O diretor Alê Abreu não tem pressa em apontar Perlimps como candidato ao Oscar. “Óbvio que a gente gostaria de seguir O Menino e o Mundo, mas cada filme tem seu caminho”, afirmou em entrevista ao Omelete. A postura pode até soar cautelosa, principalmente para o coração do fã brasileiro que adoraria vê-lo repetindo o feito de 2016, e voltar a figurar entre os gigantes estrangeiros. No entanto, talvez o cineasta só não esteja criando expectativas antes da hora, porque ele está comprometido em ao menos tentar. “A gente começa a campanha agora em abril. A gente pretende inscrever o filme no ano que vem, tanto para o Oscar, quanto para o Annie Awards, o prêmio da indústria de animação nos Estados Unidos”.
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A decisão de deixar para 2024 foi unânime. Tanto ele, quanto os produtores e distribuidores concordaram que o filme não teria chances na 95ª edição da premiação. “Esse ano foi uma guerra de gigantes, né? Não tem como”, disse. De fato, são grandes estúdios que estão por trás dos indicados deste ano: a Netflix aparece com dois candidatos, Pinóquio de Guillermo Del Toro e A Fera do Mar; a Disney leva seu Red - Crescer é uma Fera, enquanto a DreamWorks tem Gato de Botas 2: O Último Pedido. Apenas um filme independente entrou no páreo, Marcel the Shell with Shoes On — no caso, uma produção da A24, o estúdio mais indicado neste ano graças a Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, que concorre em 11 categorias.
“Tem anos em que essa briga é um pouco mais suave. Então, sobra uma vaga para um independente, como aconteceu na época de O Menino e o Mundo. [Anos em que] as majors têm trabalhos não tão impactantes, não tão fortes. 2022 estava muito difícil. Mas quem sabe ano que vem?”, explicou sobre sua estratégia.
A estatueta é, por ora, um sonho distante, mas Perlimps já está ganhando reconhecimento no exterior. “O filme abriu na França em sexto lugar, com 195 salas. Na segunda semana foi para 200. Ele cresceu e é difícil isso. Então é muito positivo”, contou, antes de lembrar que a animação já tem data para chegar em outros países, como o Japão.
Ainda assim, ele admite: “a gente fica no sonho [de ir para o Oscar]. Isso seria muito legal para o filme”. Uma coisa, porém, é fato: se for indicado novamente, os jovens dubladores Giulia Benite e Lorenzo Tarantelli vão acompanhá-lo! “Vamos torcer, né?”, riu Benite, empolgada com a ideia. É, com certeza vamos.
Perlimps já está em cartaz nos cinemas.
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