Coldplay celebra retorno ao Rio com Maracanã lotado e tem noivados no palco

Chris Martin tece elogios à Cidade Maravilhosa e promete retorno ao país

11.04.2016, às 13H58.

Atualizada em 29.06.2018, ÀS 02H35

A passagem do Coldplay pelo Rio de Janeiro, no último domingo (10), foi um espetáculo em todos os sentidos. Com chuva de confetes, fogos de artifício, as já clássicas pulseiras luminosas e uma passarela que atravessava a pista premium, aumentando a interação dos músicos com a plateia, Chris Martin e banda conseguiram manter o Estádio do Maracanã sob seu domínio durante todo o show.

Os britânicos abriram a noite, pontualmente, às 21h, e o Maracanã se iluminou inteiro logo na música de abertura. Isto porque, assim que chegavam ao estádio, todos os fãs recebiam uma pulseira que acendia automaticamente de acordo com a música e que era controlada pela produção. A faixa escolhida para abrir o show foi "A Head Full of Dreams", que dá nome à turnê e também ao álbum mais recente do grupo.

Apesar de serem veteranos nos palcos do Brasil, os integrantes do Coldplay estavam sem se apresentar no país há quase 5 anos, desde o Rock in Rio de 2011, e pareciam viver este reencontro como se fosse a primeira vez deles aqui: surpresos e animados com a receptividade do público.

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A música que seguiu o setlist foi o hit "Yellow". Neste momento, o estádio foi tomado por uma chuva de papel picado amarelo e iluminado pela mesma cor. A plateia manteve a tradição de erguer balões amarelos durante a música, formando um mar de balões neste tom. Para empolgar ainda mais o público, o vocalista fez uso de todo seu português: "Boa noite pessoal, tudo bem? Que alegria estar no Rio, 'cidade maravilhoso'!", disse ele.

Chris Martin era só sorrisos na noite deste domingo, apesar de claramente estar travando um duelo contra o calor do outono carioca. Martin não deixou que a temperatura o impedisse de pular, correr por todo o palco, e muito menos de tocar seus sucessos. O show continuou com "Every Teardrop", "The Scientist" e "Birds", misturando ritmos e momentos distintos da carreira do Coldplay, e dando ainda um toque visual inesquecível às canções. A pirotecnia se fez presente em "Every Teardrop", junto da chuva de papéis em formato de pássaros multicoloridos que caía sobre os fãs da pista e pista premium.

Falando em efeitos visuais, as luzes de laser foram espetáculo à parte, graças a seu uso bastante criativo. Os feixes de luz eram combinados com os desenhos de caleidoscópio que passavam no telão atrás dos músicos, formando sobre a plateia uma espécie de rede luminosa. O público cantava alto e forte a cada nova música, e bastava que Martin se calasse durante uma frase para ouvirmos um uníssono impressionante ecoar. Quando a banda deu início à "Paradise" teve uma das respostas mais arrebatadoras.

O som do palco estava realmente bom, limpo e sem falhas, e a banda mostrava uma sinergia que dava gosto de assistir. Assim que a próxima faixa começou a rolar, com sua intro inconfundível, causou uma enorme comoção: "Clocks", um dos hits que ajudou a tornar a banda mundialmente conhecida, está entre as mais celebradas. "Charlie Brown", a próxima da lista, também arrancou gritos empolgados da plateia, e "Hymn for the Weekend", uma parceria com Beyoncé, faixa do álbum mais recente dos britânicos, confirmou que os fãs continuam fieis ao trabalho dos ídolos.

Coldplay - A Head Full Of Dreams | Crítica

O setlist teve ainda "Fix You", com um dos coros mais fortes da noite; um cover de "Heroes", em homenagem a David Bowie; e "Viva La Vida", com o baterista Will Champion tocando um sino, daqueles parecidos com os de catedrais, durante a música que menciona justo os sinos de Jerusalém tocando, "I Hear Jerusalem Bells A Ringing". O famoso refrão de "Viva La Vida", aliás, "oh oh oh ohhh", era repetido pelo público a cada respiro que os músicos davam. E, apesar desses pedido insistente dos fãs por um bis do hit, o show do Coldplay foi bem equilibrado, não houve um momento em que os ânimos da galera esfriassem. A banda mostrou que permanece se reinventando, e com sucessos fixos na cabeça do público, independente dos anos que se passam.

O "fresh air" do espetáculo ficou por conta da interatividade. A abertura do show mesmo foi feita pelo público dos diversos países por onde a turnê passou, que aparecia em vídeo chamando a banda ao palco; mas, sem dúvida, o ponto mais relevante foi aceitar "pedidos de músicas" dos fãs, feitos através das redes sociais. Desta forma, músicas que provavelmente estariam fora da programação foram tocadas, que foi o caso de "Shiver" e "A Message".

E, assim como aconteceu na apresentação de São Paulo, a banda também abriu espaço para os casais apaixonados fazerem seus pedidos de casamento no palco. Chris Martin convidou três casais para selar compromisso em frente ao Maracanã lotado, e depois disso os "pombinhos" ganharam um abraço do cantor. Esse contato com fãs na noite de domingo não parou por aí, pouco antes de encerrar a apresentação, Martin tocava o piano quando um rapaz invadiu o palco para dar-lhe um beijo.

O músico olhou com estranheza essa correria, mas não se moveu e recebeu o carinho inesperado, para divertimento do público que via a cena em alta definição pelos telões. Em seguida, correndo atrás do rapaz, surgem três seguranças, e só então o músico para de tocar para pedir que eles "peguem leve" com o jovem, que afinal, só queria lhe dar um beijo. A cena rendeu muitos aplausos da plateia. O show terminou com "Up&Up".

Com uma apresentação divertida, "redonda" e mostrando-se extremamente à vontade diante de um Maracanã repleto de fãs, o Coldplay reafirma seu sucesso no Brasil. E, no que depender deles, "em breve estarão por aqui de novo", palavras de Chris Martin...

Setlist: