Martin Scorsese está no Festival de Cinema de Berlim onde receberá o Urso de Ouro Honorário por sua obra. Durante a coletiva de imprensa do prêmio, o diretor de Assassinos da Lua das Flores foi questionado sobre "o fim do cinema" e comentou sobre o estado atual da sétima arte (via Variety).
“Acho que não está morrendo. Acho que está se transformando”, disse Scorsese. “[O cinema] nunca foi feito para ser uma coisa só. Estávamos acostumados a isso. Eu cresci [com o cinema] como uma coisa: se você queria ver um filme, você ia ao cinema. Um cinema bom ou um cinema ruim, mas era um cinema. Sempre foi uma experiência comunitária.”
“Mas a tecnologia mudou tão rápida e tão exaustivamente que, de certa forma, a única coisa que você pode realmente manter é a voz individual. A voz individual, devo dizer, pode se expressar no TikTok ou em um filme de quatro horas ou em uma minissérie de duas horas”, continuou o diretor.
Scorsese também comentou sobre o domínio do streaming e do temor causado pelas IA. Segundo ele, não devemos “deixar a tecnologia nos assustar”.
“Não se torne escravo da tecnologia – deixe-nos controlar a tecnologia e colocá-la na direção certa”, disse ele. “A direção certa vem da voz individual, e não de algo que é simplesmente consumido e jogado fora.”
Indicado ao Oscar em 10 categorias, o último filme de Martin Scorsese, Assassinos da Lua das Flores, acompanha a história real dos assassinatos misteriosos que aconteceram entre os membros da tribo nativo-americana Osage Nation, durante os anos 1920, logo após petróleo ser descoberto nas suas terras.
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O filme de Scorsese é estrelado por Leonardo DiCaprio, Robert de Niro, Lily Gladstone, Jesse Plemons, John Lithgow e Brendan Fraser. O roteiro é de Eric Roth (Forrest Gump), baseado no livro-reportagem de David Grann.
Com 3h26m de duração, o filme já está disponível na Apple TV+.