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Meu País | Crítica

Cineasta estreante faz um filme com DNA brasileiro e estilo europeu

06.10.2011, às 20H00.
Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H42

Quem já morou fora sabe o que é voltar para casa, rever pessoas, sentir cheiros que estavam esquecidos, lembrar. Este é o caso de Marcos (Rodrigo Santoro), que se mudou para a Europa e por lá formou uma nova família ao lado de Giulia (Anita Caprioli) e seguiu com seus próprios negócios. Porém, com a morte de seu pai, ele precisa voltar a São Paulo. Ao desembarcar do avião, mal sabe ele que terá de resolver problemas da empresa que está herdando e também outros tantos enroscos familiares.

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O diretor e roteirista estreante em longas-metragens André Ristum conta aqui uma história que não é a sua biografia, mas tem muito de seu DNA. Nascido em Roma, criado em Londres e paulistano por opção, Ristum faz aqui um filme europeu-brasileiro, com uma intensidade como pouco se vê no cinema nacional. Fã confesso do diretor Nanni Moretti, ele emprega os laços familiares na construção de sua história, com arcos claros para seus personagens, sem ser mais didático do que deveria na apresentação dos conflitos de cada um.

Também no ponto de vista estético, é fácil identificar a busca por algo diferente do que se vê no país das novelas. Os brancos mais estourados, as cores lavadas e os enquadramentos mais estudados fazem diferença na apresentação do drama de Marcos, quando descobre que seu irmão, Tiago (Cauã Reymond), se tornou um playboyzinho egoísta, que não cai na real mesmo devendo os fundos por conta de seu vício nos jogos. Para piorar, desmorona na sua frente a notícida de que eles têm uma meia-irmã (Debora Falabella) de quem nunca tinham ouvido falar e vai mudar até mesmo a forma como os dois se relacionam.

Sem cair na obviedade, a história vai utilizando os detalhes para montar o quebra-cabeças de sua trama. Ao ver Marcos chamando seu pai pelo nome, Armando (Paulo José), percebe-se, por exemplo, a relação conflituosa entre os dois. E para completar as lacunas, entra a personagem de Debora, que com sua ingenuidade própria dá a versão alheia de julgamentos, repetindo apenas o que ouviu dos outros.

Se o agiota para quem Tiago deve dinheiro cai na caricatura do mafioso italiano e a sua parceira de mesa de pôquer pouco acrescenta, a balança se nivela com a presença de Anita Caprioli. A atriz italiana, além de linda, forma um ótimo casal com Santoro. A dinâmica entre os dois, quase sempre falando na língua dela, vai além da tela e deve acertar quem está na plateia, principalmente na sua cena final, que está longe de ser o fim da história. Trata-se de um desfecho que deixa tudo aberto, mas muito bem encaminhado, tal qual a carreira de Ristum.

Meu País | Cinemas e horários

Nota do Crítico
Bom
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Ano: 2011

País: Brasil

Classificação: 12 anos

Duração: 95 min

Direção: André Ristum

Elenco: Rodrigo Santoro, Cauã Reymond, Débora Falabella, Paulo José, Anita Caprioli

Onde assistir:
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