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Sangue e Chocolate

Lobisomem solteira procura

22.02.2007, às 00H00.
Atualizada em 03.11.2016, ÀS 15H01

Ehren Krueger, o roteirista de O Chamado, A chave mestra e Os Irmãos Grimm deveria ter ficado no seu canto. Mas inventou de aventurar-se no campo do romance fantástico e manchou o currículo com esse Sangue e Chocolate (Blood and Chocolate, 2007).

Mas não culpemos totalmente o escritor. O filme tentava capitalizar sobre o sucesso de Underworld - Anjos da Noite, com mais uma história de sociedades secretas de criaturas da noite e um romance impossível por um humano. Outras provas das intenções pouco criativas são a presença do mesmo produtor executivo, Robert Bernacchi, e a seleção de uma diretora pouco expressiva - e fácil de manipular -, Katja von Garnier.

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Felizmente, o público percebeu a receitona de bolo azedo e o filme tornou-se um dos grandes fracassos do ano. Nem os fãs gostaram, já que o longa foi baseado em um romance homônimo da escritora Annette Curtis Klause que tem um tom completamente diferente, mais jovial.

Na trama, permeada de um climinha clichê gótico, Vivian, uma garota lobisomem (a fraquíssima Agnes Bruckner, que atua aqui feito um fantoche sem expressão) rebela-se contra sua herança lupina e apaixona-se por um artista de histórias em quadrinhos (Hugh Dancy, melhorzinho). Mas a sua matilha não fica nem um pouco satisfeita com isso, especialmente o "macho alfa" Gabriel (Olivier Martinez), que pretende torná-la sua próxima companheira.

O "Chocolate" do título é outra bobagem inexplicável. É que Vivian trabalha numa fábrica artesanal do doce - e só. O cenário mal aparece. E se as bobagens parecem poucas, enumero aqui mais algumas: uma suposta "profecia" (sério... alguém aguenta mais um filme que tem "o escolhido" no meio?) que termina o filme sem explicação, diálogos ruins, efeitos chinfrins de transformação baratinha (pulo, clarão, lobo! a la Changeman!), uma sociedade lupina pouco explorada e mal delineada, final previsível e desesperado por um gancho para continuação... os defeitos são vários. Salva-se apenas a fotografia decente de Brendan Galvin (Veronica Guerin), que retrata Bucareste de maneira mágica. A seleção da cidade romena, pouco usada no cinema, é também um acerto. O único. E olha que nem falei da overdose de parkour ruim que escorre pelos 98 minutos do filme... é um tal de gente quicando desnecessariamente pelas paredes, só pra mostrar que o elenco teve treinamento na modalidade de esporte urbano, que dá vergonha.

Troque o chocolate por outro elemento da mesma cor e o filme terá o título que merece.

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