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Novidades Musicais do Metal - 16 de fevereiro

Especial bandas nacionais com Andragonia, Banda do Sol, Hellish War e Heleno Vale’s Soulspell

17.02.2011, às 00H00.
Atualizada em 26.11.2016, ÀS 09H00

Andragonia – Secrets in the Mirror

Formada em São Paulo, em 2007, a banda Andragonia tem integrantes cuja experiência faria qualquer fã de rock progressivo e de metal torcer o nariz. O guitarrista Thiago Larenttes, o baixista Yuri Boyadjian e o baterista Daniel de Sá também atuam como produtores musicais e têm no currículo trabalhos de bandas adolescentes como Hori e Cine - influência que não é levada para o Andragonia. Completam a formação da banda os professores de música Ricardo DeStefano (vocal) e Cauê Leitão (guitarra).

O passado diversificado dos músicos, no entanto, colaborou para que Secrets in the Mirror, álbum de estréia da banda, seja um achado. A experiência prévia do trio Thiago, Yuri e Daniel em bastidores de gravações reflete na produção deste álbum. Tudo aqui funciona de maneira bem equilibrada, com todos os instrumentos e o vocal de Ricardo bastante claros. É uma produção limpa, onde nada soa deslocado.

No entanto, uma produção acima da média não garante qualidade. Secrets in the Mirror acerta também nas músicas, que, como todo trabalho de metal progressivo, vai das mais pesadas e rápidas àquelas mais calmas, sendo que essa variação de ritmos e tempos acontece muitas vezes dentro da mesma música. Como destaques, temos a faixa de abertura, “Life Inside”, a pesada “Shadowmaker”, “The Choice”, com seu refrão grudento e a longa “Prison Without Walls” que, com seus mais de 10 minutos, fecha o álbum com chave de ouro.

Estas qualidades fazem de Secrets in the Mirror um dos grandes lançamentos do metal nacional, que foi bastante fértil no ano passado. Lançado em dezembro de 2010, o álbum mostra que o Andragonia tem bastante potencial para conquistar fãs do metal progressivo.

Banda do Sol – Tempo

Desconhecida do grande público e relativamente cultuada no underground, a história da Banda do Sol começou na década de 1980. Seu primeiro álbum, auto-intitulado, foi lançado em 1982, de maneira independente. Investindo no rock progressivo em uma época em que o estilo minguava e não tinha qualquer apoio de gravadoras, rádios e afins, não demorou para que a banda desistisse da tarefa e se separasse.

Vinte oito anos depois, seus integrantes originais, Moa Jr. (vocal, guitarra e violão) e Fábio Fernandes (bateria) se juntaram a Fran Simi (guitarra), Cesinha Rodrigues (baixo) e Allex Bessa (teclados) para lançar o segundo álbum, Tempo, pela Som do Darma.

Em sua essência, Tempo é um álbum de rock progressivo bem calcado naquilo que bandas como Yes, Gentle Giant e Deep Purple constumavam fazer em seus tempos áureos. No entanto, não deixa de lado a influência da world music e sua raíz nacional, até porque a banda optou por letras em português. Não há como deixar de notar as semelhanças com a sonoridade de bandas como 14 Bis e O Terço.

Músicas como “Yes, Blues”, a instrumental “Fabito” e a longa faixa-título, com seus mais de 10 minutos de duração, são um prato cheio para que os integrantes da banda demonstrem toda sua habilidade técnica, especialmente Fran Simi, cujos solos de guitarra não só abusam da virtuose típica do estilo, como deixam transparecer emoção. Tempo traz ainda um atrativo a mais para fãs do rock progressivo: o guitarrista Billy Sherwood, ex-Yes, colabora nas faixas “Fabito” e “Sinal de Liberdade”. Sherwood, aliás, também foi o responsável pela mixagem do álbum.

No frigir dos ovos, Tempo é um grande trabalho que marca a volta da Banda do Sol de maneira definitiva - esperamos!

Hellish War – Live in Germany

O Hellish War foi formado em 1995 com a proposta de fazer heavy metal “old school”, calcado principalmente no metal alemão e inglês da década de 1980. Em 2001, a banda lançou seu primeiro álbum, Defender of Metal. Como muitas vezes acontece com bandas de heavy metal brasileiras, o Hellish War fez mais sucesso lá fora do que aqui, especialmente na Europa. Seu segundo lançamento, Heroes of Tomorrow (2008), rendeu um contrato com uma gravadora alemã, que lançou o álbum de estreia da banda por lá.

A boa repercussão dos dois álbuns, por sua vez, levou ao convite para uma turnê com oito datas na Suiça, Bélgica e Alemanha. Live in Germany é o resultado destes shows de 2009, gravado nos dias 18 e 19 de setembro, durante as apresentações no Razorblade Festival, na Alemanha.

O terceiro álbum da banda formada por Roger Hammer (vocal), Vulcano (guitarra), Daniel Job (guitarra), JR (baixo) e Daniel Person (bateria) traz oito músicas que fazem um belo apanhado de sua carreira. Live in Germany é bastante homogêneo e fará a alegria de qualquer headbanger que se preze, com um um heavy metal clássico energizante. Destacam-se as canções fiéis ao gênero, como “Defender of Metal”, “Son of the King” e “We Are Living For The Metal”. Um prato cheio para fãs de bandas como Manowar.

Heleno Vale’s Soulspell – The Labyrinth of Truths

O primeiro álbum do projeto Soulspell, uma ópera heavy metal capitaneada pelo baterista Heleno Vale, A Legacy of Honor, chegou ao mercado no final de 2007 como uma espécie de resposta ao Avantasia, projeto nos mesmos moldes liderado pelo vocalista do Edguy, Tobias Sammet. Recheado de participações especiais, o trabalho de estreia do Soulspell mostrava bastante potencial.

The Labyrinth of Truths, segundo álbum do Souspell, saiu no final do ano passado. A boa repercussão de A Legacy of Honor parece ter dado a Heleno Vale mais recursos para produzir sua sequência, já que tudo em The Labyrinth of Truths é maior e mais bem produzido. Desta vez, a banda de Vale contou com os guitarristas Leandro Erba, Rodolfo Pagotto e Cleiton Carvalho, os baixistas Tito Falaschi e Fernando Giovanetti e o tecladista Gabriel Magioni, além de uma participação de Roland Grapow, ex-guitarrista do Helloween.

Como no álbum anterior, no entanto, o que mais chama a atenção são os vocalistas convidados. O invejável time de vocalistas é formado por Alex Voorhees (da banda Imago Mortis), Carlos Zema, Daisa Munhoz (Vandroya), Dan Rubin (Magician), Edu Falaschi (Angra), Gérman Pascual (Narnia), Gui Antonioli (Anaxes), Iuri Sanson (Hibria), Jefferson Albert, Jon Oliva e Zak Stevens (ambos ex-Savatage), Leandro Caçoilo (ex-Eterna), Lucas Martins, Manuela Saggioro, Mário Pastore (ex-Dark Avenger), Maurício Del Bianco, Nando Fernandes (ex-Hangar), Rafael Gubert, Raphael Dantas (Caravellus) e Tito Falaschi (Illustria).

Tantos músicos disputando espaço poderiam prejudicar o álbum, mas Heleno soube dosar a participação de cada um ao longo das nove faixas de The Labyrinth of Truths, que combina músicas pesadas, como a inicial “The Entrance”, às mais acessíveis, com puxadas quase pop, como “Adrift”. “Amon’s Fountain” e “A Secret Compartment” também são destaques individuais de um álbum que, no geral, está nivelado por cima.

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