Música

Artigo

Especial | O Mundo da Música Eletrônica - Parte I

Os primeiros passos do gênero musical que mais cresce no planeta

22.10.2012, às 12H00.
Atualizada em 21.09.2014, ÀS 14H46

Hoje, a música eletrônica é um dos mais importantes pilares da indústria fonográfica. Desde seus gigantescos festivais até a influência na composição da música contemporânea, a EDM (Electronic Dance Music) é a vertente musical que mais cresceu nos últimos anos. O alinhamento com as tendências de mercado e a evolução da tecnologia trazem cada vez mais sucesso econômico, reconhecimento crítico e uma popularização comparada ao rock nos anos 60 e 70.

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John Travolta em Os Embalos de Sábado À Noite

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Kraftwerk

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David Guetta, um dos DJ mais populares do mundo

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Depeche Mode

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Pink Floyd

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Pierre Schaeffer, um dos precursores da música eletrônica

O Omelete preparou um especial que mostrará a história, explicará os termos e dissecará os estilos mais conhecidos deste mundo cada vez mais presente no nosso cotidiano. Nesta primeira parte, mostraremos onde tudo começou, de onde vieram as principais influências e quais músicos começaram a história deste som que, mais do que um estilo musical se tornou um estilo de vida.

Um início erudito

Antes de ser sinônimo de balada e tecnologia, a música eletrônica foi algo rústico e até erudito. Os primórdios deste estilo são conectados à Thomas Edison, renomado inventor estadunidense, que entre inúmeras criações, fez o fonógrafo, primeiro aparelho a conseguir reproduzir eletricamente sons previamente gravados - algo que ainda é o cerne da EDM atual.

Tal inveção mudou a música como um todo. A partir dali, iniciou uma fase de reprodução e disseminação das inúmeras obras artísticas envolvidas com o som. Já no final da década de 1940, com essa possibilidade de gravar e reproduzir sons cada vez mais expandida, o francês Pierre Schaeffer começou a unir diferentes instrumentos e gravações em uma só música. Os ruídos gerados pelos toca-discos de vinil, unidos a manipulação da velocidade ou do sentido da leitura feita nas gravações, deu origem as primeiras mixagens.

Naquele mesmo período, a e-music começava a tomar forma também na Alemanha. Werner Meyer-Eppler, Herbert Eimert e Robert Beyer se uniram para criar o primeiro estúdio totalmente dedicado ao estilo. Enquanto na França os experimentos eram feitos com objetos sonoros e instrumentos musicais, as técnicas alemãs eram aplicadas a sons gerados por osciladores elétricos. Ambas vertentes traziam um caráter experimental e ainda clássico, para um tipo de música que dali a alguns anos se tornaria tão popular quanto o rock'n'roll.

Da mistura à popularização

Foi na década de 60 que o gênero entrou na cultura mundial, ao ganhar o cenário da música estadunidense. O uso de vertentes da música eletrônica teve grande influência nos trabalhos de bandas como The Beatles e Beach Boys, que deixavam de lado o uso de instrumentos acústicos, para usar sintetizadores e outros equipamentos eletrônicos. No entanto, nenhuma outra banda, integrou tal vertente com tanta maestria quanto a inglesa Pink Floyd. Seu rock psicodélico e progressivo, principalmente dos discos iniciais, como The Piper at The Gates of Dawn, mostrava uma mistura coesa dos elementos eletrônicos, edições assimétricas e efeitos de teclado que, mais tarde, virariam sua marca registrada.

Até ali, a e-music era vista como um sub-gênero, algo que se aproveitava em estilos mais consagrados como o rock ou o jazz. Em meados dos anos 70, o Kraftwerk inverteu este cenário. O grupo alemão começou com trabalhos experimentais, onde unia instrumentos comuns, como baixo, guitarra e violinos, a sintetizadores e osciladores; formando, àquela época, um som único. A popularidade veio com os discos lançados entre 1975 e 1978, cujos conceitos influenciaram a música contemporânea dali em diante.

Com a rápida popularização do estilo, mas ainda com um estigma de vanguarda atrelado a si, a música eletrônica começou a ter no ambiente undergound seu refúgio. As criações independentes começaram a surgir com maior frequência, principalmente pelo aparecimento dos computadores. Com eles, os primeiros aparelhos de armazenamento e mistura de músicas, os samplers, surgiram - assim como a possibilidade de alterar e emular as funcionalidades de instrumentos por meio da manipulação virtual. Com essa liberdade, era natural a aparição de novos estilos musicais, tendo em vista as possibilidades oferecidas pela evolução tecnológica.

O ressurgimento em âmbito mundial veio novamente com uma mistura atrelada a outros estilos. O synthpop, exemplificado por obras de bandas como Depeche Mode, Pet Shop Boys e New Order, usava os sintetizadores eletrônicos e tendências dance music, totalmente influenciadas pelos conceitos criados pelo Kraftwerk. E, assim como toda moda que se preze, bastou a música eletrônica chegar a uma grande mídia, neste caso o cinema, para que a popularização se concretizasse de uma vez. Os Embalos de Sábado À Noite, com John Travolta, firmou a ascensão das discotecas e da dança misturada ao estilo eletrônico, na chamada Era do Disco. Dessa junção, surgem os sub-gêneros mais conhecidos como o house, o techno e o trance.

A partir desse momento, estes sub-gêneros ganharam força na cena mundial, cada um com sua história e seus representantes. Eles cresceram de forma rápida e disseminaram pelo mundo uma sonoridade que marcaria o estilo de boa parte dos músicos contemporâneos. A próxima parte do especial mostrará um pouco mais destes inúmeros gêneros, além do histórico dos artistas que influenciaram a atual geração da música eletrônica.

Nos players abaixo, confira alguns vídeo que exemplificam a primeira era da música eletrônica:

Pierre Schaeffer - "Diapason Concertino"

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Pink Floyd - "The Gnome"

Kraftwerk - "The Robots"

Depeche Mode - "Strange Love"

Bee Gees - "Should Be Dancing"

Omelete no Youtube

Confira os destaques desta última semana

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