (de Bicho de Sete Cabeças). No tempo vago, tenta, quando pode, ver o que o cinema pipoca lhe oferece. 

“Estou muito curioso para ver como o Ryan Reynolds se sai como Deadpool. Alguns atores ficaram ótimos em certos super-heróis. Ver o Robert Downey Jr. de Tony Stark na franquia do Homem de Ferro é um prazer”, diz Cauã, que diz ser cedo para injetar o mundo nerd nas veias de sua pequena Sofia. “Ela gosta muito de Como Treinar o Seu Dragão. É o mais perto que ela já chega desse nosso mundo de influências nerd, porque ainda é muito novinha. Tento sempre tirar ela da Barbie e aproximar de outras coisas. Acho que eu trouxe para a criação dela algo de bom dessa cultura pop que é o ato de contar histórias. Sempre conto historinhas para ela. Estou sempre inventando algo que possa aproximar a minha filha do lúdico. Ser pai me fez um ator melhor. Mas, de certa forma, essa minha proximidade do mundo nerd também me deu algo valioso, que é o interesse pela fantasia. Fantasiar é fundamental para quem faz arte”.  

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