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Festival de Gramado | Fábio Porchat leva comédia autoral para o evento com Tamo Junto

Matheus Souza é o diretor

01.09.2016, às 14H02.
Atualizada em 18.11.2016, ÀS 20H05

Em sua reta final, com cerimônia de premiação marcada para este sábado, o 44º Festival de Gramado vai servir de templo para a comédia autoral brasileira até os últimos segundos de sua seleção competitiva, que recebe nesta quinta o novíssimo trabalho do eternamente jovem Matheus Souza: Tamo Junto. Realizador do premiado Apenas o Fim (2008), espécie de carta de intenções afetivas da geração ctrl + alt + del, o diretor de 28 anos conta com o reforço do campeão de bilheteria Fábio Porchat para narrar (com humor) conflitos existenciais de uma patota na casa dos 30 anos. 

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“Eu gosto de pensar que o Tamo Junto encerra minha Trilogia Café Com Leite. Eu fiz o Apenas o Fim muito novo. Foi a primeira coisa que eu gravei na vida, quando tinha 18 anos. Acho que fui descobrindo quem eu era como pessoa e como artista enquanto experimentava a vida e o cinema desenvolvendo longas. Não sei avaliar minha evolução como diretor porque o 'Matheus-Diretor' ficou em um lugar pouco privilegiado em relação ao Matheus-Roteirista e ao Matheus- Produtor nas experiências que tive até agora”, diz o cineasta. “É muito difícil fazer filmes com pouco dinheiro e incontáveis vezes tive que abrir mão de cuidado estético ou de planos mais elaborados para poder, pelo menos, concluir as filmagens, ter todas as cenas gravadas. Mas Tamo Junto é um filme mais acessível que os outros, embora elaborado com o mesmo carinho e reflexão autoral. Espero que ele tenha um resultado melhor de bilheteria que me permita fazer um novo longa em melhores condições e, assim, testar meu potencial enquanto diretor”.

Com ecos de Judd Apatow, o diretor de O Virgem de 40 Anos (2005), Tamo Junto acompanha três personagens da mesma idade, quase trinta anos, estudaram juntos no colégio, mas estão "deslocados no tempo". Um ainda se comporta como criança, outro como adolescente e outro está apressado para se tornar um "adulto-de-vida-resolvida". É um filme sobre entender o que é "curtir a vida", sobre o estranho momento em que você não é mais 100% jovem e nem se sente um adulto ainda. Com esta proposta, Matheus traz um toque mais agridoce ao universo da comédia nacional, alvo constante do desprezo dos críticos. 

“Hoje, a maré está mudando para o gênero. O trailer do novo filme da Tatá Werneck é moderno e divertidíssimo. A Ingrid está se juntando com autores interessantes, não consegui assistir o novo dela ainda mas tenho certeza que é ótimo. A Julia Rezende é minha diretora favorita do cinema nacional hoje, fora o Domingos Oliveira, claro, que é hors-concours”, diz Matheus. “O Porchat tem um timing cômico nível Steve Carrell, é a pessoa mais carismática que eu já conheci e todos os seus filmes têm uma ousadia de formato ou tom. Nossos astros são brilhantes e querem fazer bons filmes, querem se arriscar. Meu filme é uma modesta tentativa de encontrar meu lugar nessa maré, uma busca pela obra que possa agradar ao grande público e ter relevância artística ao mesmo tempo”.

Nesta sexta será exibido o último concorrente brasileiro – e único dos longas competidores dirigido por um cineasta com status de mestre: Barata Ribeiro 716, do já citado Domingos Oliveira. Caio Blat vive um escritor às voltas com um turbilhão criativo e amoroso na Copacabana dos anos 1960. 

Iniciado no dia 26 de agosto, tem como favoritos nacionais Elis, de Hugo Prata, e O Silêncio do Céu, de Marco Dutra. Entre os concorrentes hispânicos, o mais aclamado foi o paraguaio Guaraní, de Luís Zorraquín.

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