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Melhores HQs | Abril/2012

Corporação Batman, J. Edgar Hoover: Uma Biografia em HQ, Fracasso de Público, O Paraíso de Zahra, El Héroe: Libro Uno, Secret Avengers Vol. 3

09.05.2012, às 17H53.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Na coluna mensal MELHORES HQs, o Omelete seleciona o que há de mais interessante entre os lançamentos nas histórias em quadrinhos nas bancas e livrarias nacionais (e, eventualmente, internacionais).

O Paraíso de Zahra

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J. Edgar Hoover: Uma Biografia em HQ

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Corporação Batman

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Secret Avengers Vol. 3

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Fracasso de Público

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El Héroe: Libro Uno

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CORPORAÇÃO BATMAN VOL. 1

Grant Morrison / Yannick Paquette / Chris Burnham / Michael Lacombe(tradução: Paulo França e Bernardo Santana)132 páginas, 17x26 cm, colorido
Panini Comics

R$ 15,90

Sabe o sprint, aquele arranque que os ciclistas ou corredores fazem no trecho final da competição? Corporação Batman (ou Batman Inc., no original) é o sprint de Grant Morrison com o homem-morcego. Desde 2006 com o personagem, o escocês ganhou esta série para fechar seu Bat-arco de mais de meia década, e está correndo como um louco. As histórias parecem comprimidas ao mínimo, e às vezes você encontra uma única fala de personagem que renderia anos de sagas. Morrison está tentando novas formas de fazer HQ, e ao fazer isso com o tradicional Batman num novo contexto planetário (com representações extremamente clichê dos outros países, diga-se de passagem), tem chance de misturar referências como nunca. Tem erotismo tentacular nipônico, citações de Federico García Lorca, a disputa pelas Malvinas/Falklands, exércitos infantis da África... e as referências à confusa cronologia de Batman, na história revisionista de Kathy Kane. É bom avisar que, a partir do volume 2, tudo fica ainda mais rápido. Se você não estiver a fim de suar com Morrison, desista por aqui.

J. EDGAR HOOVER: UMA BIOGRAFIA EM HQ

Rick Geary (tradução: Manoel Lauand)
112 páginas
(14,6 x 21,6 cm), preto e branco
Seoman
R$ 19,90

Rick Geary é daquelas figuras já clássicas no quadrinho norte-americano que infelizmente se recusam a aportar no Brasil. Depois de uma Classics Illustrated no século passado, agora chega aqui não por ser Rick Geary, mas na onda de J. Edgar, cinebiografia do fundador do FBI realizada por Clint Eastwood. É uma HQ de não-ficção, que não busca dramatizar detalhe algum da biografia - algo em que Geary é especialista, tendo biografado assassinos famosos nas coleções A Treasury of Victorian Murder e A Treasury of XXth Century Murder. O trunfo desta HQ é não transformar a história num daqueles quadrinhos diáticos coalhados de texto - e ser mais interessante e informativa do que o filme de Eastwood. A edição nacional tem como atrativo o preço e uma tradução competente.

FRACASSO DE PÚBLICO VOL. 3: ADEUS

Alex Robinson
(tradução: Eliane Gallucci)

204 páginas (16 x 23 cm), preto e branco

Gal Editora
R$ 39,00

O fechamento da publicação de Fracasso de Público no Brasil é um sinal de que há muito material bom a garimpar no quadrinho independente dos EUA - e que, mesmo que todos os prêmios e elogios já tenham mais de uma década lá fora, ainda consegue fazer sucesso por aqui só com o hype interno. A obra de Alex Robinson não convence à primeira olhada: a premissa sobre viver e sofrer em Nova York aos 20 e poucos anos parece a de muito seriado de TV medíocre, e os desenhos de Robinson estão longe de uma técnica precisa ou admirável. Mas às primeiras páginas com Sherman, Ed, Jane, Stephen e companhia, você fica tão vidrado na interação entre os personagens que as 600 páginas parecem pedir mais. E Robinson merece outro elogio por não saber dar fim à saga. Quem ainda não leu, devia pegar direto os três volumes.

O PARAÍSO DE ZAHRA

Amir & Khalil
(tradução: Texto Editores)
272 páginas (16 x 23 cm), preto e branco

LeYa / Barba Negra
R$ 39,90

A primeira impressão de O paraíso de Zahra é que uma dupla de ativistas políticos resolveu transformar seus manifestos em HQ para conseguir atenção da mídia internacional. Esta atenção veio, efetivamente, quando a HQ foi lançada na web, traduzida em vários idiomas, em 2010. Lendo Zahra, porém, você percebe que Amir e Khalil - sejam lá quem forem por trás destes pseudônimos - devem ter boa rodagem nos quadrinhos. Transformam seu manifesto em uma trama hollywoodiana sobre a família que busca o filho desaparecido durante manifestações contra o governo, usandos recursos de roteiro e arte que não são coisa de quem começou a fazer HQ ontem. Em meio a isso, ainda conseguem passar para o ocidente um retrato bem diferente do Irã a que estamos acostumados, onde os dogmas religiosos convivem com alta tecnologia - tanto do lado do governo quanto dos opositores - e uma população que recusa a render-se. Derrubada a pré-impressão negativa, a leitura empolga até o final.

EL HÉROE: LIBRO UNO

David Rubín
280 páginas, colorido
Astiberri

25 euros

Os Doze Trabalhos de Hércules, versão Scott Pilgrim. O espanhol David Rubín pegou um dos mais clássicos relato heroicos da mitologia, misturou com uma infância regada a Jack Kirby e trouxe tudo para o mundo contemporâneo de metalinguagem, hiperssexualização, celebridades, gore e monstros que a Grécia antiga não conhecia - como o tédio da rotina. Em primeiro lugar, El Héroe é um espetáculo visual que bebe na ilustração contemporânea em traço e, principalmente, cores. Mas a ideia de colocar roupagem contemporânea em Hércules - a história ainda se passa na Grécia da antiguidade, mas o herói anda de iPod e seus feitos saem em revistas - é executada de uma maneira que surpreende a cada cena, a cada ideia amalucada que Rubín tem para mexer com o mito. Com isso, consegue uma HQ que se encaixa tanto entre os gibis de ação dos EUA, quanto nos álbuns de aventura e fantasia europeus, quanto na narrativa em alta rotação dos mangás. Você tem que ver para crer - confira aqui um preview.

SECRET AVENGERS VOL. 3: RUN THE MISSION, DON'T GET CAUGHT, SAVE THE WORLD

Warren Ellis, Jamie McKelvie, Kev Walker, David Aja, Michael Lark, Alex Maleev, Stuart Immonen
144 páginas, colorido
Marvel
US$ 24,99

Warren Ellis, como vários roteiristas de certa fama nos quadrinhos dos EUA, vez por outra diz que não vai mais fazer super-heróis. Felizmente, ele se contradiz. A Marvel lhe propõe séries ou personagens sem rumo, dá liberdade criativa, e ele faz mágica. Foi assim que nasceram Nextwave, aquela bela passagem por Thunderbolts e, no ano passado, as seis edições dos Vingadores Secretos - agora reunidas em coletânea. E que são os melhores gibis de ação que se viu nos EUA em 2011. Metade do crédito vai para os colaboradores de Ellis: as histórias desenhadas por Jamie McKelvie e Michael Lark são simplesmente brilhantes, e a de David Aja - com foco em Shang Chi, o Mestre do Kung Fu - deve ter inventado meia dúzia de recursos que nunca se viu nas HQs. Mas é Ellis quem comanda o show ao tirar o melhor de cada artista e conseguir comprimir cada complexa história em 20 e poucas páginas - que você lê de novo ao terminar para descobrir como o bastardo conseguiu.

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